Seguindo o mesmo receituário do tipo bolivarianista, que
quebrou a outrora pujante Venezuela, o Brasil, conforme desenhado pelos
ideólogos do partido no governo, tem encontro marcado com a ruína. Para os
analistas, experimentamos agora os ventos da década perdida.
Todos os
indicadores econômicos negativos apontam o dedo acusador para o governo atual.
A crise, como todos já perceberam, tem nome e sobrenome, endereço fixo e
impressão digital conhecida. O apoderamento do Estado por uma facção e a
imposição de uma linha de pensamento enviesado, materializado em políticas
econômicas do tipo “nova matriz econômica” ou o que quer que isso signifique,
nos trouxe até aqui. O difícil será escapar dessa depressão pelas mãos dos
mesmos que nos empurraram.
O Plano
Real criou as condições econômicas necessárias que permitiram um começo
promissor de amplo desenvolvimento. Acontece que quem haveria de colher e
saborear os frutos maduros do plano de estabilização foi justamente aquele que
cuidou, depois de sepultá-lo a sete palmos, de substituí-lo por ideário
pré-muro de Berlim. Deu no que deu. Os efeitos desse descaminho se alastram não
só na economia, mas na vida das pessoas e empresas, afetando
indiscriminadamente tudo e todos.
Na
política, as repercussões são ainda mais deletérias, pois afetam a dinâmica do
próprio Estado. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), que congrega 35 países democráticos, com economias de livre mercado,
vem, há vários anos, elaborado série de estudos e análises que demonstram,
cientificamente, os danos para as políticas domésticas, da excessiva
intromissão do Estado na vida dos cidadãos.
Aliás, é
bom que se note, o Brasil da estrela vermelha na lapela não integra a OCDE como
membro pleno por motivos puramente ideológicos. Na visão distorcida do
Planalto, “preferimos ser grande entre os pequenos (emergentes)”.
O
aparelhamento do Itamaraty, nos últimos anos, cuidou de represar o desejo dessa
integração. Quem perde é o país. Há pouco, esse organismo internacional
apresentou estudo que demonstra os riscos para a democracia da captura política
feita pelos grandes doadores (empresas e empreiteiras) no financiamento dos
partidos políticos, principalmente durante as campanhas eleitorais.
O que os
brasileiros assistem hoje, em capítulos na Operação Lava-Jato, é exatamente a
esse fenômeno ideológico: em troca de recursos para partidos e políticos
variados, o Estado, via partidos, escancara as portas do cofre. Esse sequestro
dos partidos por grupos poderosos, aumenta ainda mais o descrédito nas legendas
políticas ante o eleitorado, com reflexos negativos e diretos para a própria
existência da democracia.
“Quando a
política é influenciada por doadores ricos, as regras ficam dobradas em favor
de poucos e contra os interesses de muitos. Manter padrões rigorosos nos
financiamentos políticos é uma parte fundamental da nossa batalha diária para
reduzir a desigualdade e restaurar a confiança na democracia, afirma o
secretário-geral da OCDE, Angel Gurría.
Eliminar
simplesmente da visão das pessoas, o financiamento das campanhas por empresas,
como fizemos agora, não resolve o caso, já que esses recursos transitam pelos
subterrâneos do caixa 2.
Parte do
que o estudo da OCDE recomenda é o seguinte: 1) Os países devem elaborar
sanções contra a violação dos regulamentos financeiros, como caixa 2, por
exemplo; 2) Os países devem encontrar um equilíbrio entre financiamento
político público e privado; 3) Os países devem se concentrar em fazer cumprir
os regulamentos existentes, e não adicionar novos; 4) Instituições responsáveis
pelo cumprimento dos regulamentos de financiamento de partidos políticos devem
ter um mandato claro, o poder legal adequado e a capacidade de impor sanções.
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A frase que não
foi pronunciada
“Se todos
são iguais perante a lei, por que há 13 exceções dispensadas da revista
mecânica para a visita em estabelecimento prisional?”
(Interno na Papuda pensando com os próprios
botões)
Por: Circe Cunha – Coluna: Visto, lido e ouvido – Ari Cunha –
Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog - Google
Excelente texto e realidades retratados... Repassei para minha rede pois tem alcance inclusive internacional, para quem quer tentar entender o que acontece por aqui...
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