O Exército brasileiro desempenhará importante papel na realização
dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. O maior evento esportivo do
planeta será realizado entre 5 de agosto e 18 de setembro de 2016, na cidade do
Rio de Janeiro e nas cidades-sedes do futebol. Estará em evidência a capacidade
de planejamento do país, em vários aspectos do poder nacional.
O evento
trará ao Brasil cerca de 15 mil atletas de 206 países, além de turistas,
profissionais de mídia, chefes de Estado e a família olímpica. Ao sediar a
primeira Olimpíada da América do Sul, o país terá a chance de se mostrar para
uma audiência global. Uma oportunidade ímpar para o Exército ampliar a
visibilidade da sua contribuição estratégica para o sucesso dos Jogos, seja na
realização de jogos seguros, seja na conquista de medalhas por atletas incluídos
no Programa de Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas.
O Brasil
nunca foi alvo do terrorismo internacional, mas o megaevento desperta
interesses inusitados e exige cuidados especiais. A história olímpica mostra
que os jogos sofreram diversas vezes com terrorismo e atentados. Foi assim, em
1972, com o massacre na vila dos atletas em Munique; em 1996, com a explosão de
uma bomba no Parque Olímpico de Atlanta; e, em 2008, com o ataque numa
província chinesa durante os Jogos de Pequim. Mais recentemente, em 2011, o
atentado de 11 de setembro mudou a concepção mundial de segurança e elevou os
custos na área de forma significativa. A conjuntura internacional aponta
diversos grupos extremistas, além da preocupação constante com os chamados
lobos solitários, que são capazes de qualquer coisa.
O modelo
de segurança e defesa a ser adotado nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016
é complexo, e exigirá integração permanente entre as instituições ligadas ao
tema. É um seguro fundamental; uma missão que será bem cumprida se nada
acontecer e se o emprego da tropa se restringir à prevenção. O Comando Militar
do Leste atuará como coordenador-geral de Defesa de Área (CGDA) e desempenhará
papel primordial na condução das ações de defesa na cidade maravilhosa, integrando
a Marinha, o Exército e a Força Aérea, e contando também com outras
instituições parceiras.
Na
vertente esportiva, as Forças Armadas contribuem de forma histórica na
conquista de medalhas para o Brasil. A primeira medalha brasileira nos jogos
foi conquistada pelo tenente Guilherme Paraense, ouro na prova de tiro, nos
Jogos da Antuérpia, em 1920. Dali em diante, as Forças continuaram investindo
em talentos esportivos. O Programa de Atletas de Alto Rendimento alavancou o
número de militares participantes em competições esportivas, como integrantes
de equipes nacionais.
Os
resultados desses investimentos ficaram evidentes na conquista dos 5º
Jogos Mundiais Militares, em 2011, quando o Brasil foi campeão. No ano
seguinte, nos Jogos Olímpicos de Londres, os militares trouxeram cinco medalhas
para o país. Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto deste ano, 71 das 141 medalhas
obtidas foram conquistadas por militares.
Para os
Jogos Rio 2016, a participação fardada vai além de pistas e quadras, onde
militares integram comissões técnicas e gerências de competição. A contribuição
do Exército para viabilizar o Complexo Esportivo de Deodoro foi fundamental, em
parceria com a dinâmica Prefeitura do Rio de Janeiro. Todo esse empenho
realizado trará importante legado para o Exército, para a cidade do Rio de
Janeiro e para o Brasil. Ganha o Exército com a revitalização da maior
guarnição militar da América Latina, que é a Vila Militar, na Zona Oeste do
Rio. Ganha a cidade com os investimentos em melhorias na qualidade de vida da
população. E ganha o Brasil ao investir no esporte como indutor de formação de
cidadãos de bem e ao marcar posição no mundo como um país capaz de planejar e
entregar um evento dessa magnitude.
Realizar
uma Olimpíada exemplar é um compromisso do Estado brasileiro. A área de
segurança e defesa é o fiel da balança para dar credibilidade e garantir o
sucesso do evento, conforme a vontade dos brasileiros e a expectativa do mundo
todo.
Por: Fernando Azevedo e Silva - General
de Exército e comandante Militar do Leste – Fonte: Correio Braziliense –
Foto/Ilustração: Blog/Google