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Uma "Bela" matéria: Bem-vinda, primavera

A passagem entre a seca e as chuvas é marcada por cores fortes e flores perfumadas: época de contemplar a natureza em toda a sua diversidade

Chegada da estação alegra a cidade, que tem o privilégio de ser florida o ano todo. Mesmo com a transição, o calor deve continuar

Às 5h20 de ontem teve início a estação das flores. É quando as cores vibrantes invadem ainda mais a paisagem do Distrito Federal e deixam a capital mais bonita. A primavera é período de reprodução da natureza, época em que ela se renova e se prepara para produzir frutos. Enquanto isso, há quem reproduza gentileza. Na manhã desta quarta-feira, alguns brasilienses tiveram a sorte de ser presenteados com flores. Para comemorar o início da sua estação do ano preferida, a analista de marketing e florista Bruna Pelegio, 28 anos, fez 100 arranjos com flores do cerrado e distribuiu para quem almoçava no restaurante Cantucci, na 403 Norte. As pessoas recebiam com surpresa o presente e, como as flores, os sorrisos desabrochavam diante da atitude de Bruna. “Algumas pessoas me olhavam e achavam que eu estava ali para vender flores, que é uma prática comum nos bares e restaurantes da cidade. Então, quando eu explicava do que se tratava a ação e entregava as flores elas, se derretiam. Nesta época, a natureza nos inspira a florescer por dentro”, comenta.


A paixão de Bruna pelas flores começou cedo e em casa. A mãe foi decoradora e a avó se dedicava ao cultivo das flores. “Uma grande amiga minha ia se casar e eu fiz um buquê para ela como demonstração de carinho. As pessoas gostaram muito e começaram a me procurar. Foi então que percebi que fazer as coisas que a gente ama e colocar isso à disposição do mundo, definitivamente, dá certo”, relata a florista. Hoje, ela possui um ateliê na 310 Norte chamado Moça do Buquê. Lá, produz arranjos, buquês para noivas e decoração. “Eu me encontrei nas flores, elas me acompanham desde o dia que nasci e vão comigo para sempre”.


Erica Ruth, 34 anos, estava almoçando com uma amiga quando foi abordada pela florista e recebeu um arranjo de girassóis, coincidentemente, uma de suas flores favoritas. “Também sou apaixonada pelos ipês, quase bati o carro tentando fotografar um deles recentemente. As flores do cerrado são discriminadas, mas são lindíssimas”, disse. Alexandre Almeida, 40, fez questão de garantir o seu arranjo. O objetivo era repassar o gesto de carinho. “Peguei para presentear a minha sogra. Ela é apaixonada por flores”, afirmou Alexandre. Helena Zanetti, 64 anos, e Maria Auxiliadora Martins, 60, sentiram-se especiais com a abordagem. “Esta é uma estação mais alegre, acredito que as flores são as responsáveis por esse sentimento”, disse Maria Auxiliadora.

Calor
A primavera marca a transição entre a seca e a chuva, porém a mudança não será imediata. As temperaturas elevadas continuarão pelo menos até o fim do mês, com possibilidade de chuvas isoladas a partir do domingo.


Ingrid Peixoto, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), garante que o calor não chegou ao fim e que a previsão do tempo continua a mesma: tempo claro a parcialmente nublado, acompanhado de névoa seca. As temperaturas devem variar entre 35ºC e 18ºC, a umidade máxima é de 50% e a mínima de 15%. Nas madrugadas, a temperaturas tem ficado entre 17ºC e 19ºC nos últimos dias.

Entretanto, a meteorologista ressalta que existem mudanças no padrão de nebulosidade para o fim de semana. “Isso ocorre em razão dos ventos oriundos da Amazônia, que vão atingir o DF. Entre o domingo e segunda-feira, há probabilidade de chuvas em áreas isoladas”, acrescenta Ingrid. Segundo ela, na segunda quinzena de outubro começarão as fortes pancadas de chuva.


"Nesta época, a natureza nos inspira a florescer por dentro" Bruna Pelegio, florista

A engenheira agrônoma Carmen Correia explica que, em Brasília, a transição das estações não é muito clara. Isso ocorre porque os quatro períodos do ano não são bem definidos. Na prática, é uma questão mais simbólica. “Nós herdamos a valorização da primavera. No Hemisfério Norte, por exemplo, a chegada da primavera é muito evidente, porque no inverno, devido às baixas temperaturas, não existem flores. Aqui não é assim, o nosso clima é favorável para as flores o ano inteiro”, explica Carmen.

De acordo com a agrônoma, a ausência de chuvas e umidade não é desfavorável para a florada das plantas. Segundo ela, ocorre apenas uma desorganização dos momentos de florada. “Este ano tivemos uma antecipação dos ipês. Em abril, haviam ipês-roxos floridos e isso é atípico”, destaca. A especialista pontua que o único prejuízo que a baixa umidade provoca é a menor duração das floradas. “A falta de umidade faz com que as flores caiam mais rápido, mas isso não é nada de anormal”, avalia.

Para saber mais - Variedade dá o tom
De acordo com a Novacap, existem 585 canteiros de flores no DF. Cada um possui, em média, 3 mil flores. As escolha das espécies plantadas depende da época do ano; assim, há flores em todos os meses. No período de seca, são utilizados todos os 30 mil tipos cultivados no Viveiro I da Novacap. Há canteiros de mudas perenes, com maior durabilidade, e outros são de ervas temporárias, que duram, em média, quatro meses. As mudas de flores mais utilizadas na primavera são as zinnias, de várias cores, e as tagetes, em diversos tons de amarelo.

Fonte: Correio Braziliense - Fotos: Minervino Junior/CB/D.A.Press  


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