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#EXECUTIVO » Governo faz reforma em administrações - (troca dois nomes no primeiro escalão)

Por causa de exigência da população, a Administração do Sudoeste continua cuidando também do Cruzeiro e não entrou na divisão

Eleições diretas para as cidades promessa de campanha estão marcadas para outubro de 2018, mas sete já ganham novos gestores. Rodrigo Rollemberg também troca dois nomes no primeiro escalão: na Secretaria de Justiça e na pasta de Assuntos Legislativos

Pressionado por deputados distritais, que desde o início da gestão cobravam mais espaço no Executivo, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) fez trocas no primeiro escalão e no comando de sete administrações regionais para contemplar os aliados. Com as mudanças no GDF, ele fortalece a interlocução com a Câmara Legislativa, depois de enfrentar derrotas na Casa em 2015. Apesar das concessões aos parlamentares, o socialista prometeu enviar um projeto de lei que deve tirar poderes dos distritais. A proposta é fazer eleições diretas para as administrações a partir de outubro de 2018. Promessa de campanha, o pleito para a escolha dos gestores das cidades enfrenta resistência entre os parlamentares e dificilmente passará pela Câmara sem emendas que assegurem a participação deles na escolha.

O governador reconheceu que fez as nomeações para atender os aliados, mas frisou que as indicações atenderam exigências feitas pelo Palácio do Buriti. “Seria hipocrisia dizer que não tem uma relação política na escolha. Todos eles são moradores das cidades que vão administrar e têm ficha limpa. Alguns já participam das administrações ou já foram administradores regionais; outros não têm nenhuma relação com parlamentares. Eles atenderam os nossos critérios e serão cobrados por desempenho”, garantiu Rodrigo Rollemberg.
         Marcelo Lourenço vai para a Secretaria de Justiça: indicação de Sandra Fara
Uma das novidades é a nomeação do advogado José Flávio de Oliveira para a recém-criada Secretaria Adjunta de Assuntos Legislativos. Ele vai substituir Igor Tokarski na interlocução com a Câmara Legislativa. Experiente negociador político, José Flávio foi o articulador do ex-governador Joaquim Roriz, mas hoje está afinado com Rollemberg. Tokarski continua como secretário-adjunto de Relações Institucionais e Sociais, mas não terá mais a atribuição de negociar a aprovação de projetos de interesse do Executivo.

Entre as nomeações sugeridas pelos distritais, está a escolha de Marcelo Lourenço para a Secretaria de Justiça. Ele é ligado a Sandra Faraj (SD) e trabalhava no gabinete da deputada. Até fevereiro, o cargo era ocupado por João Carlos Souto, indicado de Raimundo Ribeiro (PPS), mas o parlamentar rompeu com o governo e Souto acabou exonerado há dois meses. Desde então, Guilherme Rocha de Almeida Abreu estava como interino. Faraj nega que tenha negociado a aprovação de projetos em troca do cargo e afirma que só indicou Marcelo Lourenço porque o ex-funcionário tem perfil técnico. “Quando houve interesse do governo em ter alguém com um bom currículo nessa área de gestão, é claro que chancelei o nome dele com muita alegria. Mas não existe essa combinação de trocar voto, até porque estou ao lado do governo desde o início”, garantiu.
Ex-aliado de Roriz, José Flávio de Oliveira vai cuidar da interlocução com os deputados

Mais nomes
A deputada Liliane Roriz (PTB), que estava insatisfeita com o governo, nomeou Roberto Charles Bezerra, funcionário de seu gabinete, para a Administração do Paranoá. Já o distrital Júlio César (PRB), líder do governo na Câmara, indicou o pastor Paulo Antônio da Silva para administrar Samambaia. André Brandão, que já cuidava do Guará, passa a acumular a gestão do Setor de Indústria e Abastecimento. Ele é afilhado político do distrital Rodrigo Delmasso (PTN). Inicialmente, o GDF daria a Administração do Cruzeiro a Delmasso. Mas a população do bairro protestou e reivindicou que a gestão continuasse associada à Administração do Sudoeste, atualmente sob o comando de Paulo Feitosa. Rollemberg atendeu o pedido.

A Administração do Lago Norte e do Varjão ficará com Marcos Woortmann. Ele já comandou a cidade durante o governo de Agnelo Queiroz e no primeiro ano de gestão de Rollemberg. O PSB, partido do governador, ganhou duas novas administrações: o ex-padre Alessander Carregari Capalbo, que concorreu a distrital pelo PMDB em 2014, recebeu o aval da legenda para assumir Itapoã. Alessandro Paiva, pastor evangélico e suplente de distrital pelo PSB, é uma indicação para a Administração do Lago Sul e do Jardim Botânico.

Regras para as eleições
O projeto de lei que vai detalhar as regras para as eleições diretas de administrador regional deve ser enviado à Câmara Legislativa até a semana que vem. Nem o governador nem integrantes do Palácio do Buriti quiseram antecipar detalhes sobre a proposta do Executivo. Segundo Rodrigo Rollemberg, a ideia é abrir o debate sobre a participação popular na escolha dos administradores das cidades. Essa é uma promessa de campanha do governador. No começo do ano, o GDF formou um grupo de trabalho para discutir o assunto.

“Queremos abrir um grande debate porque entendemos que esse é um instrumento de participação popular, além de ser a forma mais eficiente para a escolha de administradores. Espero que a próxima eleição para governador já possa ser acompanhada da eleição dos administradores regionais”, contou o governador do DF. 

Apesar do otimismo, o governador sabe que haverá grande resistência no Legislativo. Com as eleições para administradores, os deputados distritais perderiam espaço político e cargos. A deputada Sandra Faraj demonstrou resistência à ideia. “O administrador não tem que ser apenas uma indicação popular, ele precisa ter perfil técnico e condições de gestão, porque vai atender o povo lá na ponta. Não sei se essa proposta vai ser bem aceita pela Câmara, não”, disse Faraj.

O petista Chico Vigilante também apresentou à Câmara, este ano, um projeto de lei prevendo eleições diretas. “A verdade é que os deputados querem continuar com currais eleitorais, por isso, muitos já se articulam contra o projeto”, disse Vigilante. A presidente da Câmara, Celina Leão (PPS), é favorável, mas defende que os distritais mantenham a influência em regiões onde tiveram muitos votos. “É possível que ele possa participar, talvez com base no percentual de votos que recebeu na região”, explica Celina. “Outra ideia é que, com o voto direto, seja feita uma lista tríplice e a Câmara escolha o nome.


Fonte: Helena Mader – Fotos: Daniel Ferreira/CB/D.A.Press – Renato Araujo-Agencia Brasília- Correio Braziliense

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