Pela primeira vez em um cargo político,
o vice-governador faz uma avaliação de 2015 e acredita que este ano vai ser
melhor. Para ele, o governador conseguiu segurar uma crise maior na cidade
porque pagou os servidores em dia
Difícil arrancar uma resposta direta do
vice-governador do DF, Renato Santana (PSD). Bom de papo, mesmo com pouco tempo
na política — candidatou-se pela primeira vez exatamente nas eleições de 2014
—, ele sabe até que ponto pode falar para não comprar brigas. Fruto de uma
infância e uma adolescência vendendo verduras e confecções na Feira de
Brazlândia. Filho de pai agricultor e mãe servidora pública, o morador de
Ceilândia diz que não quer perder tempo com brigas partidárias.
Santana desvia até quando perguntado em que político ele se espelha. “Jesus
Cristo. Ele é o maior político que já existiu”, responde, sem medo de deixar de
lado mestres da carreira dele, como Rogério Rosso e Joaquim Roriz.
O discurso de Renato Santana sempre vai na direção do trabalho e da
austeridade. Aponta para o celular, com a característica sobrancelha arqueada e
desenhada, e diz: “Este é o meu gabinete. Resolvo todos os assuntos de governo
daqui”. E mostra, orgulhoso, as conversas que tem com o governador Rodrigo
Rollemberg (PSB) pelo aplicativo WhatsApp. “Participo de mais de 300 grupos.
Converso e dou ordens, recebo notícias das obras, os administradores me dão
retorno. Não tem burocracia, não precisa marcar reunião”, conta.
Para ele, 2016 vai ser um ano muito melhor por causa das medidas austeras
tomadas pelo chefe durante o ano passado. Para ele, o governador conseguiu
segurar uma crise maior na cidade porque pagou os servidores em dia. Aliás, ao
falar de Rollemberg, mistura sentimentos de admiração e intimidade. Mesmo que
não responda abertamente se é a favor ou contra o processo de impeachment da
presidente Dilma Rousseff, elogia o colega socialista pela posição contrária tomada
no embate. “É um posicionamento do governador. Ele foi muito cauteloso e lúcido
quando disse que tem campo apropriado para apurar aquilo que se coloca sob
dúvida”. A opinião de Renato? “Quem sou eu, na confusão do dia a dia, para
falar que sou a favor ou contra, só por um achismo meu?”.
Incomoda o senhor a proximidade do governador Rodrigo Rollemberg com Dilma
Rousseff, mesmo diante da alta rejeição da presidente?
Essa relação do Governo de Brasília com o governo federal sempre foi carregada
de um tempero a mais. O governador Roriz inaugurou essa relação quando tinha
que se remeter à União com o pires na mão para dizer: “olha, acabou o recurso e
ainda preciso pagar isso, isso e isso”. O governador Rollemberg tem mantido uma
relação extremamente republicana.
Na sua visão, então, essa relação é necessária? Não teria como ser diferente?
Imagina o governador Rollemberg se trancar em um casulo num ano como esse, em
que a previsão trazida pelos técnicos do governo em fevereiro era de que não
conseguiríamos pagar salário em setembro. Vejam o caso do governo do Rio Grande
do Sul, que em seis meses de mandato já fazia financiamento de salário. No GDF,
num universo de 160 mil servidores, isso seria o caos. Não dá para se fechar.
Pelo contrário.
Mais do que a relação institucional, Rollemberg se coloca contrário ao
impeachment...
É um posicionamento do governador. Ele foi muito cauteloso e lúcido quando
disse que tem campo apropriado para apurar aquilo que se coloca sob dúvida.
Temos todas as esferas constituídas dos poderes para apurar cada coisa no seu
campo. Não sou eu que vou chegar e determinar se é isso ou aquilo.
Qual a sua convicção sobre o tema?
Tenho as minhas convicções de secretário-geral do PSD, de militante político,
que não podem, no meu caso, enquanto vice-governador, superar as questões de
funcionamento da cidade. Por exemplo, os recursos investidos no Pôr-do-Sol, no
Sol Nascente, no Porto Rico, no Buritizinho, no túnel de Taguatinga, em Vicente
Pires, estão em curso e são verbas de parcerias
com o governo federal.
O senhor anda muito pelo DF. O que as pessoas dizem sobre os políticos?
Vejo a população muito insatisfeita, inclusive conosco. Vejo o povo
extremamente insatisfeito com a cena política. Isso é fruto do que foi colocado
ao longo dos anos para aquele que confere ao político um voto de confiança. E
não vai ser diferente comigo porque fui candidato pela primeira vez. Já na
campanha recebi, quando fui pedir voto, vários “nãos”, várias interrogações.
Muita gente dizia: 'Quer saber? Todos são ladrões'. Eu respondia: “Não sou
ladrão, nem corrupto, nem político eu sou'. Virou um troço generalizado, todo
mundo na vala comum.
