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#GDF: Final sem graça

No apagar das luzes, Agnelo Queiroz promove um caos administrativo e se despede de forma melancólica


Por:  por Ullisses Campbell - Veja Brasília

Desde que uma crise administrativa eclodiu na reta final de seu governo, Agnelo Queiroz (PT) anda desaparecido. Ninguém o vê pelos eventos públicos nem na residência oficial. Mesmo quem trabalha no Palácio do Buriti não tem encontrado o político pelos corredores. O sumiço do petista não ocorre à toa. No ocaso de sua gestão, todos os dias há servidores públicos ou fornecedores do GDF batendo à sua porta para cobrar dívidas. Segundo o mais recente levantamento do Ministério Público de Contas, o rombo que Rodrigo Rollemberg (PSB) herdará de seu antecessor já chega a 5 bilhões de reais. No desespero para deixar seu crédito no azul, o governador tentou até pagar faturas do passado com dinheiro que só cairá na conta do Tesouro local durante a administração de Rollemberg. “Ele pretendia usar 2 bilhões da dívida ativa, mas uma resolução do Senado (43/2001) proíbe esse tipo de gasto quatro meses antes do fim do mandato”, afirma o procurador Marcos Felipe Pinheiro Lima, do Ministério Público de Contas do DF. Em razão dessa e de outras manobras questionáveis, Agnelo já é alvo de seis processos administrativos movidos pelo MP do DF.

O tormento nesse apagar das luzes do governo petista está diretamente ligado aos reflexos de uma campanha fracassada. Quando pavimentava sua reeleição, no ano passado, Agnelo contrariou a própria equipe econômica — que já previa um fim desastroso para as finanças — e concedeu aumento de até 70% aos professores e de 66% aos médicos. Isso elevou o salário das duas categorias para o topo da lista dos maiores do país. Só o reajuste dos docentes causou impacto de 1 bilhão de reais neste ano. Mesmo com esse pacote de bondades, o funcionalismo público, diante das urnas, optou por outros candidatos e, hoje, protagoniza manifestações contra Agnelo. Resta saber agora com que cara o petista passará a faixa de governador a Rollemberg. 

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