Ponto onde seria erguido um dos bolsões de estacionamento:
críticas
"Morador da superquadra elabora projeto que prevê a
construção de estacionamentos e calçadas, mas enfrenta a resistência dos
vizinhos."
Proposta vai ao Iphan
Uma proposta de alteração do urbanismo da SQN 107 provoca
polêmica na região. O projeto, elaborado por moradores da quadra, prevê a
construção de calçadas no interior e nas laterais e, ainda, a criação de dois
estacionamentos em área verde. A ideia, no entanto, é questionada por quem mora
nos blocos residenciais por agredir o tombamento do Conjunto Urbanístico
de Brasília. Pela legislação, é vedada a supressão das áreas verdes. O projeto
não foi remetido ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan) e está em avaliação pela Secretaria de Gestão do Território e Habitação
(Segeth).
Um dos locais propostos para criação de um bolsão de
estacionamento fica na entrada da quadra, próximo ao Bloco A da comercial da
107/108 Norte. Estão previstas 20 vagas. O espaço, hoje, abriga um gramado com
ipês-brancos. Nele, houve um espaço irregular para estacionamento,
posteriormente retirado. No interior da quadra está previsto
outro bolsão, com mais 64 vagas. É onde fica um gramado com 15 árvores, de espécies
diversas, entre os terrenos destinados à construção de uma escola classe e um
jardim de infância.
A substituição da vegetação por asfalto preocupa a moradora
Suely Neder, 77 anos. “O grande problema da falta de estacionamento é o
movimento da quadra comercial, em especial, de um bar que fica aberto o dia
todo, e até as 2h”, reclama. Para ela, a destruição de áreas verdes é uma
medida agressiva, reduz a infiltração das águas pluviais e pode agravar o
escoamento de enxurrada. “É uma violência ao nosso espaço. A proposta de Lucio
Costa é de a quadra residencial estimule a serenidade e a tranquilidade dos
moradores”, defende.
Área verde em xeque:
projeto prevê retirada de vegetação da quadra
O prefeito da SQN 107, Antônio Humberto Brito, entende o projeto como um estímulo para o GDF se manifestar acerca das demandas da região. “É uma provocação para que possam sinalizar quando atenderão aos nossos pedidos de melhorias”, diz.
O Iphan informou, por meio de nota, não ter recebido o projeto. “Ele não foi submetido à análise do Iphan, conforme determina a lei. Portanto, não é do nosso conhecimento e tampouco tem a nossa aprovação. No entanto, em princípio, toda e qualquer supressão de área verde nas superquadras do Plano Piloto conflita com os critérios de preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília, nos termos de seu tombamento federal”, conclui. Procurada, a Segeth não respondeu aos questionamentos da reportagem até o fechamento desta edição.
“Provocação”
O autor do projeto, o arquiteto Danilo Matoso, rebate as críticas e garante que a ampliação dos calçamentos é a proposta principal. “É dotar a quadra de sistema de circulação de pedestres e criar o cinturão de árvores em volta dela. A discussão sobre as vagas é periférica”, minimiza. Questionado sobre assinar alterações urbanísticas — tarefa do GDF —, ele alega ter prestado um trabalho voluntário. “Eu doei o projeto, praticamente paguei para trabalhar. A proposta foi entregue ao governo, ainda vai ser avaliada”, explica o morador do Bloco F.
O autor do projeto, o arquiteto Danilo Matoso, rebate as críticas e garante que a ampliação dos calçamentos é a proposta principal. “É dotar a quadra de sistema de circulação de pedestres e criar o cinturão de árvores em volta dela. A discussão sobre as vagas é periférica”, minimiza. Questionado sobre assinar alterações urbanísticas — tarefa do GDF —, ele alega ter prestado um trabalho voluntário. “Eu doei o projeto, praticamente paguei para trabalhar. A proposta foi entregue ao governo, ainda vai ser avaliada”, explica o morador do Bloco F.
O prefeito da SQN 107, Antônio Humberto Brito, entende o projeto como um estímulo para o GDF se manifestar acerca das demandas da região. “É uma provocação para que possam sinalizar quando atenderão aos nossos pedidos de melhorias”, diz.
O Iphan informou, por meio de nota, não ter recebido o projeto. “Ele não foi submetido à análise do Iphan, conforme determina a lei. Portanto, não é do nosso conhecimento e tampouco tem a nossa aprovação. No entanto, em princípio, toda e qualquer supressão de área verde nas superquadras do Plano Piloto conflita com os critérios de preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília, nos termos de seu tombamento federal”, conclui. Procurada, a Segeth não respondeu aos questionamentos da reportagem até o fechamento desta edição.
Fonte:
Maryna Lacerda – Foto: Ana Rayssa – Esp/CB/D.A - Press
A quem interessa a alteração do urbanismo tombado? Invasores de "puxadinhos" e famintos empreendedores. Tal projeto é danoso à qulidade de vida de moradores.
ResponderExcluirSe for depender de aprovação em votação pelos moradores da quadra, não passa!
ResponderExcluirSeria ótimo se o Blog, o arquiteto ou o IPHAN publicassem o projeto completo. Só assim poderíamos fazer uma análise correta e evitaríamos a horda de xiitas que critica ideias sem conhece-las.
ResponderExcluirRespeitar o patrimônio tombado é essencial, mas isso não significa que não se pode propor melhorias. Qualquer um que tenha a inciativa de propor mudanças deve em primeiro lugar ser respeitado, e não chamado de "invasor de puxadinho". Se o projeto for ruim, aí nos postamos contrariamente e pronto. Quem já passou ao menos uma vez pela SQN 107 sabe que a circulação de pedestres da quadra é horrível, talvez seja a pior quadra do Plano nesse quesito. Melhorias nesse sentido seriam muito bem vindas pelos moradores e frequentadores dispostos a avaliar com calma uma proposta de projeto. Mudanças para a simples substituição de gramados por vagas de estacionamento eu também não seria a favor.