Instituição saltou da categoria C para a classe A. Avaliação
fica a cargo de um sistema nacional ligado ao Ministério do Meio Ambiente
O Jardim Botânico de Brasília foi elevado à categoria A, a
mais completa classificação possível para uma instituição do tipo. Agora,
compartilha com três outros estabelecimentos o topo do ranking entre todos os
jardins botânicos brasileiros. O reconhecimento se deu após uma análise da
infraestrutura, do corpo técnico e das atividades desempenhadas pelo local.
“Este
resultado é fruto de um trabalho de 30 anos”, comemora Jeanitto Gentilini,
diretor-executivo do órgão, em alusão ao período de funcionamento do local. Na
avaliação anterior, em 2012, a área foi classificada na categoria C, ao lado de
outras 11 instituições. De lá para cá, foi a única dessas a atingir o patamar
máximo.
Além do
valor simbólico do novo enquadramento, Gentilini cita benefícios da evolução:
“Reforça a nossa credibilidade junto ao meio acadêmico, desperta maior
interesse dos pesquisadores — o que pode qualificar mais a nossa revista
eletrônica de artigos científicos — e pode aumentar a capacidade de captação de
recursos”.
Critérios
A classificação é feita pelo Sistema Nacional de
Registro de Jardins Botânicos, órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente, e
segue a Resolução nº 339, de 2003, do Conselho Nacional do Meio Ambiente.
O texto
estabelece oito critérios básicos que devem ser atingidos em todas as
categorias (A, B e C), como a produção de mudas, a realização de programas de
educação ambiental e a manutenção de infraestrutura para visitantes.
Para
atingir o nível A, são exigidos itens complementares, como biblioteca
especializada e programa de publicação técnico-científica, o que totaliza 16
requisitos.
Entre os
avanços dos últimos anos, Gentilini ressalta a criação de uma biblioteca
virtual, com o apoio do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia, que ampliou bastante o então reduzido acervo em papel. Em julho,
mais uma novidade deve ser inaugurada: o Centro de Excelência do Cerrado.
A
reclassificação do Jardim Botânico de Brasília deve ser publicada no Diário
Oficial da União nesta semana. O mesmo texto elevará
ao patamar máximo mais uma instituição, aumentando para quatro o número de
jardins botânicos classe A no Brasil — unidades de São Paulo e do Rio de
Janeiro eram as únicas na lista — de um total de 25 estabelecimentos avaliados
pelo sistema nacional.
Lazer
Mais importante instituição do tipo no cerrado, a
área é muito procurada pelos brasilienses, que aproveitam as trilhas, os
jardins temáticos, o orquidário e os demais espaços de proximidade com a
natureza.
“Além da
beleza, esse é um lugar diferente pelas construções, pelas espécies”, justifica
a bióloga Heloíza Bastos, de 52 anos, moradora do Cruzeiro. De duas a três
vezes por ano, ela vai ao local para um piquenique em família. “Gosto desse
ambiente tranquilo”, completa o militar Antônio José Bastos, de 42 anos, marido
de Heloíza.
Étore Medeiros e Samira Pádua, da Agência
Brasília - Foto: Dênio Simões/Agência Brasília