Rollemberg assistiu a aulas de alunos: escola pede
socorro
Em visita à Escola de Música de Brasília,
governador diz que instituição passará por reforma, mas não estipulou datas
As péssimas condições estruturais da Escola de
Música de Brasília (EMB) levaram o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) a fazer
uma visita à instituição, ontem à tarde. O chefe do Executivo local prometeu
melhorias nas instalações, mas evitou informar uma data para o início da
reforma. Afirmou, porém, que as revitalizações do Centro de Dança, do Centro Cultural
Renato Russo e do Museu de Arte de Brasília devem começar nos próximos dias e o
próximo espaço da área cultural a ser recuperado será a EMB. Na chegada ao
local, o socialista foi surpreendido por grevistas do Sindicato dos Professores
(Sinpro), que não deram trégua ao governador e protestaram contra a suspensão
dos reajustes salariais.
Rollemberg percorreu toda a escola. Entrou nas
salas durante as aulas, ouviu apresentação dos alunos e, de diversos
professores, escutou reclamações. Em um dos casos, um docente avisou: “Alguns
instrumentos estão estragados, mas vamos tocar uma música para o senhor”. O
governador aproveitou para reiterar o apoio à EMB. “Quando fui senador,
destinei emendas parlamentares para a escola. Ela é patrimônio da cidade. Queremos
dar tratamento especial a esse local.” Um abaixo-assinado que circula pelas
redes sociais pede providências do governador para salvar a escola.
Além dos problemas estruturais, uma crise política
ajuda a atrapalhar o clima dentro da instituição. O atual diretor, Ayrton
Pisco, é alvo de críticas por mudanças na grade curricular e em outros
procedimentos internos. Estudantes e professores chegaram a se organizar para
pedir a exoneração de Pisco. Ele, no entanto, continua no cargo. E demonstra
otimismo, apesar de reconhecer que os problemas são “crônicos”. “A questão
estrutural é uma situação que se arrasta desde a fundação da escola, em 1974.
Hoje, temos uma situação até mais confortável. Conseguimos, este ano, investir
R$ 900 mil. Não é tanta coisa, mas, dentro do contexto do GDF, que não tem
dinheiro nem para salários, é uma vitória. O GDF dá mostras de que não abre mão
da educação, da cultura”, destacou.
Os grevistas cobraram de Rollemberg uma solução
para os aumentos salariais. Também pediram que o Palácio do Buriti dê mais
atenção à EMB.
Fonte: Matheus Teixeira – Correio
Braziliense – Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press