O que levou a essa alta rejeição aos políticos?
A política é um instrumento para mudar vidas para melhor. Acredito que ainda
temos, sim, pessoas na cena política que pensam e querem fazer essa mudança de
vidas. A tecnologia, que era para mudar vidas, as pessoas usam para disseminar
fofoca. Por que não montamos um grupo aqui para fazer o bem, resolver
problemas, fazer entregas? Por que, com a tecnologia na mão, tenho que escrever
ofício, botar o pé na mesa, chamar secretários? Por que tenho que me prender à
burocracia se posso resolver tudo pelo celular?
Como levar isso à administração pública?
Tenho dito aos administradores: experimentem confeccionar licenças de
funcionamento e levar no estabelecimento comercial, ir até o cidadão, pedir
desculpas pela demora. Os administradores estão fazendo isso e estão felizes da
vida. Eu disse isso a eles e fui fazer. Entreguei alvará pela administração que
respondo, a de Vicente Pires, e gravei um vídeo em que digo algumas coisas de
como deveria ser essa gestão nos tempos modernos, com a tecnologia, e mandei
para eles. Tem administrador fazendo mutirão de entrega de alvará porque achou
isso bacana.
Burocracia é o maior problema?
Burocracia é um grave problema porque gera o câncer que é a corrupção. Já vimos
administrador regional, governador e vice serem presos. Nós sabemos disso tudo.
Vamos fazer diferente. Vamos fazer entrega sem estabelecer um balcão de
negócio.
Acha que o momento de graves denúncias de corrupção no DF já passou?
Nós tivemos grande exemplo do que não devemos fazer. Tivemos vários exemplos
desses. E nós reduzimos o ruído dessa cena de corrupção no DF, que é um assunto
alarmante. Tinha tabela de preços de alvará. Fui administrador interino de
Ceilândia e, em 30 dias, cassei 100 documentos, entre licença, alvará e
habite-se. Habite-se eram 43, que eram vendidos por R$ 40 mil.
Em que pé está essa denúncia?
É uma denúncia gravíssima. Cassamos licença, registramos ocorrência policial e
o Ministério Público entrou no circuito. Há uma investigação em curso. Fomos
checar e alguns documentos eram muito frágeis. Eu, por exemplo, fui
administrador regional de Ceilândia até outubro de 2010 e tinha um habite-se
assinado por mim de dezembro daquele ano. Isso acabou? Posso dizer que em 2015
não houve nenhuma denúncia dessa natureza. No início do governo, efetuamos
prisão de cidadão na porta da Terracap. Dentro do carro, ele tinha uma tabela
de preços que cobrava por reunião com o governador, com o vice e por publicação
no Diário Oficial. Na vice-governadoria, tinha um servidor vendendo licença de
food truck. Recebemos a denúncia às 17h e às 21h ele estava preso e demitido.
Resposta rápida para esse tipo de ação é fundamental.
Na campanha, dizia-se que o senhor tem ligação com o delator da Caixa de
Pandora, Durval Barbosa. É verdade?
Essa história surgiu na campanha com muita intensidade porque o (ex-deputado)
Milton Barbosa (irmão de Durval) era um dos nossos filiados. Falo no passado
porque agora ele saiu do PSD e voltou para o PSDB. Ele saiu na paz total. Na
verdade, está voltando a uma casa da qual já pertencia. Ele veio para o PSD com
a perspectiva da última eleição e não teve resultado. Aí o seguinte: o Milton
foi para o PSDB porque o presidente do partido Izalci Lucas é amigo do Durval?
Esse era o mote que usavam contra a gente lá atrás. Eu posso ser amigo do
Durval e não tenho problema de dizer isso. Sabe por quê? Porque ele não vai
sacar nenhuma fita de vídeo com o Renato Santana. Posso dizer que sou amigo. E
qual o problema? O problema é ter tido relacionamentos que tiveram com ele, e
não foram um, nem dois. Foi uma rede.
É amigo pessoal do Durval e do Milton Barbosa?
Sou amigo do Milton. Sou servidor do GDF há 22 anos. Milton era administrador
de Ceilândia e foi quando conheci Durval.
Acha que Durval foi importante pra Brasília ao ser pioneiro em delações
premiadas?
Até hoje, vivemos uma cena em que grandes empresas estão negociando e buscando
caminho de reparar erros. Se ele reparou os erros ou não, só posso dizer que
Brasília vive uma cena bem mais aconchegante do ponto de vista do zelo pela
coisa pública. Tem muita gente aí que, num passado, talvez enveredasse para esse
caminho e que hoje já não faz isso. Não tem mais espaço para isso. Tenho um
presidente de partido, o (Gilberto) Kassab, que diz que depois da tecnologia
não adianta enveredar para esse caminho, que vai ter fim trágico.
Qual é o seu ídolo, seu espelho, na política?
