Mesmo com a crise no país, o Banco de Brasília aposta na
expansão dos negócios vai inaugurar, inclusive, mais uma agência em
Goiânia. Novas tecnologias e ampliação de produtos de capitalização,
previdência e seguros estão nos planos dos próximos três anos
Quando a poeira vermelha ainda predominava no Distrito
Federal e os esqueletos dos prédios eram erguidos freneticamente dia e noite, a
cidade viu nasceu o primeiro banco da cidade. O Banco Regional de Brasília
S.A., hoje Banco de Brasília, abriu as portas em 1º de setembro de 1966, há
exatos 49 anos. Criado para ser um agente financeiro do governo e possibilitar
a captação de recursos para o desenvolvimento da região, a instituição cresceu,
se consolidou e, mesmo com um cenário econômico brasileiro ruim até o fim do
próximo ano, tem planos de expansão dos negócios.
Em entrevista ao Correio, o presidente do BRB, Vasco Cunha Gonçalves, fez um balanço da entidade e falou sobre o futuro que pretende construir no comando da instituição financeira. Para os próximos três anos, a meta é deixar o banco mais moderno e forte por meio do investimento em novas tecnologias e da ampliação dos produtos nas áreas de capitalização, previdência e seguros.
Em entrevista ao Correio, o presidente do BRB, Vasco Cunha Gonçalves, fez um balanço da entidade e falou sobre o futuro que pretende construir no comando da instituição financeira. Para os próximos três anos, a meta é deixar o banco mais moderno e forte por meio do investimento em novas tecnologias e da ampliação dos produtos nas áreas de capitalização, previdência e seguros.
O BRB foi criado
a fim de que o GDF pudesse ter um agente financeiro e captasse recursos para o
desenvolvimento da região. Hoje, qual é o papel do BRB?
O BRB
cresceu com a sociedade de Brasília e região, e continua com essa função. Mas
se diversificou. O banco atua junto à população de forma geral, com empresas, e
é um importante prestador de serviços do governo. A nossa carteira voltada para
os agronegócios também tem se ampliado.
Houve um tempo
em que os clientes eram, em sua maioria, servidores públicos do GDF. Essa ainda
é a realidade?
Não. A
maioria dos nossos clientes (pessoa física) não são funcionários do Governo do
Distrito Federal. São da iniciativa privada ou mesmo do governo federal. A
tendência é isso se ampliar, ainda mais com os nossos projetos de crescimento
no corredor Brasília-Goiânia. Vamos inaugurar, ainda este mês, a segunda
agência em Goiânia. Temos unidades em todas as cidades de Goiás que cercam o
Distrito Federal e, na região de Unaí (MG), possuímos uma cartela importante de
clientes ligados ao agronegócio.
A tecnologia é
um fator essencial para os bancos. De que forma a atual administração trabalha
esse item?
Temos um
foco de investimento forte na estabilização dos nossos sistemas. Não temos
tido, nos últimos meses, evento grande de descontinuidade de atendimento. Nosso
projeto é dotar o banco do mesmo tipo de tecnologia usada por outras
instituições. Em 13 de agosto, fizemos o pré-lançamento no mobile bank. Isso
vai permitir ao cliente efetuar pagamentos, transferências e aplicação em
fundos de investimento, por exemplo. Em outubro, vamos lançar o Banknet,
voltado para as empresas com muito mais serviços. O produto terá ferramentas
que vão permitir aos empresários uma maior organização nos pagamentos e nas
cobranças. Além disso, estamos em fase final de licitação de todas as máquinas
de autoatendimento. Elas serão acessíveis às pessoas com deficiência física ou
auditiva, serão mais modernas, seguras e fáceis de serem usadas. Vamos começar
a substituições ainda este ano.
A previsão é de
turbulência econômica até o fim de 2016. Quais são as expectativas para o BRB?
Neste
cenário, nós temos que fazer nosso trabalho e ultrapassar essa ponte. No
primeiro semestre, atuamos para identificar pontos de redução de despesas com o
objetivo de evitar desperdícios. Devemos continuar no caminho. Como a economia
do país passa por um período de turbulência, com queda de PIB, no DF não foi
diferente. Nesse cenário, tivemos um pouco de aumento na inadimplência de
pessoa jurídica, principalmente. Por isso, reformatamos a concessão de crédito
na área e criamos produtos mais adequados. Temos que continuar crescendo, mas
com cautela, até que a economia passe para um outro momento. Os custos de
captação estão elevados, por conta do aumento da taxa Selic, que vem crescendo
ao longo desse um ano e meio. E temos que conviver com esse custo. Mas não
paramos de crescer na concessão de crédito. Só não estamos crescendo no mesmo
ritmo de antes. Estamos trabalhando para isso e vamos atacar fortemente a área
de recuperação de crédito.
Qual é o
destaque do primeiro semestre na atividade do banco?
Mantivemos
o nível de liquidez do caixa bastante confortável, assim como o índice de
Basileia (exigências mínimas de capital como precaução contra o risco de
crédito). O índice de liquidez imediata aumentou em 2015, principalmente em
função da elevação das operações de tesouraria, decorrente de um cenário mais
restrito e seletivo ao crédito. Além disso, a redução dos depósitos à vista
também contribuiu para a elevação do índice, pois, em um cenário de juros
elevados, há uma tendência por parte dos clientes de direcionar os recursos
excedentes em contas-correntes para aplicações financeiras, especialmente CDB e
poupança (depósitos a prazo). O índice no primeiro semestre de 2014 era de 1,19
e foi para 1,81 no primeiro semestre de 2015. Em outras áreas, temos sido
procurados por diversos investidores do mercado financeiro para estruturar
operações, captações para outras empresas. Isso é um reconhecimento de como o
banco é forte e pode atuar em outras áreas, como a de mercado de capitais, que
administra fundos de investimentos e operações estruturadas.
Fonte: Adriana Bernardes – Correio Braziliense – Foto: Ed
Alves/CB/D.A/Press