Mesmo com derrubadas de
cercas, é necessária uma decisão judicial para liberar a área para a população
Decisão judicial ainda não liberou a
área na orla do Lago Paranoá. Acontece, porém, que prévia de noivas, fotos para
aniversário de 15 anos e encontros com direito a banhos estão sendo realizados
próximo às derrubas. Além disso, são organizadas, nas redes sociais,
comemorações em relação às desobstruções, como o Isoporzinho, marcado para este
domingo - 30/8.
Antes de
liberar a região para visitação, os técnicos do órgão ambiental realizarão
mapeamento para saber a real situação do local, como se encontra o solo, a água
que margeia o local e os danos ambientais que foram causados.
O Ibram
defende que a tônica desse uso seja definida pela própria população do Distrito
Federal. Por isso, dentro do eixo Participação Social, está prevista a ação
Diálogos da Orla, que se traduz em audiências públicas físicas nas regiões administrativas
envolvidas mais diretamente com a orla, como também audiência pública virtual,
em que os interessados no assunto poderão opinar.
Enquanto não
se define o mapeamento, somente o Parque Ecológico do Anfiteatro Natural do
Lago Sul, conhecido como Asa Delta (QL14), está liberado para a população. O
restante, só após 60 dias.
Devido a
visitações e encontros marcados no local, os 22 órgãos fiscalizadores estão
decidindo se será necessário criar medidas proibitivas com a intervenção da
Polícia Militar ou apenas uma orientação à população sobre as proibições.
Depois de
retirados cercas, muros e alambrados, técnicos do Ibram farão o inventário do
que foi construído na faixa de preservação. Ao fim de cada etapa da
desobstrução, as frações serão abertas à comunidade e serão mantidas pelo
Ibram.
Terceiro
dia de derrubadas
A
Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis), em seu terceiro dia
de operação na orla do Lago Paranoá, na QL 12 do Lago Sul, encontrou mais
duas bombas de captação irregular de água. Elas estavam sem uso havia mais de
dez anos e, por isso, ninguém foi notificado. Esse tipo de equipamento no lago
configura crime ambiental, pois caracteriza furto de água em manancial.
Até as 16h
de ontem, equipes da Agefis tinham feito a derrubada de estruturas de quatro
casas da QL 12. Na última, parte do jardim e um canil foram desativados. Em
duas residências, havia uma quadra poliesportiva e um campo de futebol de
areia.
Segundo a
Agefis, as estruturas não serão demolidas e podem servir para uso público. Além
do jardim e do canil, 18 metros de cercas vivas, 18 metros de alambrado e 10
metros de canil foram derrubados.
Visitante
acha justo o GDF cuidar do local
O visitante
das margens Roberto Colletti acha justas as derrubadas, desde que o governo se
comprometa a cuidar do local e oferecer segurança. “Se a área foi invadida,
nada mais justo que a desocupação. Mas tampouco acho justo desocupar e o
governo não cuidar”.
Segundo a
Agefis, logo depois da desobstrução e durante o processo da definição do Plano
de Ocupação, haverá um trabalho de organização do espaço para uso imediato.
O Ibram e a
Novacap reconstruirão a paisagem, farão ciclovias e instalarão bancos. Se
houver píer ou outros equipamentos na faixa dos 30 metros construídos pelos
moradores, eles serão aproveitados e se tornarão bens públicos.
Saiba
mais
Hoje, ocorre
o primeiro Diálogos da Orla, encontro da população com representantes do Ibram
para discutir ocupação da faixa de 30 m a partir da margem. A reunião será na
Administração Regional do Lago Norte, no Centro de Atividades 5, das 19h às
21h.
Fonte: Tatiane Alves - Especial
para o Jornal de Brasília