O desfile de Sandra Lima se destacou pela moda conceitual,
com tons preto, branco e cinza
As peças de Romildo Nascimento ficaram marcadas pelo estilo
despojado e chique
Desfiles
de Romildo Nascimento e Sandra Lima no Iate Clube lançam a 18ª edição do
Capital Fashion Week, que será realizado em setembro. Também estão abertas as
inscrições para o concurso de novos talentos, iniciativa tradicional que revela
estilistas da cidade
Enquanto em São Paulo ocorre a 40ª edição da semana de moda da cidade, Brasília mostra que não fica atrás na passarela. Na manhã de ontem, desfiles no Iate Clube de Brasília marcaram o lançamento da 18ª edição do Capital Fashion Week (CFW), que será realizada em setembro. Em discurso de abertura, na presença de Thiago Jarjour, secretário do Trabalho, Renato Riella, um dos idealizadores da semana de moda, relembrou os primeiros passos do CFW, quando ainda precisava buscar gente de fora para a realização do evento. “Nós trazíamos uma pessoa de Curitiba para cuidar da luz da passarela. Atualmente, temos orgulho de contar com uma equipe toda de brasilienses”, relata.
A versão pocket do
evento serviu também para divulgar o início das inscrições no concurso de novos
talentos, típico da semana de moda brasiliense (leia Atenção). Para estimular a
criação na capital, todo ano, dois ou três designers novatos são selecionados
para desfilar uma coleção inédita. Para a criação dela, eles recebem assessoria
de profissionais experientes, como Akihito Hira, descoberto no concurso em 2008.
Na passarela
A moda conceitual de Sandra Lima contrastou-se com a
bem mais comercial — mas ainda criativa — de Romildo Nascimento, um dos
estilistas iniciantes escolhidos na edição de 2006. A passarela da estilista
apresentou moda feminina e masculina em tons neutros: preto, branco, cinza. A
base de todas as produções eram macacões e calças leggings de lycra. Por cima,
vinham jaquetas, coletes, saias. Os homens de calça legging e camisetas um
pouco mais longa davam um ar unissex às produções, o que têm estado em alta.
As criações de Sandra têm uma identidade muito forte:
os botões grandes usados para drapear e dobrar os tecidos, característicos da
estilista, estavam presentes; assim como os tecidos bem estruturados que dão
novos formatos ao corpo. A estilista define tal modelagem como uma mistura do
plano livre e da modelagem tridimensional. O que vemos são modelagens amplas e
excesso de tecido. Uma novidade interessante foi o uso de bolas de tamanho
médio, possivelmente de isopor, em uma saia longa e na gola de uma jaqueta.
As peças assinadas por Romildo Nascimento e desfiladas
na manhã de ontem poderiam sair da passarela direto para o armário de qualquer
homem — até do menos moderninho. Tinha para todos os gostos: camisas com
estampas mais ousadas, sem desenho algum ou com padronagem mais clássica, como
bolinhas. Todas, no entanto, com um toque criativo, como pequenas pregas ou
costuras.
Chamou a atenção o
estilo despojado e ao mesmo tempo chique de cada produção: calça skinny, camisa
social amisa amarrada na cintura, jaqueta de couro. Na passarela, viam-se
homens da vida real que se preocupam um pouco com a aparência, mas sem frescura
demais.
Pechincha
O evento terá um estande no Extra Chique Outlet, no
Pontão do Lago Sul, em 20, 21 e 22 de maio. Lá, muitos dos novos talentos
descobertos pela semana de moda apresentarão as suas criações com até 70% de
desconto.
Atenção
As inscrições no
Concurso de Novos Talentos do Capital Fashion Week estão abertas até 26 de
junho. Deve-se preencher ficha de inscrição disponível no site do evento e
entregar a proposta de coleção no endereço SHIS QL 8, Conjunto 4, Casa 18. O
tema deve ser “Orgulho da moda feita no Brasil — Identidade e apropriação
cultural”. Mais informações em http://www.cfw.com.br/v2/novos-talentos/regulamento.
Fonte» Renata Rusky – Fotos: Ana Rayssa/Esp.CB/D.A.Press –
Correio Braziliense