A celebração, no centro de Brasília, contou com uma
bandeira do Flamengo, time do coração do DJ, e com muita dança ao som do
charme, consagrado por ele
O Calçadão do Conic virou uma pista de dança a fim de
celebrar a vida de um dos principais nomes da black music da capital, que
morreu no fim de semana, no Rio de Janeiro. Lembrança era de uma pessoa alegre
e um profissional dedicado às picapes
Familiares, fãs e amigos de Celso Gomes, mais conhecido como
DJ Celsão, que morreu aos 52 anos, no fim da tarde de domingo, no Rio de
Janeiro, realizaram uma homenagem ao músico. O Calçadão do Conic tornou-se
palco para as cerca de 200 pessoas que compareceram ao local a fim de celebrar
a vida dele. O profissional estava debilitado desde o princípio de AVC que
sofreu há aproximadamente quatro anos. Morreu ao lado da família, durante uma
viagem à cidade natal. A causa da morte não foi divulgada. O corpo do músico
foi velado por volta das 16h de ontem, no Cemitério Jardim da Saudade, em
Sulacap, no Rio de Janeiro.
Celsão
era um dos ícones da black music na capital brasiliense (leia Perfil). A
homenagem ao músico, organizada pelo DJ Ocimar, da equipe Da Bomb, relembrou as
músicas mais tocadas por ele nas pistas de dança dos bailes da cidade. Segundo
o amigo, o carioca virou um ídolo das festas black no Distrito Federal. “Ele
era uma pessoa alegre e humilde. Apadrinhou muitos DJs que vieram após ele.
Sempre deu mais valor aos amigos do que às coisas materiais. Vamos sentir muita
saudade da energia boa que ele passava. Onde o Celsão chegava, ele fazia a
alegria do povo.”
Ocimar
ressaltou que a última participação do Celsão como DJ ocorreu na edição mais
recente da festa Makossa, em julho, uma das mais clássicas e famosas da cidade
no estilo black music. “Ele estava bem debilitado, mas, mesmo assim, fez
questão de tocar. Levou o público ao delírio com a seleção das músicas. Foi uma
cena muito marcante e que, agora, vai morar na memória”, lembra. De acordo com
Ocimar, na próxima edição da festa, no domingo, também será feita uma homenagem
ao consagrado DJ.
Palmas e charme
Uma
grande faixa com a foto de Celsão e a mensagem “Luto eterno” foi estendida
pelos amigos em frente à praça central do Conic, na noite de ontem. Ao redor da
imagem, os presentes fizeram uma oração, bateram palmas e soltaram balões. Um
grupo de dançarinos do estilo charme também se apresentou para contemplar a
última homenagem para ele. “Como não conseguiríamos ir para o enterro,
queríamos deixar registrada a nossa gratidão pela grande pessoa que o Celso
sempre foi. O evento de hoje (ontem) aconteceu do jeito que ele gostava: amigos
reunidos e música boa”, explicou a produtora de eventos Cláudia Melo.
Amiga do
DJ há mais de 20 anos, ela contou que o artista era extremamente querido pelos
fãs e pelos amigos que admiravam a simplicidade e generosidade dele. “Celsão
sempre foi um cara sereno. Ele apresentou uma black music que até então não
conhecíamos para Brasília. Vai continuar sendo o melhor porque ninguém vai
substituir o talento que ele tinha”, garante Cláudia.
Para o DJ
Chokolaty, Celsão era um dos poucos a manter acesa a chama da tradicional
música negra nos dias atuais. “A visão musical dele era diferenciada. Conseguia
envolver as pessoas e fez com que muitos acreditassem que a música era o
caminho para um futuro melhor”, diz. “Sempre caminhamos juntos. O meu último
contato com ele aconteceu ao telefone, dias antes do falecimento. E ele disse
que me amava. Nunca vou esquecer. A saudade é eterna. Celsão era uma pessoa
maravilhosa e tinha um coração enorme”, acrescenta.
Perfil O professor
carioca
Integrante de um dos programas de rádio mais influentes da capital na década de 1980, professor de várias gerações de profissionais, criador do Sindicato dos DJs do Distrito Federal. Celso Gomes da Silva, o DJ Celsão era a cara de Brasília, mesmo não tendo nascido aqui. O jeitão carioca, o sorriso fácil e o papo cativante eram de um carioca vindo de Nilópolis. Na cidade da escola de samba Beija-Flor, Celsão nasceu em 19 de fevereiro de 1963. Veio para o DF somente na década de 1980. Já era fã da black music em território fluminense, mas aqui que se tornou um profissional conhecido. Principalmente com o show radiofônico Mix Mania, na antiga 105 FM — hoje, Clube.
Ao lado do DJ Chokolaty, fez uma geração de brasilienses
esperar com o toca-fita pronto para gravar as construções e desconstruções
realizadas nas picapes. Nas apresentações ao vivo, além das batidas do rap,
Celsão reinava também no charme — estilo derivado da soul music, mais
ritmado e lento. Para DJs formados a partir daquela época, Celso era um
professor que nunca deixou de se desenvolver e deixou a marca e a influência no
movimento hip-hop do Distrito Federal. Mesmo com o advento da música
eletrônica, o flamenguista continuou como atração principal de diversas festas
na cidade. Na Makossa, por exemplo, ele era idolatrado como representante da
velha escola da black music.
Fonte: Nathalia Cardim – Correio Braziliense – Fotos: Carlos
Vieira/CB/D.A.Press – Luis Xavier de França Esp/CB/D.A.Press
Uma generosidade em pessoa. Que Deus o tenha em seu braços. Obrigado Celsão por tudo !!!
ResponderExcluirbrasilia esta em luto ao contrario do ceu que se encontra em festa em receber o melhor dj de black music dos ultimos tempos!vai em paz mano sentiremos saudades
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