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Fundos de pensão no vermelho


Os fundos de pensão das estatais são grandes demais, ricos demais, poderosos demais. Por isso não podem quebrar. O mito que cerca as entidades fechadas de previdência complementar tem muita verdade. Elas movimentam bilhões de reais e administram dezenas de planos. 

Vale citar cinco. A Previ, do Banco do Brasil, tem investimentos de R$ 166,6 bilhões. A Petros, da Petrobras, de R$ 68,2 bilhões; a Funcep, da Caixa Econômica Federal, R$ 56,1 bilhões; a Real Grandeza, de Furnas, R$ 11,2 bilhões; a Fapes, do BNDES, de R$ 8,6 bilhões; e a Postalis, dos Correios, de R$ 7,9 bilhões. 

Parte dos recursos é contribuição dos trabalhadores que buscam remuneração adicional para a aposentadoria. Trata-se, portanto, de poupança para o futuro. Ao longo da vida ativa, o empregado coopera com parcela do salário para conquistar o direito de usufruir velhice mais folgada. A vantagem, portanto, não constitui favor. É direito.

Impõe-se, para que o fundo atinja o objetivo para o qual foi criado, que a gestão seja profissional e transparente. Qualquer desvio deve ser freado no nascedouro. Não é, porém, o que se observa. Há duas semanas, o Correio Braziliense vem publicando reportagens sobre o uso político dos recursos que pertencem aos servidores.

Três grandes fundos apresentam problemas que, com razão, causam apreensão aos interessados. A Postalis amarga rombo de R$ 5,6 bilhões. A conta bate no bolso de participantes e pensionistas. Eles precisam arcar com dinheiro extra para tapar o buraco que não cavaram. A Funcef segue o mesmo rumo. O montante do rombo alcança a soma de R$ 5,5 bilhões, que os funcionários da Caixa levarão 12 anos para saldar sem a garantia de que não surgirão novos desequilíbrios.

Não teve melhor sorte a Fundação Petros. O primeiro prejuízo no plano de previdência ocorreu em 2013. Também 2014 deve registrar perdas. Se 2015 mantiver contas no vermelho ou o deficit alcançar 10% do patrimônio, os trabalhadores da petroleira terão de tirar do bolso percentual dos vencimentos ou dos proventos para cobrir as perdas. 

Os gestores responsabilizam o péssimo desempenho do mercado de ações pelo mau resultado que apresentaram. Talvez tenham parcela de razão. Mas o peso recai sobre o uso político dos fundos que levaram a investimentos temerários como a compra de ações do fundo soberano da Venezuela, no caso da Postalis. A Polícia Federal investiga o envolvimento de administradores da Petros na Operação Lava-Jato. 


São dois entre tantos exemplos de farra com o dinheiro do trabalhador. Eles autorizam pergunta direta que exige resposta clara. Por que a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), reguladora do sistema, não atua com mais agilidade para prevenir em vez de remediar? 



Fonte: Visão do Correio Braziliense

1 Comentários

  1. A apuração dos responsáveis pelo assalto que fizeram ao nosso Fundo de Pensão pode estar próximo de ocorrer com a CPI dos Fundos de Pensão e se esculhambamos o Romário quando ele retirou a assinatura, agora temos que enaltecê-lo pois voltou a assinar o pedido da CPI. E você já fez a sua parte e assinou a petição no site da Avaaz? Estamos com 7.749 assinaturas e precisamos de 10.000. Faça a sua parte e assine e peça aos amigos para assinar e nos ajudar.https://secure.avaaz.org/po/petition/Presidente_da_Camara_dos_Deputados_Federais_Abrir_a_CPI_dos_Fundos_de_Previdencias_para_apurar_corrupcao/?cUchwdb

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