Se a própria presidente não for capaz do gesto de grandeza
(renúncia ou a voz franca de que errou, e sabe apontar os caminhos da
recuperação nacional), assistiremos à desarticulação crescente do governo e do
Congresso, a golpes de Lava-Jato” (18/8/2015)
“Esse ‘ Fora, Dilma’ é como o ‘Fora FHC’. A Dilma hoje simboliza, é alvo dessa irritação. Mas não creio que seja transcrito em passos exatamente para tirá-la do poder”
“Esse ‘ Fora, Dilma’ é como o ‘Fora FHC’. A Dilma hoje simboliza, é alvo dessa irritação. Mas não creio que seja transcrito em passos exatamente para tirá-la do poder”
(19/3/2015)
Hoje, nós demos um passo e, para esse passo, devemos olhar e
valorizar. Não tem ‘engavetador da República’, não tem controle da Polícia
Federal, nós não nomeamos pessoas políticas para os cargos da Polícia Federal”
(20/2/2015)
“Aqueles que dizem que aqui (Nordeste) estão as pessoas com menos compreensão, com menos educação, que não sabem votar, é porque não acompanharam tudo o que vem acontecendo aqui“
(8/10/2014)
“Aqueles que dizem que aqui (Nordeste) estão as pessoas com menos compreensão, com menos educação, que não sabem votar, é porque não acompanharam tudo o que vem acontecendo aqui“
(8/10/2014)
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a sugerir
ontem que a presidente Dilma Rousseff deveria renunciar como um ato de
grandeza. O tucano afirmou que o melhor caminho para o país sair da crise seria
a petista atrelar a sua renúncia à aprovação de matérias importantes no
Congresso Nacional. “Ou ela assume e chama o país às falas, apresenta um
caminho crível para o país e recupera a força para poder governar, ou então ela
pelo menos deixa uma marca forte: ‘Eu saio se vocês aprovarem tal e tal coisa’.”
A frase é mais uma da recente troca de farpas entre FHC e Dilma (veja quadro).
Fernando
Henrique afirmou que o Brasil está em situação “calamitosa” e que é preciso que
ela assuma a “liderança definitiva”. “Eu estava pensando o seguinte: como a
presidente está em uma situação tão delicada, tão difícil, de tão baixa
popularidade e, ao mesmo tempo, com tanta dificuldade de aprovar qualquer coisa
no Congresso, o que seria um ato de grandeza? ‘Olha aqui, vocês querem que eu
saia? ‘Eu saio, mas vocês primeiro me deem tais e tais reformas, para criar um
clima mais positivo’. Do jeito que está, ela pode até ficar, mas vai empurrar o
tempo com a barriga sem conseguir resultados satisfatórios”, disse o tucano.
FHC falou
em entrevista concedida ontem à Rádio Gaúcha. Para ele, as reformas deveriam
ser priorizadas. “Muda a reforma eleitoral, porque esse sistema está
fracassado. Mexe a Previdência, porque senão vai falir. Exige umas tantas
coisas que sejam anseios nacionais e ‘se fizerem isso, eu caio fora’. Um gesto
e, se fizer isso, nem cai fora, porque ganha”, alegou. Antes, em agosto,
Fernando Henrique havia sugerido a renúncia da presidente em mensagem nas redes
sociais. Na época, a fala causou mal-estar no Palácio do Planalto. Na última
segunda-feira, em entrevista ao programa Roda Vida, da TV Cultura, ele voltou a
pedir a Dilma uma “renúncia com grandeza” e disse que o “país está sem rumo”.
Ontem,
ele voltou a defender que a presidente peça para sair. “O menos custoso é a
renúncia. Qualquer outro sistema é complicado. Impeachment é um processo longo.
É um debate que paralisa o país. Uma decisão do Tribunal (Superior Eleitoral)
que anule a eleição provoca também uma grande confusão”, disse. Ele disse ainda
que aceitaria conversar com a presidente “a qualquer momento” sobre o assunto.
Provocação
Para o
deputado Wadih Damous (PT-RJ), que ingressou como uma ação no Supremo Tribunal
Federal (STF) para frear o processo de impeachment na Câmara dos Deputados, FHC
apenas provoca com a fala. “Na época que Fernando Henrique era presidente,
muita gente pediu a renúncia, mas ele não fez esse ato de grandeza. Ele não tem
autoridade moral para pedir renúncia. Não renunciou na época dele. Esse é mais
um ato de provocação”, avaliou.
Já o
líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), avalia que FHC acerta ao sugerir a
renúncia por ver a necessidade de saída da presidente do governo, mas acredita
que o impeachment é um processo complicado. “O país está paralisado. Se ela
renunciasse, seria um gesto de grandeza para o país. Seria menos traumático ela
renunciar do que o processo de impeachment, mas é um ato unilateral de vontade,
ninguém pode impor renúncia a ninguém”, avaliou.
Fonte: Correio Braziliense – Fotos: Iano Andrade/CB/D.A.Press
– Evaristo Sá/AFP.