Produtos podem ser obtidos gratuitamente pela população
Com um
laboratório que chegou a produzir aproximadamente 25,5 mil fitoterápicos apenas
em 2014, a Farmácia Viva da Secretaria de Saúde vem ampliando a distribuição de
produtos em todo o Distrito Federal. São 10 remédios diferentes extraídos de
sete plantas medicinais cultivadas nos canteiros da unidade, localizada no
Riacho Fundo. A produção abastece 22 unidades de saúde, sendo a maioria delas
postos e centros.
“O xarope
expectorante de guaco para gripe, resfriado e infecções respiratórias com muco
ou catarro é o que tem maior saída. Apenas no início do mês produzimos 600
frascos. Esse é um produto que não pode faltar no estoque, porque o consumo é
muito alto”, disse o chefe da Farmácia Viva, Nilton Luz Netto Junior, ao falar
das versões do fitoterápico em chá medicinal e tintura.
Na lista
também estão o gel cicatrizante de babosa, pomada cicatrizante para pele de
confrei, gel antisséptico de alecrim pimenta, para tratamento de infecções
causadas por fungo e bactérias na pele, além da tintura do boldo nacional, com
ação digestiva para mal estar estomacal.
Há ainda
outro fitoterápico de ação digestiva, retirado do funcho, que evita a formação
de gases intestinais. Já com a erva baleeira, uma planta genuinamente
brasileira, é possível fabricar a pomada e o gel anti-inflamatório para dores
nos músculos e tendões. O remédio, que trata tendinite e outras doenças afins,
é utilizado em conjunto com o aparelho ultrassom, que tem ação física, pelas
equipes de fisioterapia da regional do Guará.
O boldo
nacional, o funcho e a erva baleeira são os únicos medicamentos padronizados e
referenciados pela Secretaria de Saúde na atenção primária para as respectivas
funções.
“Oferecer
o fitoterápico não como substituto, mas como única ou primeira opção da lista é
muito positivo, porque possibilita o uso de um produto natural com menos
efeitos colaterais, valorizando a biodiversidade e a baixo custo, em relação a
alguns medicamento sintéticos”, avaliou Nilton.
MITOS E ALERTAS - Para quem não acredita na qualidade dos produtos fitoterápicos,
as plantas utilizadas têm uso autorizado e eficácia comprovada pelo Ministério
da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que também
determinam critérios para controle da qualidade para a linha de produção.
“Atualmente,
as práticas tradicionais são habituais para 80% da população mundial, segundo a
Organização Mundial da Saúde. Com a oferta de fitoterápicos pela Secretaria de
Saúde, estamos incentivando essa cultura”, disse.
O
cultivo, feito no Instituto de Saúde Mental do Riacho Fundo, é sem agrotóxicos
e pesticidas, ou seja, de forma orgânica, nos próprios canteiros da Farmácia
Viva, onde existem, no total, 50 espécies, entre elas, cajueiro, mastruz,
alfavaca, sálvia e folha santa, que também são usadas para fazer
remédio. Após o desenvolvimento adequado da planta, ela é desidratada para
ser transformada em pó, o qual é utilizado para produzir o fitoterápico a partir
de processos farmacêuticos. Os produtos são embalados com rótulo e organizados.
“O xarope de guaco vale por um ano lacrado e, após aberto para o uso, precisa
ser consumido em 10 dias”, citou o farmacêutico.
Embora a
eficácia seja comprovada, o farmacêutico destaca que é necessário ficar alerta
ao uso. “Não se pode usar plantas sem a devida orientação. Algumas podem se
tornar um veneno quando não utilizadas corretamente. Só no Brasil temos três
plantas totalmente diferentes conhecidas como boldo. Nós usamos o boldo
nacional. Tem que ser a planta correta e o uso adequado”, observou.
Outro
exemplo citado por ele foi o confrei, que só pode ser usado externamente, não
pode ser ingerido. “Ele contém constituintes tóxicos ao fígado. Por isso, é
necessário a indicação correta”, disse.
Para quem
quiser saber mais, tanto a população quanto estudantes podem fazer visitas
agendadas enviando e-mail para farmaciaviva.df@gmail.com.
Por esse endereço, também é possível se cadastrar para receber
informações.
DISTRIBUIÇÃO – Atualmente,
a cobertura da Farmácia Viva no Distrito Federal chega a 25%, com a inserção
recente de mais um centro de saúde, o número 3 de Samambaia, na lista de
unidades beneficiadas. A perspectiva é que este ano a produção cheque a 30 mil
produtos.
“Em
Samambaia, atingimos 75% de cobertura, já que este é o terceiro, de quatro
centros, cadastrado para receber os fitoterápicos, contabilizou o profissional,
ao destacar que é mantido um estoque mínimo de todos os fitoterápicos para
garantir a distribuição em quantitativo suficiente às unidades cadastradas.
Segundo
ele, para ter acesso, é necessário ter receita médica. Farmacêuticos,
dentistas, médicos e enfermeiros podem prescrever.
Confira abaixo as unidades cadastradas pela
Farmácia Viva:
· Brazlândia – Centro de
Saúde 1
· Gama – Centros de Saúde 5 e
2
· Taguatinga - Centros de
Saúde 4 e 5
· Sobradinho – Centro de
Saúde 3
· Bandeirante – Centro de
Saúde 2
· Guará – Centros de Saúde 3 e 1
(utilizam o gel da erva baleeira na fisioterapia)
· Samambaia – Centros de
Saúde 2, 3 e 4
· Santa Maria – Hospital
Regional (utiliza o gel da erva baleeira na acupuntura)
· São Sebastião -
Equipe Estratégia Saúde da Família e Centro de Saúde 1
· Recanto das Emas – Clínica
da Família 2 e Centro de Saúde 2
· Riacho Fundo 1 – Instituto
de Saúde Mental e Centro de Saúde 3
· Candangolândia – Centro de
Saúde 1
· Riacho Fundo II – Centro de
Saúde 4
· Asa Sul – Hospital Dia