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#TERRASPÚBLICAS » Entre piscinas e campos


Fiscais da Agefis e do Ibram se surpreenderam com o tamanho de uma piscina e de um campo de futebol que ocupavam irregularmente a orla do espelho d'água: privilégio no Lago Sul

Operação realizada ontem, na Península dos Ministros, encontrou mais áreas destinadas a esporte e lazer que invadiam as margens do Lago Paranoá. GDF avalia se esses equipamentos poderão ser usados pela população

A chuva não atrapalhou ontem o trabalho dos fiscais da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) e do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) na orla do Lago Paranoá. Duas residências foram vistoriadas e tiveram as cercas retiradas. No espaço retomado, algumas surpresas: um campo de futebol, uma piscina e duas quadras, uma de tênis e outra poliesportiva. Desde o início das operações, os fiscais encontraram pelo menos duas piscinas, dois gramados de futebol, uma área para vôlei de areia, três quadras de tênis e duas poliesportivas, tudo em terra considerada pública, na Península dos Ministros.

Para alguns usuários dos parques da região, as benfeitorias seriam bem-vindas. “Acho que deveriam liberar as quadras de esporte, pois, quem mora aqui costuma ir até o Parque da Cidade para praticar. Se tivesse lugar aqui, seria mais fácil”, comenta o militar Lucas Rodrigues de Souza. O rapaz costuma usar a ciclovia do parque da Península Sul, onde acontece parte das ações de desobstrução.

Mas os esportistas terão de esperar um pouco para aproveitar as estruturas. Além de o parque estar fechado, pelo menos por enquanto, é preciso aguardar a liberação do Ibram, como explica o superintendente de Fiscalização, Ramiro Hofmeister Martins-Costa. “Durante as ações, estamos fazendo o levantamento quantitativo dessas áreas de lazer. Depois, temos de analisar o impacto ambiental dessas construções, pois o intuito maior da desobstrução é proteger o meio ambiente das Áreas de Preservação Permanente (APPs). Só após a conclusão desses estudos, o Ministério Público poderá decidir, judicialmente, se as quadras, os campos e as piscinas deverão ser usados ou se os proprietários terão de arcar com a demolição deles”, explicou.

Lago Norte
A tendência, porém, é de que a maioria dos locais sejam mantidos para uso da população. “ A minha opinião pessoal é de que as quadras esportivas e os campos de futebol que estejam em boas condições sejam destinados aos usuários, uma vez que estão mais afastados da margem e costumam ter impacto menor. As piscinas, que oferecem algum risco para os visitantes e exigem uma maior manutenção, provavelmente serão desmanchadas”, prevê Ramiro. “Mas essa é apenas uma opinião”, ressalta.

As operações seguem na Península dos Ministros pelos próximos dias e novos espaços devem ser realocados para domínio público. Ainda não há previsão para o término das ações no local, mas é certo que, após a conclusão dos trabalhos na região, as equipes do governo se voltarão para o Lago Norte a fim de dar continuidade à primeira fase do plano de desobstrução da orla.

Fonte: João Gabriel Amador - Especial para o Correio Braziliense – Foto: Gustavo Moreno-CB/D.A.Press.

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