Tenho uma fonte de inspiração que, para mim, é imbatível. Figura que deu todos
os exemplos de como fazer boa política: Jesus Cristo. E não tinha WhatsApp,
Facebook. Como ele mobilizava tanta gente? É uma história que atravessa dois
mil anos. Não vemos ninguém falando assim, “meu ídolo é o político Jesus
Cristo”. Quer política mais sacada do que tomar um tapa e dar a outra face? Meu ídolo não é Pelé, Zico ou Rivelino. Gosto de rock e não é Freddie
Mercury. Gosto de todos eles. Mas meu exemplo a seguir na vida pública é Jesus.
O senhor é católico?
Sou católico apostólico romano praticante. Minha paróquia é a São Marcos e São
Lucas, no P Norte.
A igreja evangélica tem crescido muito. Acha que a católica não encontrou ainda
essa linguagem com o jovem, ficou parada no tempo em relação à aproximação com
o mundo moderno?
A igreja segue um rito, não que a evangélica não siga. Mas olha só, tenho um
conceito sobre igreja muito diferente. Comparo a igreja com o Estado. A igreja
é inclusiva, o Estado, em muitos momentos, exclui. Igreja tem braços que
alcançam aquilo que o Estado jamais vai alcançar. Ceilândia, por exemplo, tem
17 paróquias. Toda entrequadra tem uma igreja católica, evangélica, espírita,
ou de qualquer outro segmento. Em muitos momentos, o Estado é aquela igreja. É
na porta do padre ou do pastor que a esposa em situação de conflito bate atrás
de advogado. E o padre vira advogado. Na hora da fome, é lá que as pessoas
batem e o pastor vira assistente social. O Estado não consegue alcançar isso.
Nós vemos igreja no mundo moderno simples e puramente instituição religiosa, e
não é. É mais do que isso.
Qual sua avaliação sobre a atuação da bancada evangélica?
Acho que deputado é deputado. É evangélico por convicção religiosa.
Mas não funciona assim...
Se não funciona assim, está errado. Eu não sou vice-governador católico, para
os católicos, e fim de papo. Esse negócio de ficar rotulando, bancada da bala,
bancada do boi, bancada do não sei o quê, é um equívoco. Bancada de Ceilândia?
Eu moro em Ceilândia. Mas e Planaltina?
O que deu certo e o que deu errado no primeiro ano de governo?
Acho que o desafio de superar aquele imponderável que era não ter efetivamente
recursos ao alcance. Vocês noticiaram demais isso. Tem rombo, não tem, qual o
volume. Brasília é uma cidade tão jovem e já experimentou as mazelas da
política que muitas cidades centenárias não experimentaram. Em Brasília, em
alguns momentos, fizeram opção pelo supérfluo. Posso dar um exemplo: o Estádio
Nacional Mané Garrincha. Quantos eventos tivemos ali? Meia dúzia. Por que não
soubemos vender o estádio? O custo de venda é inviável. Então, essa opção pelo
supérfluo trouxe desafio para a primeira oportunidade da geração Brasília no
governo.
Os servidores públicos reconhecem que houve dificuldades superadas?
Somos uma indústria que tem 160 mil servidores sendo 34 mil deles da saúde com
uma média salarial de R$ 10 mil. Imagina qualquer empresa assim. Essa indústria
não consegue sobreviver sozinha. A garantia da funcionalidade da cidade passa
pelo serviço público. O primeiro PIB de Brasília é o serviço público. Então,
quer dizer que foi o único fator positivo? Veja, estamos falando do que é mais
importante para o DF. Por que não assistimos a uma crise mais pancada na
cidade? Porque pagamos o salário do servidor em dia.
Usar os recursos do Instituto de Previdência do DF (Iprev), a principal medida
tomada pelo governo para conseguir honrar os salários, salvou o Natal na
capital?
O Natal não foi normal, houve queda, os números apontaram. Mas em relação ao
que se esperava e em relação a outros estados, fomos bem. Poderia ter sido
muito pior se não tivéssemos superado essa história dos salários dos
servidores. E todos os movimentos foram fundamentais. Usar recurso do Iprev,
dos fundos. O Refis, por exemplo, nós fizemos e fomos questionados pelo
Ministério Público. Depois, percebeu-se que foi o movimento, por exemplo, que
salvou os salários de outubro.
Foi difícil governar com orçamento elaborado pela estão passada?
Trabalhamos
com orçamento que era realmente uma peça de ficção. O DER, por exemplo, em
março, não tinha mais orçamento para pagar salários. Aí tivemos que remanejar e
fomos zerando todas as possibilidades até julho, agosto. E chegou no osso.
Tivemos de cortar na carne. Eu, por exemplo, não tenho telefone funcional.
Reduzi os veículos a zero. O que uso hoje é do Detran e outro dos Bombeiros. Se
antes tinha frota de 23 veículos na vice-governadoria, hoje temos 12. Telefone
funcional custava R$ 254 mil na vice. Hoje custa R$ 12 mil.
