test banner

Deputados Distritais armam arapuca para a Agefis

Que a Câmara Legislativa insista em trafegar na contramão dos reais interesses dos brasilienses e do futuro da cidade, já não causa surpresa para ninguém. Na verdade, suas excelências exercem mandato de olho apenas nas próximas eleições. Ao se aliar aos interesses mesquinhos dos donos de postos de combustíveis, cartelizando o setor e causando enormes prejuízos aos consumidores do DF, deram mostras claras de que são capazes de tudo pelo poder.

Também é fato sabido que muitas invasões de terras públicas, desde os anos 1990, foram incentivadas abertamente por deputados distritais que viam nesses movimentos ilegais a oportunidade de obter ganhos eleitorais imediatos. Muitos invasores e grileiros de terras públicas reconhecem na CL instância de proteção de seus intentos. A fórmula é a mesma há décadas e vem paulatinamente destruindo a capital: um voto, um lote.

Dessa vez a Câmara Legislativa, sob o pretexto de realização de audiência pública para discutir as sempre novas invasões, atraiu a diretora-presidente da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis), Bruna Pinheiro, para o auditório da Casa e literalmente abandonoua profissional no meio da turba enfurecida. Com o clima de hostilidade nas alturas, alimentada por discursos de distritais aliados aos invasores, a diretora do órgão teve que abandonar o recinto sob forte esquema de segurança.

Bruna reafirmou que a Agefis dará prosseguimento as derrubadas de construções em áreas públicas e {as atividades de proteção ambiental — o que, em última análise é sua obrigação. Os deputados, no melhor estilo chantagista, ameaçaram, diante da plateia enfurecida, a instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as ações da Agefis.

O que está em jogo aqui é o futuro da cidade, dentro do que preconizam todos os manuais de planejamento urbano. Ceder à chantagem dos políticos e à pressão da claque sempre renovada de invasores de toda  ordem é atentado contra a capital e as futuras gerações. O enfraquecimento da Agefis interessa apenas aos oportunistas dos dois lados do balcão. A razia das terras públicas feita em conjunto por políticos e invasores, ao longo de todos esses anos, deixou um rastro suficientemente grande e danoso para os brasilienses. É chegada a hora de cessar de vez esse crime de lesa-cidade.

A frase que não foi pronunciada
“O tempo apaga a lembrança do rosto humano. Só a experiência fica para sempre”
(Ulysses Guimarães, de onde estiver)


 Por: Circe Cunha - Coluna: "Visto, lido e ouvido" - Ari Cunha - Correio Braziliense - Foto/Ilustração: Blog - Google

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem