Manifestação reuniu 100 pessoas na 410 Norte:
crítica à PM
Cerca de 100 pessoas se reuniram na praça da 410 Norte, na tarde de
ontem, para protestar contra a rigidez da Lei do Silêncio. Até o fechamento
desta edição, a manifestação era pacífica e embalada por diversos estilos
musicais. O motivo do movimento foi uma ação da Polícia Militar na última
quarta-feira. Segundo o grupo, após denúncia de uso e tráfico de drogas feita
por moradores da quadra, os PMs estiveram no local, porém, não teriam
encontrado entorpecentes. Ainda assim, levaram pessoas — inclusive adolescentes
— para a 5ª Delegacia de Polícia (Zona Central) com base na lei.
“A repressão demonstrou um descontrole evidente da PM. Não acharam
drogas, e usaram a Lei do Silêncio como pretexto para levar as pessoas até a
delegacia”, critica a psicóloga Sheylane Brandão, 37 anos, organizadora
do evento em uma rede social.
Em nota,
a Polícia Militar afirmou que não é contra nenhuma manifestação cultural,
política ou reivindicatória. “Inclusive, a maioria desses eventos só ocorre
graças ao auxílio prestado pela PM, que interdita vias, disponibiliza espaços
públicos compatíveis para tais eventos e proporciona a segurança dos
envolvidos”, informou.
Revisão
A principal reivindicação dos manifestantes é a aprovação do Projeto de
Lei nº 445, de 2015, do deputado distrital Ricardo Vale (PT), que altera os
limites de decibéis permitidos. Atualmente, o ruído pode chegar a, no máximo,
65 decibéis em ambientes externos durante o dia e 55dB durante a noite. O texto
propõe que os limites sejam de 75dB no período diurno e 70dB no noturno.
Por: Guilherme Pera –
Correio Braziliense – Colaboraram Isa Stacciarini e Laura Tizzo – Foto: André
Violatti/Esp./CB/D.A.Press