O senhor
foi muito para a rua?
Rodamos
70 mil quilômetros em Brasília. E acho que fizemos mais, uma linha direta com a
população. Quando eu desço na parada, entro caladinho no ônibus, alguém me vê e
pergunta se eu sou o vice-governador. Aí eles me questionam, falam tudo que
está errado na cidade. E eu sempre digo que estou aqui para ouvir. Mas ouvir
sem levar para frente as demandas não adianta.
Há um
fogo-amigo contra o senhor no Palácio do Buriti por entrar nas áreas de algumas secretarias. Incomoda?
Não vou
fugir em nenhum momento de alguma missão como vice-governador. O vice pode ser
um banana, sentar, balançar a cadeira, botar o paletó e ficar pensando qual dia
o governador vai viajar para assumir o posto e assinar dois decretos. Mas essa
cena é muito teatral. Acho que essa página está virando e não permite mais esse
tipo de firula. O vice pode ser útil, ser um braço a mais do governo.
Qual área
não andou no primeiro ano de governo?
A
vice-governadoria (risos). Mas vou dizer, o que não andou, não andou porque não
agiu, não buscou desburocratizar, simplificar. Sabe o que fizemos? Fomos
visitar empreendimentos. Já visitamos 44. Nas três primeiras visitas, comecei a
ouvir um ruído, gente questionando qual era o interesse do vice em habite-se.
Aí parei tudo, fizemos uma lista com os empreendimentos com problemas, e
convocamos todos os órgãos envolvidos: Detran, Agefis, Procuradoria-geral.
Montamos uma força de trabalho. Ainda fui no Ministério Público e pensei: se
eles vão ou não, é problema deles. Mas fui no Leonardo Bessa (procurador-geral
de Justiça) e falei como ia funcionar e expressei que seria interessante o
Ministério Público sair da salinha e ver o mundo real. E fomos para a rua.
Muito do que avançamos em habite-se e alvará foi fruto das visitas.
Sessenta por cento do que encontramos era pura burocracia.
Ainda há
rusgas entre o PSD e PSB, que divulgou uma nota responsabilizando
o senhor, á que Rollemberg estava fora, pelo enfrentamento entre professores e
policiais militares?
Não tenho
nada o que superar aí. O Rosso, presidente do partido, fez uma nota. Ele me
ligou e disse que ia fazê-la. Eu perguntei por quê. Ele ligou para o Rodrigo,
que disse que não tinha sido consultado a respeito. Quando o governador falou
isso, o Rosso disse que não tinha outra coisa a fazer a não ser redigir uma
nota para quem ainda tinha dúvida sobre isso. Não tenho o que superar,
sinceramente. Se o filho fosse do olho azul e tivesse coroa real, iam dizer que
o vice deu a ordem ou deixou de dar?
Houve
excesso da Polícia Militar naquele episódio?
Se houve
excesso, houve de todas as partes. Naquele momento, havia uma pista
interditada. Tinham professores com DNA sindical e com objetivos claros e
traçados dentro da política e estratégia de sindicato. Não era professor de
sala de aula que saiu da aula para ir fechar via. Houve planejamento para
fechar a pista e criar um momento de desgaste na cidade. Imagina o paciente em
ambulância com risco de morte. O que a polícia poderia fazer? Desobstruir.
Foi o
pior momento do ano?
Foi muito
ruim. Houve muito disse-me-disse e essas tentativas de colar ou empurrar a
culpa são coisas de quem não tem responsabilidade de gestão seja onde for,
partido, seja na casa dele. Se parte do vice toda e qualquer determinação, não
tenho problema em assumir o êxito ou não da ação. Se eu fiz, assumo; se errei,
vou assumir, sou ser humano. Isso queaconteceu, para mim, foi uma surpresa. Mas
sou da época do falem mal, mas falem de mim. As pessoas estão de saco cheio
desse teatro.
Por que
até hoje, dois meses depois da saída de Arthur Trindade, o governador ainda ão
escolheu o titular para a Secretaria
de Segurança Pública?
É uma
atribuição dele. Pouco me envolvo nesse assunto.
Mas acha
que é difícil escolher lguém para exercer um cargo que dizem não ter força
alguma?
É a
opinião do ex-secretário. Ouço muito que o vice-governador e nada é a mesma
coisa. Por exemplo, um coronel da PM disse que o vice é igual ao Vasco da Gama.
Não serve para nada. Vou dizer para você: eu não faria o que ele fez. Fazer um
ofício dizendo que praça tem que entrar pela porta dos fundos é absurdo.
Nesse
episódio, da PM impedindo a entrada e praças na porta principal o comando-geral,
o senhor externou sua contrariedade e entrou pelos fundos… como foi a repercussão?
