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(ELEIÇÕES) BRASÍLIA-DF: PDT APROVA ALIANÇA COM PSB

Direção da legenda autoriza união com o senador Rodrigo Rollemberg, pré-candidato ao Palácio do Buriti. Reguffe, no entanto, magoado com o tratamento dado a aliados, já não sabe mais se vai concorrer nas próximas eleições.
Cristovam: " PDT não pode prescindir de um político como o Reguffe".

O deputado Luiz Antônio Reguffe conseguiu o aval do PDT para disputar o Senado na chapa encabeçada por Rodrigo Rollemberg (PSB). Reunidos na manhã de ontem, dirigentes da legenda decidiram autorizar a aliança com o senador, que é pré-candidato ao Palácio do Buriti. Na semana passada, Reguffe havia anunciado apoio a Rollemberg, sem obter previamente o aval do partido, o que gerou críticas dos diretórios regional e nacional do PDT. Setores da legenda defendiam uma coligação com o PT, do governador Agnelo Queiroz. Mas, cientes da popularidade de Reguffe, que foi o deputado proporcionalmente mais bem votado do Brasil em 2010, os pedetistas liberaram a coligação defendida pelo parlamentar. Reguffe, entretanto, agora cogita não ser candidato a nada. Ele reclama do tratamento recebido dentro do PDT. 
Rollemberg: "Foi passo importante na construção de grande unidade"

Participaram da reunião de ontem o presidente regional, Georges Michel, o senador Cristovam Buarque, a distrital Celina Leão, além do ex-deputado Fábio Barcellos. Depois da deliberação, eles telefonaram para o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, que também autorizou a união. O grupo divulgou nota conjunta após o encontro. “O PDT-DF, juntamente com a direção nacional do partido, em nome da unidade, apoia integralmente a decisão do deputado Reguffe de disputar o Senado em uma aliança na chapa do PSB”, diz o documento.O presidente do PDT-DF explicou que a legenda não vai se envolver na negociação de alianças. “Isso está 100% sob a responsabilidade do Reguffe. Podemos ajudar ou participar, se for necessário, mas caberá a ele negociar com os demais partidos que vão compor essa chapa alternativa”, comentou Michel. “Concluímos que a liderança do Reguffe, não só dentro do partido, mas na sociedade, é forte e tem que ser prestigiada”, justificou.

Reguffe: "Minha tendência é não concorrer mais pelo PDT"
Em outubro, o partido lançou a candidatura de Reguffe ao GDF. O deputado se animou com a perspectiva de concorrer, mas sempre afirmou que não entraria na corrida eleitoral se percebesse dificuldades em financiar a campanha de forma ética. Desde então, ele já cogitava uma aliança com Rollemberg. Em alguns momentos, houve cobranças com relação a quem seria o cabeça de chapa. Reguffe alegou que estava mais bem posicionado nas pesquisas. Mas Rollemberg  manteve a candidatura.

Pouco depois de se lançar na disputa, Reguffe conquistou o apoio da ex-senadora Marina Silva, então recém-filiada ao PSB. Ela anunciou simpatia à candidatura do deputado, mesmo sendo correligionária de Rollemberg. Mas apostava em um acordo, para que a dupla lançasse uma chapa conjunta. Marina deve ser um importante cabo eleitoral para o pleito deste ano, já que foi a presidenciável com maior percentual de votos no DF em 2010. 

“Sincericídio”

Apesar de ter saído fortalecido da reunião de ontem, os discursos da semana passada e a controvérsia do apoio antecipado a Rollemberg deixaram feridas na relação entre Reguffe e o PDT. O deputado ficou irritado com críticas direcionadas a amigos em um encontro realizado na última sexta-feira. Dirigentes pedetistas teriam atacado os aliados de Reguffe, dizendo que o grupo não defende o PDT. “Sempre fui transparente e, agora, vou cometer um ‘sincericídio’. Tenho muitas dúvidas se tenho vontade de ter um novo mandato por esse partido”, afirmou. “A cabeça quente é inimiga de boas decisões, por isso vou esperar uma semana até ter uma posição. Mas a minha tendência é não concorrer mais pelo PDT”, afirmou o deputado. Independentemente de disputar um cargo, ele afirma que apoiará Rollemberg. 

Cristovam minimizou o episódio. “Algumas pessoas podem ter ficado insatisfeitas porque queriam muito que Reguffe fosse candidato ao governo. E o PDT não pode prescindir de um político como o Reguffe, que é o nosso grande líder. Vamos abrir mão da candidatura própria, que era nosso grande sonho, porque reconhecemos que ele tem razão em querer caminhar com o PSB”, justificou Buarque. 

Rollemberg comemorou a decisão do PDT. A chapa com Reguffe era um desejo do senador, que negociou a formação da aliança durante meses. “Fiquei muito honrado com esse posicionamento. Demos um passo importante na construção de uma grande unidade em torno de um novo futuro para Brasília”, disse o senador. “Isso demonstra a força da liderança do Reguffe”.

Por: Helena Mader  - Correio Braziliense - 15/04/2014

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