No segundo dia da greve dos professores da rede
pública, escolas do Distrito Federal apresentaram situações variadas. Enquanto
houve paralisação total em algumas unidades, outras mantiveram funcionamento
parcial ou mesmo pleno. Por enquanto, sindicato e Secretaria de Educação não
conseguem dimensionar a taxa de adesão da classe. A paralisação foi deflagrada
na quinta-feira, após ato público realizado na Praça do Relógio, em Taguatinga.
A principal reivindicação dos servidores é a quitação da última parcela do
reajuste salarial da categoria, estabelecido em 2013. Mas, segundo
representantes do governo, não há condições orçamentárias para o pagamento.
Assim, para parte dos alunos da rede pública, não
houve aula na sexta-feira. Em centros educacionais, como a Escola Classe da 304
Norte, os portões permaneceram fechados. Mas nem todas as escolas deixaram de
receber os estudantes. No Centro de Ensino Médio Elefante Branco, na Asa Sul,
por exemplo, parte dos professores mantiveram as atividades. “Os que têm contrato
temporário vieram, principalmente para aplicar provas ou receber trabalhos”,
conta o estudante do 2º ano Matheus Pereira, 17 anos.
Em alguns casos, a greve passou imperceptível. Na
Escola Classe 308 Sul, as aulas foram dadas normalmente. “Recebemos um
comunicado do colégio informando que não haveria paralisação”, relata o
funcionário público William Santiago, que levou o filho William, 8, para o
colégio. Em compensação, o irmão mais novo, Jacques, 4, teve de ficar com o
pai, pois o Jardim de Infância em que estuda não abriu as portas.
A diversidade de situações é ainda maior devido aos
feriados da semana — Dia de Nossa Senhora Aparecida e Dia do Professor. Cada
colégio decidiu como organizar os abonos referentes às datas. Dessa forma,
ainda não há consenso entre o Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) e a
Secretaria de Educação quanto ao número real de escolas e profissionais que
aderiram ao movimento. Apenas na segunda-feira, com o retorno da programação
normal, as instituições poderão realizar os levantamentos.
Para a Associação dos Pais e Alunos das
Instituições de Ensino do Distrito Federal (Aspa-DF), os estudantes serão
prejudicados com a greve.
“Concordamos com as reivindicações dos professores
e queremos que eles sejam valorizados. Mas a perda de aulas nesta fase final do
ano letivo pode prejudicar muito os alunos, especialmente os do ensino médio,
que estão prestes a fazer provas de vestibular e do Enem”, opina Luis Cláudio
Megiorin, presidente da Aspa-DF.
Por: João Gabriel Amador
- Especial para o Correio Braziliense –
Foto/Ilustração: Blog-Google