Sabe um
estádio de futebol: o cara joga casca de banana, chama de negro, compara porque
o atleta veio da favela, pela cor, pela raça, pela religião? Essa ação desse
policial não foi diferente. A palavra babaca é uma das mais antigas e que
talvez exprima esse tipo de ação. Preconceituoso isso aí. Numa instituição,
como a PM, que tem homens e mulheres de uma alta qualificação... Recebi muito
apoio por ter contestado, inclusive de oficiais.
Qual é o
seu projeto para 2018? Continuar vice ou seguir arreira solo?
Continuar
vivo. O dia mais importante da nossa vida é hoje. Não é ontem porque já foi pro
brejo. Não é amanhã porque pertence a Deus. E nós verdadeiramente adotamos
isso. O dia mais importante da nossa vida é hoje. Mas as pessoas têm
metas. e não planejam, podem não hegar a lugar nenhum…Não planejei ser
vice-governador. Não planejei absolutamente nada. E geralmente é assim. Imagina
eu dizer: em 2018, quero ser presidente da República. Como vai soar? Muito
pretensioso.
Atrapalharia
a sua relação com Rollemberg?
Nós
vivemos uma relação ótima. Quando terminou a eleição e caiu a ficha, disse a
ele: “Amigão, não vou disputar com você R$ 1 de orçamento”. Todo mundo se
estapeando por orçamento e eu não quis nada.
O
vice-presidente Michel Temer enviou uma carta à presidente Dilma. O que você
escreveria a Rollemberg?
Primeiro,
não escreveria uma carta. Mandaria um WhatsApp, como mando aqui. O Temer é um
político de sucesso, mas a carta já não é utilizada há muito tempo.
Mas, se
fosse escrever um hatsApp de início de ano, que diria?
Feliz ano
novo. Nada resiste à força do trabalho. Sempre digo isso a ele. Não tem fofoca
que resista à força do trabalho. Não tem fogo amigo que resista à força do
trabalho. Não há intriga que resista. Pode chover canivete se você estiver
trabalhando… A população já sacou isso. Esses dias, estive em Vicente Pires
para visitar obras e as pessoas me perguntaram: “Você é o vice-governador?
Estou estranhando porque não vi fogos, comitiva”. Antes uma visita como
essa era cheia de firulas.
Acha
que 2016 vai ser melhor?
Sim. Pela
busca por uma gestão mais austera, sem o abuso do dinheiro público — e nós
tínhamos demais. Tem coisas que parecem economia de palito, mas que são
necessárias. Se eu chego na Vice-Governadoria e recebo um processo para compra
de alimentação para o vice-governador no valor de R$ 560 mil e eu acho isso
normal, que exemplo estou dando? Nós reduzimos para R$ 60 mil. Esses exemplos
vão fazer com que a cidade colha bons frutos em 2016. Nós pegamos um orçamento
que não foi construído com o zelo.
Quem foi
o melhor governador o DF até hoje?
Eu
(risos). Alguém me perguntou: que nota você daria para o governo? Quem tem que
dar nota é quem vota. Seria muita pretensão da minha parte. Eu ouço da
população muitas reclamações. Mas ela também é muito justa. Elogia quando vê
algo em funcionamento.
Voltando:
2016 vai ser melhor?
Não tenho
dúvida. E vai ser por um simples motivo: fruto desse momento de organização
mais austera. A população vai dizer: “poxa, vão colocar de novo nas minhas
costas? Eu coloquei vocês aí para organizar tudo e só estou vendo medidas
duras?” Mas o momento pedia isso, não tinha alternativa. A nossa maior
preciosidade é o servidor público. É ele quem alimenta a cadeia econômica. Se o
servidor vai mal, o pipoqueiro da esquina vai mal. Muitas dessas medidas mais
duras foram para dentro da estrutura de governo. Todo mundo falava de redução
de cargos comissionados e nós reduzimos em 5 mil.
O
presidente de seu partido, Rogério Rosso, destacou-se este ano também por
defender presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O que o
senhor acha dessa relação?
Acho que
Brasília já conhece o perfil desse político — que é mais músico que político
(risos) —, o Rosso. O Rogério é o cara do diálogo e ele sempre deixou muito
claros os princípios do contraditório e do amplo direito de defesa, e não só no
caso do Cunha, mas também no da presidente Dilma. Ele teve 100 mil votos, foi
governador em um momento difícil, topou interromper um projeto político e
colocar o nome à disposição da cidade. É o presidente de um partido jovem,
lidera uma bancada de 38 deputados federais. Portanto, eu não esperava outra
postura. As coisas no país não merecem ser tratadas como oportunidade política.
O senhor
é a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff?
Que
provas? Olha só. Constituiu-se uma comissão no Congresso para avaliar o
impeachment. E o Supremo foi lá e desfez. Não se tem ao certo nem o rito do
processo, então, como um parlamentar se posiciona? Se as interpretações nas
diversas estruturas têm um campo de variação tão amplo, quem sou eu, na
confusão do dia a dia, para falar que sou a favor ou contra, só por um achismo
meu?
