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Quem vê a população? (... Enquanto isso, a população assiste, em nome dela, à desconstrução de um país)

Neste cabo de força que se tornou a Operação Lava-Jato e o caso do tríplex no Guarujá e do sítio em Atibaia, ninguém puxa para o lado da população. A condução coercitiva do ex-presidente Lula para um depoimento e o pedido de prisão preventiva dele caem na mesma vala que o discurso midiático e incitatório do ex-sindicalista, convocando o povo a ir para as ruas defendê-lo. Os ministérios públicos Federal e de São Paulo tomaram decisões polêmicas, questionadas por juristas e especialistas em direito — o que deveria ter sido levado em conta pelos promotores. Já o petista não pode, como líder, colaborar com a violência às vésperas da manifestação contra a presidente Dilma Rousseff. Na atual situação, o mais importante é pensar em uma saída para as crises vividas pelo país, e não deixar interesses partidários ou a vaidade falarem mais alto.

O trabalho que o juiz Sérgio Moro tem feito para descobrir as falcatruas na Petrobras não encontra nada similar na história brasileira. Em conjunto com a Polícia Federal, o MPF mexe em feridas que derramam o sangue podre da corrupção de forma corajosa. Para quem acha que o grupo só vai atrás de petistas, é bom esperar as futuras fases da operação. Como se sabe, há políticos de todas as searas. Mas Moro e os procuradores envolvidos não podem deixar de lado a Justiça, que prometeram defender, em nome de uma sede insaciável por indícios e pistas em busca de corruptos.

Da mesma forma, Lula é um líder. Assim, contribuiu para a democracia no Brasil. Seguiu à frente de metalúrgicos no ABC Paulista, fazendo greves em tempo de medo. Concorreu e aceitou a derrota em três eleições, ajudou a construir oposição forte, como deve ter um país sério. Agora, diante da crise política e financeira que não deixa a nação andar para frente, desconstrói toda uma história de luta democrática. Principalmente pelo discurso bélico e arcaico que insiste em proclamar. Seu papel de líder é posto à prova. Até para reconhecer que ninguém está acima da lei. Enquanto isso, a população assiste, em nome dela, à desconstrução de um país


Por: Leornardo Meireles – Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog-Google

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