Museu
de roupa nova
Quem passa pelo Eixo Monumental, na
altura do Memorial JK, deve ter reparado que em frente, naquela construção
circular, o Memorial dos Povos Indígenas, que é dedicado à cultura indígena
brasileira e foi desenhado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, construído em 1987,
ativado desde 1999, está de “roupa nova”.
Curiosa e encantada ao mesmo tempo, procurei saber o que significava
aquela pintura, em preto e branco, com desenhos geométricos, exatamente como a
gente está habituado a ver na pele de índios e índias, cada qual com um
significado e uma finalidade específica.
Conversei com o atual diretor do memorial, Álvaro Tukano, para que me
informasse sobre aquela pintura tão bonita e vistosa, intercalada com espaços
verticais em vermelho, que nos remete exatamente às pinturas à base de urucum.
Ele me disse que a pintura é originária da Yawalapiti, do Xingu.
Assim como o canto, a dança, a pintura corporal tem um significado que
denota uma multiplicidade de seres espirituais, usa o corpo como expressão da
cosmologia e as dimensões do plano terrestre, entre outros fatores de extrema
complexidade para os quem vivem em outra realidade e em outra cultura.
Quis saber do diretor Álvaro Tukano sobre o tempo em que a pintura
permanecerá nas paredes externas do memorial. Ele me disse que é passageira.
Embora não tenhamos entrado em detalhes e motivos, uma coisa é certa e queremos
deixar aqui registrado: pode ser que Niemeyer exigiu que o prédio fosse
imaculadamente branco (quando a falta de pintura deixa).
Embora tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
em 2007, ano em que o arquiteto Oscar Niemeyer completou 100 anos de idade, o
memorial ficou lindo com aquelas reproduções da pintura Yawalapiti. Tem tudo a
ver e tornou-se uma exposição da arte indígena a céu aberto pintada em uma
maloca, como descreveu Niemeyer.
Ainda mais se pintarem aquela cobertura côncava também.
Por: Jane Godoy – Coluna 360 Graus – Foto: Claudio
Reis/CB/D.A.Press – Correio Braziliense
Realmente, o Memorial dos Povos Indígenas ficou com maior visibilidade. só gostaria de acrescentar, que essa pintura é de um ritual sagrado do Xingu, chamado "KUARUP" e que pertence as 16 etnias que se encontram no Parque do Xingu e não só aos YAWALAPITI, como foi citado na reportagem da jornalista Jane Godoy na coluna 360 Graus.
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