Religioso
e de família
O
vice-governador Renato Santana, 42 anos, diz ter orgulho de ter nascido e de
ter sido criado em Brazlândia e de morar em Ceilândia. Lá, ele vive com a
mulher, Danúbia, e três filhos — ele tem mais um de criação. Os pais vieram da
Bahia para tentar a vida na capital do país e se estabeleceram na primeira
cidade. O pai, agricultor, tinha uma banca de verduras em uma feira livre. A
mãe, servidora da Secretaria da Saúde, também vendia confecções no mesmo
comércio. Santana trabalhava para eles e fez isso até os 17 anos, quando se
mudaram para Ceilândia.
Roqueiro,
era frequentador assíduo das festinhas da cidade. Mas também não perdia as
missas de domingo. Até hoje, ele faz questão de demonstrar essa
espiritualidade. “Saio de Brasília de carro, todo ano, e vou ao Santuário de
Aparecida (São Paulo). De Aparecida, sigo para Cachoeira Paulista. Depois,
volto para São Paulo e vou à Missa da Madrugada do padre Marcelo Rossi. Faço
isso há sete anos”. Também é muito ligado à família. Para curtir mais os filhos
e a mulher, costuma sair sem rumo durante os fins de semana. “Uma vez, minha
intenção era levá-los para almoçar na ponte em Três Marias, na beira do Rio São
Francisco. E fui parar em Ouro Preto”, conta, rindo.
Fonte:Ana Maria Campos - Leonardo
Meireles - Matheus Teixeira - Foto: Valério Ayres/CB/D.A.Press –
Correio Braziliense
Santana desvia até quando perguntado em que político ele se espelha. “Jesus Cristo. Ele é o maior político que já existiu”, responde, sem medo de deixar de lado mestres da carreira dele, como Rogério Rosso e Joaquim Roriz.
O discurso de Renato Santana sempre vai na direção do trabalho e da austeridade. Aponta para o celular, com a característica sobrancelha arqueada e desenhada, e diz: “Este é o meu gabinete. Resolvo todos os assuntos de governo daqui”. E mostra, orgulhoso, as conversas que tem com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) pelo aplicativo WhatsApp. “Participo de mais de 300 grupos. Converso e dou ordens, recebo notícias das obras, os administradores me dão retorno. Não tem burocracia, não precisa marcar reunião”, conta.
Para ele, 2016 vai ser um ano muito melhor por causa das medidas austeras tomadas pelo chefe durante o ano passado. Para ele, o governador conseguiu segurar uma crise maior na cidade porque pagou os servidores em dia. Aliás, ao falar de Rollemberg, mistura sentimentos de admiração e intimidade. Mesmo que não responda abertamente se é a favor ou contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, elogia o colega socialista pela posição contrária tomada no embate. “É um posicionamento do governador. Ele foi muito cauteloso e lúcido quando disse que tem campo apropriado para apurar aquilo que se coloca sob dúvida”. A opinião de Renato? “Quem sou eu, na confusão do dia a dia, para falar que sou a favor ou contra, só por um achismo meu?”.
Incomoda o senhor a proximidade do governador Rodrigo Rollemberg com Dilma Rousseff, mesmo diante da alta rejeição da presidente?
Essa relação do Governo de Brasília com o governo federal sempre foi carregada de um tempero a mais. O governador Roriz inaugurou essa relação quando tinha que se remeter à União com o pires na mão para dizer: “olha, acabou o recurso e ainda preciso pagar isso, isso e isso”. O governador Rollemberg tem mantido uma relação extremamente republicana.
Na sua visão, então, essa relação é necessária? Não teria como ser diferente?
Imagina o governador Rollemberg se trancar em um casulo num ano como esse, em que a previsão trazida pelos técnicos do governo em fevereiro era de que não conseguiríamos pagar salário em setembro. Vejam o caso do governo do Rio Grande do Sul, que em seis meses de mandato já fazia financiamento de salário. No GDF, num universo de 160 mil servidores, isso seria o caos. Não dá para se fechar. Pelo contrário.
Mais do que a relação institucional, Rollemberg se coloca contrário ao impeachment...
É um posicionamento do governador. Ele foi muito cauteloso e lúcido quando disse que tem campo apropriado para apurar aquilo que se coloca sob dúvida. Temos todas as esferas constituídas dos poderes para apurar cada coisa no seu campo. Não sou eu que vou chegar e determinar se é isso ou aquilo.
Qual a sua convicção sobre o tema?
Tenho as minhas convicções de secretário-geral do PSD, de militante político, que não podem, no meu caso, enquanto vice-governador, superar as questões de funcionamento da cidade. Por exemplo, os recursos investidos no Pôr-do-Sol, no Sol Nascente, no Porto Rico, no Buritizinho, no túnel de Taguatinga, em Vicente Pires, estão em curso e são verbas de parcerias
com o governo federal.
