Nas mãos de Sérgio Moro
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou para a
força-tarefa do Paraná as investigações que tratam da suposta cobrança de
propina pelo ex-senador Gim Argello (PTB-DF) para aliviar empreiteiras de
prestarem contas à CPI da Petrobras. Os procuradores do Paraná vão analisar as
suspeitas de uso desse dinheiro em campanhas do Distrito Federal, como foi
descrito em delações de empresários e do senador Delcídio do Amaral (PT-MS),
ex-líder do governo Dilma no Senado. Com a competência do caso transferida para
o berço da Lava-Jato, Gim e seu grupo político serão julgados pelo juiz Sérgio
Moro, o implacável.
Arquivada representação da Pandora
A
corregedora-nacional de Justiça, Nancy Andrighi, arquivou a representação do
Conselho Federal da OAB contra o juiz Atalá Correia. De acordo com a queixa dos
advogados, o magistrado, em conluio com promotores de Justiça, teria
prejudicado a defesa de réus da Operação Caixa de Pandora. Para a ministra, que
integra o plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o caso não merece ser
discutido.
Foro sem privilégio
A prisão do ex-vice-governador Benedito Domingos (PP) é mais uma
demonstração de que, no país de hoje, não vale a pena ter foro especial. Ele
foi condenado pelo Conselho Especial do Tribunal de Justiça do DF quando ainda
era deputado distrital. Por causa do cargo, o processo pulou a primeira
instância. Outros réus na mesma ação ainda não chegaram à segunda instância e,
por isso, estão em liberdade.
Herança
Benedito Domingos sempre comandou o PP. Desde que se tornou inelegível,
por enquadramento na Lei da Ficha Limpa, o ex-deputado desapareceu das
discussões políticas, mas mantinha força de decisão na legenda. Na prisão,
cumprindo pena por fraude à licitação, o ex-vice-governador do DF deixa o
partido à deriva. O presidente regional do PMDB, Tadeu Filippelli, deve ficar
com o espólio e acumular o poder.
Fonte: Ana Maria Campos – Fotos:
Bruno Peres/CB/D.A-Press – Antonio Cunha/CB/D.A.Press- Correio Braziliense