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Deputado quer bingo em estádios

Comissão especial da Câmara que discute Jogos de Azar, em reunião ontem. Colegiado deve analisar proposta

Para driblar a crise financeira instalada em diversos clubes de futebol após a realização da Copa do Mundo, os deputados Andrés Sanchez (PT-SP) e Guilherme Muzzi (PP-SP) articulam proposta para legalizar a instalação de bingos dentro dos estádios ou clubes sociais vinculados aos times. Dessa forma, por conta própria ou com auxílio de parcerias, a iniciativa funcionaria como mais uma fonte de renda para as agremiações.

A ideia partiu de Sanchez, ex-presidente do Corinthians, em conversa entre os dois, após reunião da Comissão Especial do Marco Regulatório dos Jogos no Brasil, da qual Muzzi é o relator. A previsão é de que o relatório final seja produzido nos próximos 15 dias.

“Os clubes de futebol ou os clubes esportivos poderiam montar (bingos) ou no seu clube social ou na arena, mas apenas um bingo por clube”, explicou Sanchez. Segundo ele, a proposta deve constar no relatório final.

A ideia poderia favorecer diretamente a Arena Corinthians, estádio do clube paulista, que enfrenta uma crise financeira. Em abril, por exemplo, o Corinthians atrasou uma parcela de quase R$ 6 milhões de financiamento contraído com a Caixa.

“Muitos estádios novos foram construídos para a Copa do Mundo e, principalmente em estados que não têm tradição futebolística, acho que é uma ideia interessante”, prosseguiu o relator.

Tanto Sanchez quanto Muzzi, porém, rechaçaram a ideia de serem criados cassinos nos clubes de futebol. “Cassino é uma coisa muito maior, na minha concepção tem que ir para lugar mais necessitado pela população, não em São Paulo”, exemplificou Sanchez.

Segundo Muzzi, a ideia deve ser aprovada pelos membros do colegiado. “A bancada da bola vai adorar”, comentou.

Protestos
A proposta apresentada ontem, porém, não é unanimidade entre os parlamentares. O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), por exemplo, que já era contrário à legalização de bingos e cassinos no país, avaliou que esse é o tipo de ideia focada nos interesses de grupos específicos, e não para o conjunto da sociedade.

“Olha o interesse dele, ele quer bingo nos estádios. O outro quer cassino em estações termais, o outro cassino em cidades turísticas. Isso é uma babel de interesses”, criticou o tucano.

Segundo ele, a crise financeira dos clubes não justifica a criação de regras para auxiliar no pagamento das dívidas. “Já damos incentivo, refinanciamos dívidas. Eles têm que viver do futebol, do espetáculo, shows”, concluiu. (GW)


Fonte:  Guilherme Waltenberg - Especial para o Correio Braziliense - Foto: Lucio Bernado Jr. Agência Câmara

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