O senhor anda muito pelo DF. O que as pessoas dizem sobre os políticos?
Vejo a população muito insatisfeita, inclusive conosco. Vejo o povo extremamente insatisfeito com a cena política. Isso é fruto do que foi colocado ao longo dos anos para aquele que confere ao político um voto de confiança. E não vai ser diferente comigo porque fui candidato pela primeira vez. Já na campanha recebi, quando fui pedir voto, vários “nãos”, várias interrogações. Muita gente dizia: 'Quer saber? Todos são ladrões'. Eu respondia: “Não sou ladrão, nem corrupto, nem político eu sou'. Virou um troço generalizado, todo mundo na vala comum.
O que levou a essa alta rejeição aos políticos?
A política é um instrumento para mudar vidas para melhor. Acredito que ainda temos, sim, pessoas na cena política que pensam e querem fazer essa mudança de vidas. A tecnologia, que era para mudar vidas, as pessoas usam para disseminar fofoca. Por que não montamos um grupo aqui para fazer o bem, resolver problemas, fazer entregas? Por que, com a tecnologia na mão, tenho que escrever ofício, botar o pé na mesa, chamar secretários? Por que tenho que me prender à burocracia se posso resolver tudo pelo celular?
Como levar isso à administração pública?
Tenho dito aos administradores: experimentem confeccionar licenças de funcionamento e levar no estabelecimento comercial, ir até o cidadão, pedir desculpas pela demora. Os administradores estão fazendo isso e estão felizes da vida. Eu disse isso a eles e fui fazer. Entreguei alvará pela administração que respondo, a de Vicente Pires, e gravei um vídeo em que digo algumas coisas de como deveria ser essa gestão nos tempos modernos, com a tecnologia, e mandei para eles. Tem administrador fazendo mutirão de entrega de alvará porque achou isso bacana.
Burocracia é o maior problema?
Burocracia é um grave problema porque gera o câncer que é a corrupção. Já vimos administrador regional, governador e vice serem presos. Nós sabemos disso tudo. Vamos fazer diferente. Vamos fazer entrega sem estabelecer um balcão de negócio.
Acha que o momento de graves denúncias de corrupção no DF já passou?
Nós tivemos grande exemplo do que não devemos fazer. Tivemos vários exemplos desses. E nós reduzimos o ruído dessa cena de corrupção no DF, que é um assunto alarmante. Tinha tabela de preços de alvará. Fui administrador interino de Ceilândia e, em 30 dias, cassei 100 documentos, entre licença, alvará e habite-se. Habite-se eram 43, que eram vendidos por R$ 40 mil.
Em que pé está essa denúncia?
É uma denúncia gravíssima. Cassamos licença, registramos ocorrência policial e o Ministério Público entrou no circuito. Há uma investigação em curso. Fomos checar e alguns documentos eram muito frágeis. Eu, por exemplo, fui administrador regional de Ceilândia até outubro de 2010 e tinha um habite-se assinado por mim de dezembro daquele ano. Isso acabou? Posso dizer que em 2015 não houve nenhuma denúncia dessa natureza. No início do governo, efetuamos prisão de cidadão na porta da Terracap. Dentro do carro, ele tinha uma tabela de preços que cobrava por reunião com o governador, com o vice e por publicação no Diário Oficial. Na vice-governadoria, tinha um servidor vendendo licença de food truck. Recebemos a denúncia às 17h e às 21h ele estava preso e demitido. Resposta rápida para esse tipo de ação é fundamental.
Na campanha, dizia-se que o senhor tem ligação com o delator da Caixa de Pandora, Durval Barbosa. É verdade?
Essa história surgiu na campanha com muita intensidade porque o (ex-deputado) Milton Barbosa (irmão de Durval) era um dos nossos filiados. Falo no passado porque agora ele saiu do PSD e voltou para o PSDB. Ele saiu na paz total. Na verdade, está voltando a uma casa da qual já pertencia. Ele veio para o PSD com a perspectiva da última eleição e não teve resultado. Aí o seguinte: o Milton foi para o PSDB porque o presidente do partido Izalci Lucas é amigo do Durval? Esse era o mote que usavam contra a gente lá atrás. Eu posso ser amigo do Durval e não tenho problema de dizer isso. Sabe por quê? Porque ele não vai sacar nenhuma fita de vídeo com o Renato Santana. Posso dizer que sou amigo. E qual o problema? O problema é ter tido relacionamentos que tiveram com ele, e não foram um, nem dois. Foi uma rede.
É amigo pessoal do Durval e do Milton Barbosa?
Sou amigo do Milton. Sou servidor do GDF há 22 anos. Milton era administrador de Ceilândia e foi quando conheci Durval.
Acha que Durval foi importante pra Brasília ao ser pioneiro em delações premiadas?
