“O
poder econômico não pode ser o eleitor da OAB”. O apelo foi feito por Ronaldo
Poletti, um dos mais respeitados advogados do DF, durante encontro realizado
ontem para debater o processo de sucessão na Seccional DF da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB-DF), previsto para ocorrer em novembro.
Da
discussão, realizada em um restaurante da Asa Sul, participaram mais de
80 advogados e advogadas públicos e privados que defendem mudanças na atual
gestão da instituição.
“Precisamos,
a partir da OAB-DF, iniciar o processo de mudança do Brasil”, completou
Poletti.
Advogados
questionam as superestruturas de disputa montadas pelas chapas concorrentes nos
últimos pleitos. Atualmente, a Ordem registra cerca de 40 mil inscritos. Na
última disputa, cerca de 15 mil votaram. Os números equivalem à disputa por uma
vaga na Câmara Legislativa do DF.
“Defendemos
e adotamos o Custo Zero de campanha. Dos 20 itens de despesas previstos,
teremos gastos mínimos com apenas quatro deles”, afirma o advogado e professor
Paulo Roque Khouri, pré-candidato à Ordem pelo Movimento OAB Independente, que
organizou a discussão.
Paulo
Roque lidera a oposição a atual gestão e ao candidato da situação, Juliano
Costa Couto, que é apoiado pelo presidente da Ordem, Ibaneis Rocha.
Resgate - O ex-presidente da instituição, o advogado Amauri
Serralvo, que enfrentou a ditadura militar para defender a OAB, desferiu duras
críticas contra o comando da Ordem.
“A
OAB-DF praticamente não existe mais”, lamentou Serralvo.
“É
preciso haver mudanças para voltar a termos orgulho de ostentar a carteira da
Ordem”, defendeu.
Greve - Os advogados também criticaram a falta de ação da
OAB-DF diante da greve dos servidores do Judiciário, que dura quase 100 dias.
Para o
advogado Ricardo Baitello, é preciso que a Ordem retome sua altivez. “É preciso
retornar ao status quo duramente conquistado. Não podemos retroceder”, disse.
Como
representantes do seguimento feminino da classe, as advogadas Ivonete
Granjeiro, Denise Vargas e Madalena Carneiro defenderam maior participação das
mulheres nos cargos de comando da Ordem e mudanças na atual forma de gestão.
Atualmente,
a representação é quase insignificante e distante da promessa de campanha de
Ibaneis. “Precisamos dar poder às mulheres neste momento para que a OAB-DF seja
um paradigma, um modelo para as demais seccionais”, afirmou Granjeiro.
Fonte: Estação da Notícia