Massa de manobra. Esse tem sido o principal papel
desempenhado pelas diversas categorias profissionais ao longo da maioria das greves
nos últimos anos. Joguete na mão dos sindicatos, os servidores públicos parecem
não perceber que, como peões num imenso tabuleiro se movem de acordo com as
estratégicas e maquinações de lideranças que nem mesmo conhecem e, não raro,
são postos em situações constrangedoras e de perigo de vida.
Para justificar a própria existência, turbinados
ainda pelo imposto fácil, abundante e compulsório tungados de cada um dos
trabalhadores, só restam aos múltiplos sindicatos, por meio de seus braços
tentaculares presentes em cada repartição pública, atiçar as diversas
categorias, lançando-as na aventura das paralisações. Contradição ou não, é
apenas nas paralisações que os sindicatos trabalham. Para essas lideranças,
eleitas, na sua maioria, sem a efetiva participação das categorias, a
militância sindical é usada como ponto de passagem e ensaio para voos
individuais mais altos, não importando os meios que possam usar para este fim.
Curioso é constatar que mesmo usando e abusando de
manobras manjadas, que, em resumo se restringem a deslocar as peças (grevistas)
para pontos sensíveis da cidade e causar grandes transtornos — como foi visto
na última quarta-feira quando professores e grevistas profissionais bloquearam
a saída dos eixões Norte e Sul, na hora de pico —, conseguem atrair as forças
de segurança para um conflito anunciado.
Para esse modelo de sindicalismo, controlado com
mão de ferro por franjas do Partido dos Trabalhadores, interessa muito o
confronto direto com as autoridades, embora a infantaria precursora seja
formada apenas pelos soldados rasos, representados, neste caso, pelos
servidores públicos e anônimos que trabalham todos os dias antes das contendas.
Confortavelmente instalados em seus escritórios,
esses generais da estrela vermelha assistem, pela televisão, às tropas cegas
serem pisoteadas pelas forças de segurança. Esse tipo de estratégia, transforma
o professor em espécie de marionete, que é arremessado para o centro do
conflito, apanhando da polícia, sendo agredido física e moralmente. A repetição
da trama e a falta de inteligência criativa, que produza resultados efetivos,
só mostram que os professores, mergulhados em tanto desprezo, são usados pela
falta de escrúpulos e por interesses carimbados.
A dignidade de profissionais, como professores,
médicos e outras categorias, passa antes pela recusa em se transformar em massa
de manobra. Às lideranças sindicais interessa muito a construção de vítimas e
mártires que sustentem seus intentos. Para essa gente, tanto faz que a
população fique sem escola, médicos ou transportes. O importante é agitar as
massas, ficando na proteção da retaguarda. Se possível, a muitos quilômetros da
pancadaria.
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A frase
que não foi pronunciada
“Os políticos
brasileiros estão em cadeia nacional, fora do tempo de eleições!”
(Horário do político em tempo real)
Por: Circe Cunha – Coluna “Visto,
lido e ouvido” – Ari Cunha – Correio Braziliense – Foto/Ilustração:
Blog/Google
Em todo o texto reside a verdade dos fatos. Massa de manobra da CUT e do PT. Os "chefões" dessa gente, confortavelmente e muito bem pagos, assistem impassíveis as desventuras dos comandados, impensantes, em tempos soturnos.
ResponderExcluirÉ a pura expressão da verdade. Esses profissionais são ludibriados por esses marginais PETISTAS encarnando CUT e outros bandidos mais. Não percebem que estão servindo para interesseiros que sonham em sentar a Bunda Suja nas cadeiras do Congresso.
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