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CARLOS CHAGAS: A HORA DA “JARDINEIRA”

Por: Carlos Chagas
O contingente da recém-criada Força Aérea Brasileira chegou a Napoles, na Itália, para incorporar-se aos quadros que lutavam contra o nazismo. A Força Aérea dos Estados Unidos preparou magnífica recepção a seus colegas do Brasil, com impecável desfile militar e banda de música, chegando ao clímax quando o general comandante americano, depois de mandar entoar o  Hino dos Aviadores de seu país, dirigiu-se ao nosso comandante,  coronel Nero Moura, anunciando no microfone que agora ouviríamos o Hino da Força Aérea Brasileira. O diabo é que as coisas tinham andado rápido demais. Se dispúnhamos de aviadores, ainda não possuíamos hino. O constrangimento parecia fatal quando um sargento sussurrou ao nosso  comandante: “Coronel, mande tocar a “Jardineira”.
Nero Moura ordenou que a banda atacasse com a marchinha vitoriosa no Carnaval daquele ano, que o Brasil inteiro conhecia e cantava. Foi um sucesso absoluto, a ponto de o general americano cumprimentar efusivamente o comandante brasileiro e até pedir a partitura da “Jardineira”, que imaginou ser o hino da nossa Força Aérea…
Por que se conta essa historinha?  Porque a improvisação sempre foi uma característica brasileira. Deveria a presidente Dilma parar de bater cabeça com seus ministros e líderes políticos, sem saber exatamente o que o governo pode fazer para enfrentar a crise econômica. Que tal inundar o país com um plano em condições de devolver o otimismo a empresários e trabalhadores?  Proibir demissões, contratar obras públicas, jamais aumentar impostos, mas cortar gastos na máquina pública e também no setor privado. Interromper, pelo tempo que for necessário, o pagamento de extorsivos juros devidos à divida pública, que só beneficiam os especuladores. Enquadrar os bancos e limitar seus abomináveis lucros obtidos às custas da economia nacional. E quanta coisa a mais, sob os acordes da “Jardineira”, ou melhor, da improvisação otimista que nunca nos tem faltado?
QUEM MANTERÁ A ORDEM?
Continuando as coisas como vão, ou seja, com o governo sem saber o que fazer  diante da crise, multiplicando-se as demissões na indústria, no comércio, nos serviços, na educação e na saúde, breve se tornará inevitável a reação das massas. Certas coisas pegam feito sarampo. A invasão de algum supermercado na periferia de alguma favela poderá acender um rastilho impossível de ser contido.  Nessa hora, fazer o quê?
É preciso evitar a explosão. Depois, todos lamentaremos os estilhaços.

CHARGE DO ALPINO

Compartilhado do Blog "Tribuna da Internet"

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