Até hoje, vivemos uma cena em que grandes empresas estão negociando e buscando caminho de reparar erros. Se ele reparou os erros ou não, só posso dizer que Brasília vive uma cena bem mais aconchegante do ponto de vista do zelo pela coisa pública. Tem muita gente aí que, num passado, talvez enveredasse para esse caminho e que hoje já não faz isso. Não tem mais espaço para isso. Tenho um presidente de partido, o (Gilberto) Kassab, que diz que depois da tecnologia não adianta enveredar para esse caminho, que vai ter fim trágico.
Qual é o seu ídolo, seu espelho, na política?
Tenho uma fonte de inspiração que, para mim, é imbatível. Figura que deu todos os exemplos de como fazer boa política: Jesus Cristo. E não tinha WhatsApp, Facebook. Como ele mobilizava tanta gente? É uma história que atravessa dois mil anos. Não vemos ninguém falando assim, “meu ídolo é o político Jesus Cristo”. Quer política mais sacada do que tomar um tapa e dar a outra face? Meu ídolo não é Pelé, Zico ou Rivelino. Gosto de rock e não é Freddie Mercury. Gosto de todos eles. Mas meu exemplo a seguir na vida pública é Jesus.
O senhor é católico?
Sou católico apostólico romano praticante. Minha paróquia é a São Marcos e São Lucas, no P Norte.
A igreja evangélica tem crescido muito. Acha que a católica não encontrou ainda essa linguagem com o jovem, ficou parada no tempo em relação à aproximação com o mundo moderno?
A igreja segue um rito, não que a evangélica não siga. Mas olha só, tenho um conceito sobre igreja muito diferente. Comparo a igreja com o Estado. A igreja é inclusiva, o Estado, em muitos momentos, exclui. Igreja tem braços que alcançam aquilo que o Estado jamais vai alcançar. Ceilândia, por exemplo, tem 17 paróquias. Toda entrequadra tem uma igreja católica, evangélica, espírita, ou de qualquer outro segmento. Em muitos momentos, o Estado é aquela igreja. É na porta do padre ou do pastor que a esposa em situação de conflito bate atrás de advogado. E o padre vira advogado. Na hora da fome, é lá que as pessoas batem e o pastor vira assistente social. O Estado não consegue alcançar isso. Nós vemos igreja no mundo moderno simples e puramente instituição religiosa, e não é. É mais do que isso.
Qual sua avaliação sobre a atuação da bancada evangélica?
Acho que deputado é deputado. É evangélico por convicção religiosa.
Mas não funciona assim...
Se não funciona assim, está errado. Eu não sou vice-governador católico, para os católicos, e fim de papo. Esse negócio de ficar rotulando, bancada da bala, bancada do boi, bancada do não sei o quê, é um equívoco. Bancada de Ceilândia? Eu moro em Ceilândia. Mas e Planaltina?
O que deu certo e o que deu errado no primeiro ano de governo?
Acho que o desafio de superar aquele imponderável que era não ter efetivamente recursos ao alcance. Vocês noticiaram demais isso. Tem rombo, não tem, qual o volume. Brasília é uma cidade tão jovem e já experimentou as mazelas da política que muitas cidades centenárias não experimentaram. Em Brasília, em alguns momentos, fizeram opção pelo supérfluo. Posso dar um exemplo: o Estádio Nacional Mané Garrincha. Quantos eventos tivemos ali? Meia dúzia. Por que não soubemos vender o estádio? O custo de venda é inviável. Então, essa opção pelo supérfluo trouxe desafio para a primeira oportunidade da geração Brasília no governo.
Os servidores públicos reconhecem que houve dificuldades superadas?
Somos uma indústria que tem 160 mil servidores sendo 34 mil deles da saúde com uma média salarial de R$ 10 mil. Imagina qualquer empresa assim. Essa indústria não consegue sobreviver sozinha. A garantia da funcionalidade da cidade passa pelo serviço público. O primeiro PIB de Brasília é o serviço público. Então, quer dizer que foi o único fator positivo? Veja, estamos falando do que é mais importante para o DF. Por que não assistimos a uma crise mais pancada na cidade? Porque pagamos o salário do servidor em dia.
Usar os recursos do Instituto de Previdência do DF (Iprev), a principal medida tomada pelo governo para conseguir honrar os salários, salvou o Natal na capital?
O Natal não foi normal, houve queda, os números apontaram. Mas em relação ao que se esperava e em relação a outros estados, fomos bem. Poderia ter sido muito pior se não tivéssemos superado essa história dos salários dos servidores. E todos os movimentos foram fundamentais. Usar recurso do Iprev, dos fundos. O Refis, por exemplo, nós fizemos e fomos questionados pelo Ministério Público. Depois, percebeu-se que foi o movimento, por exemplo, que salvou os salários de outubro.
Foi difícil governar com orçamento elaborado pela estão passada?