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Jornalistas na linha de tiro - (Por Circe Cunha)

Com o lançamento do Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil 2015, mais uma vez fica evidenciado que o livre desempenho da profissão no país ainda é sonho distante a ser alcançado, mesmo dentro de regime que se diz e pretende ser democrático. Pelo levantamento da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), em 2015, houve crescimento das agressões aos profissionais, com 137 ocorrências, contra 129 do ano anterior. Ocorreu ainda crescimento no número de assassinatos de outros comunicadores.

 

Segundo o relatório, em 2014, três jornalistas e quatro comunicadores foram mortos no exercício da profissão. Afirma a Fenaj: “O jornalista Evany José Metkzer foi assassinado em Minas Gerais em maio passado. Seu corpo foi encontrado na zona rural de Padre Paraíso. Já o jornalista paraguaio Gerardo Seferino Servián Coronel foi assassinado em Ponta Porã (Mato Grosso do Sul), onde morava, a 200 metros da linha de fronteira com a cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero. Servián trabalhava na rádio Ciudad Nueva 103,3 FM, de Santa Pytã. Dos assassinatos de jornalistas e outros comunicadores ocorridos em 2015, apenas em um caso — do radialista Gleydson Carvalho — os assassinos e os mandantes foram identificados e foram denunciados pelo Ministério Público.”


Para a entidade, a violência contra os representantes da imprensa ainda é recorrente no país, devido, principalmente à impunidade. São Paulo foi o estado que registrou maior número de ocorrências, grande parte ocorrida durante as manifestações de rua. A Polícia Militar segue sendo um dos principais autores das agressões.

 

Também foram mencionadas no documento da Fenaj agressões vindas de políticos, assessores e seus parentes próximos. Na avaliação da vice-presidente da entidade, Maria José Braga, a garantia para o exercício pleno do jornalismo e, por decorrência, da própria democracia, pode ser dada, em parte, pela criação do Observatório da Violência contra Comunicadores, bem como a instituição de um Protocolo de Segurança a ser adotado pelas empresas de comunicação, e  outro protocolo direcionado às forças de segurança do país.


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A frase que foi pronunciada:

“Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como um oceano. Só porque existem algumas gotas de água suja nele, não quer dizer que ele esteja sujo por completo.” (Mahatma Gandhi)



Por: Circe Cunha – Coluna “Visto, lido e ouvido” – Ari Cunha – Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog - Google

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