Protesto está marcado para em 28 de março, a partir
das 6h, vai afetar o país inteiro, e deve ser mais forte em Brasília.
Profissionais pedem a reformulação na taxa cobrada pela direção do aplicativo e
o aumento do número de condutores no serviço
Em meio à polêmica sobre a
regulamentação do Uber em Brasília, motoristas do aplicativo, no país todo,
cruzarão os braços no próximo dia 28. A categoria promete suspender as
atividades por 24 horas em protesto à taxa cobrada pela empresa no preço das
corridas e ao aumento de ingresso de novos profissionais. O plano é ficar
offline do aplicativo a partir das 6h. Os condutores se concentrarão no
estacionamento do Estádio Nacional Mané Garrincha ao meio-dia.
Também estão marcadas paralisações para
o dia 25. Os protestos são organizados por grupos no WhatsApp. Em uma das
mensagens, a categoria critica o Uber e convoca os motoristas a se mobilizarem
pela causa. “É só um dia. Um dia de folga que você vai deixar de trabalhar 14
horas para obter R$ 100 a R$ 150, quiçá, R$ 200, se der muita sorte. Se a Uber
tem 10 mil ‘parceiros’ no Brasil e fatura, em média, R$ 100 com cada um deles,
eles faturam R$ 1 milhão por dia. São R$ 30 milhões por mês. Mais do que o
dinheiro perdido, o fundamental é mostrarmos nossa indignação”, diz uma das
mensagens.
O serviço oferece duas categorias. No
UberBlack, 20% do valor da corrida é destinado ao aplicativo, e no UberX, a
porcentagem é de 25%. “Um dos motivos da paralisação é aumentar o nosso
percentual de lucro. Outra reivindicação é o controle das novas ativações. A
praça está de lotada de motoristas e o número de viagens diminuiu muito”,
reclama um motorista, que não quis se identificar. Ele conta que tem um emprego
fixo e faz as corridas somente aos fins de semana. “Quando está bom, eu consigo
tirar até R$ 2 mil por mês. Mas tem gente que não tem outra fonte de renda. Só
vive daquilo ali”, explica. Os profissionais também se queixam que, desde
novembro, houve uma redução de 15% nas tarifas. “Depois da Blackfriday, o preço
do quilômetro rodado caiu para R$ 1,25. Com o desconto do Uber, a gente passou
a lucrar R$ 0,90 a cada quilômetro rodado. A gente praticamente paga para
trabalhar”, lamenta outro entrevistado.
O físico Danilo de Farias, 25 anos, é
usuário do Uber e defende o aumento de motoristas. “Quanto mais motoristas na
rua, menor o tempo que a gente espera. Pode ser ruim para eles, mas é melhor
para o usuário”, avalia. Danilo usa o aplicativo, em média, três vezes por
semana. Desde que vendeu o carro, há dois meses, o Uber tem sido a preferência
na hora de escolher o transporte alternativo. “Para mim, é melhor meio de
transporte particular no mercado”, define.
Em Brasília, o Uber ainda não é
regularizado. Para tornar-se legal, o assunto precisa passar por quatro
comissões da Casa e depois ao plenário. Se for aprovado pelos deputados, o
projeto será enviado para sanção do governador Rodrigo Rollemberg (PSB).
Resposta
Em nota, a direção do Uber não fala
nada sobre punição a quem aderir ao movimento. Afirma que, com base em dados
das mais de 400 cidades em que estão presentes, foi verificado que, ao reduzir
os preços, houve aumento na demanda por carros. O aplicativo argumenta que, com
isso, os motoristas parceiros fazem mais viagens e continuam gerando tanta
renda quanto antes — chegando até a ganhar mais. A empresa ainda alega que o
aumento na demanda significa que os parceiros passam a fazer mais viagens por
hora e ficam menos tempo rodando entre uma viagem e outra.
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Preparem-se para a Hora do planeta
Preparem-se para a Hora do planeta
» A Hora do Planeta, ato simbólico
que demonstra a preocupação da sociedade com o aquecimento global, ocorre,
simultaneamente, hoje, das 20h30 às 21h30, nos quatro cantos do mundo. Em
Brasília, o evento ocorre no Setor Noroeste (foto), e conta com apoio do
Correio Braziliense, Caixa Econômica Federal da Câmara Comunitária e da
Associação de Moradores do bairro. A escolha do local deve-se à construção
altamente planejada e ecologicamente correta aplicada no Noroeste. Tanto que,
desde a sua inauguração, é considerado o único “bairro verde” do DF. Esta é a
oitava edição d’A Hora do Planeta no Brasil. Aqui, a iniciativa é da WWF (World
Wide Fund for Nature).
Fonte: Bruno Lima – Especial para
o Correio Braziliense – Fotos: Google – Breno Fortes/CB/D.A.Press