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À QUEIMA-ROUPA: Liliane Roriz, Vice-presidente da Câmara Legislativa

Há quem critique o ex-governador Joaquim Roriz pelo inchaço de Brasília. Como decidiu levantar a bandeira da preservação da capital?

Quem critica Roriz é porque não sabe das 74 favelas que existiam no centro da capital. Elas foram todas extintas e as pessoas foram assentadas onde hoje são cidades e, com isso, Brasília permaneceu preservada. Esse trabalho rendeu o prêmio da ONU de “modelo mundial de assentamento urbano”. Roriz tinha uma grande preocupação com os ideais de JK, Lucio Costa e Niemeyer e conseguiu passar esse sentimento para nós. 


Por que se posiciona de forma contrária à construção do memorial em homenagem ao ex-presidente João Goulart?

É preciso deixar claro que não sou contra o memorial em si, nem mesmo a história do ex-presidente. Sou contrária ao local escolhido para ele, que descaracterizaria completamente o centro de nossa cidade. Se existem vontade política, familiar, recursos e respaldo legal, por que então não transferir essa obra para outra cidade? Todas elas são muito carentes de cultura. 

O filho do ex-presidente Jango, João Vicente Goulart, divulgou uma foto em que comprovaria que  Roriz foi o responsável pela doação da terra para a construção do Memorial do Jango. Isso não atrapalha a sua bandeira?

Roriz recebeu-os na época por um pedido pessoal do senador Pedro Simon. Mas foi uma consulta que ele acabou não dando andamento. Meu pai já deixou o Buriti há quase 10 anos... Por que até hoje esse projeto não foi erguido? É claro que havia problemas, como ainda há. Mas uma coisa eu posso garantir: mesmo se Roriz fosse o autor, coisa que não foi, eu estaria na mesma luta. Não faço política por osmose. Faço por ideais e por defesa de minha cidade.

O que, então, acha que não foi bom na política de Roriz?

Não dá para comparar quase 25 anos atrás com o que ocorre hoje. Pergunto: Se aquelas invasões tivessem permanecido? Seriam favelas, no meio de Brasília, como ocorre no Rio e em São Paulo. Hoje, claro, a política habitacional de Roriz não atenderia mais. Ela resolveu o emergencial da época e, mesmo assim, foi falha. Faltou, por exemplo, contemplar os filhos de pioneiros, que também mereciam o benefício. Mas lá atrás não havia tempo hábil para enxergar falhas como essa. 

A senhora e o governador Rollemberg têm se entendido bem. Há possibilidade de alguma aliança política no futuro?

Fico muito feliz por ver que temos ideais convergentes. Na campanha, ele usou uma coisa que aprendi dentro de casa: ouvir o povo. Isso me aproximou dele. Mas costumo dizer que estamos juntos por um interesse em comum: resgatar Brasília do caos deixado por Agnelo. 


Fonte: Coluna "Eixo Capital" – Por: Ana Maria Campos - Correio Braziliense 

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