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Fotógrafos reúnem imagens feitas no nascer e no pôr do sol em Brasília

Ponte Juscelino Kubitschek fotografada ao amanhecer (Foto: Diego Baravelli/Divulgação)

Dupla inicou projeto em 2015 e, agora, prepara site para reunir o acervo. Monumentos e pontos turísticos são mostrados de forma ‘diferente’, dizem.

Exaltadas por brasilienses e turistas, as cores do céu de Brasília nas primeiras horas da manhã e no final do dia chamaram a atenção dos fotógrafos João Campello e Diego Baravelli. A dupla registrou o nascer e o por do sol no Distrito Federal em uma série de imagens que bombaram nas redes sociais. Agora, eles organizam o acervo para lançar um site sobre o tema.

As fotos retratam monumentos como a Catedral Metropolitana, o Museu Nacional Honestino Guimarães e a Ponte JK em momentos em que há pouco ou nenhum movimento. Campello e Baravelli produzem o material pela cidade desde o ano passado e buscam capturar o “diferente” dos cenários populares de Brasília.


A parceria começou em 2015 e acontece sempre que Baravelli, hoje morador do Rio de Janeiro, visita a cidade. A técnica usada para capturar as fotografias é a longa exposição, obtida com o auxílio de tripés e filtros nas lentes das câmeras. Segundo Campello, o horário escolhido favorece a execução.

“Para mim, em especial, é o melhor horário para fotografar. As ruas vazias criam uma atmosfera diferente do lugar, que as pessoas não estão acostumadas a ver.”
                Deck do Lago Paranoá, em Brasília (Foto: Diego Baravelli/Divulgação)
O fotógrafo de Salvador chegou à capital federal com 7 anos, em 1979. Segundo ele a chegada causou uma impressão que ele busca reproduzir em suas imagens até hoje. “Naquela época, minha mãe me falou que Brasília parecia cenário de ficção cientifica: prédios e espaços vazios, tudo diferente do que vi na infância em Salvador. O que tento, com minhas fotos, é mostrar minha impressão da cidade.”

"Queremos mostrar o lado diferente da cidade, não o lado insólito das paisagens"
(João Campello, fotógrafo)

Campello diz ter "despertado" para a fotografia há cinco anos, quando estava nos últimos semestres do curso de psicologia. O fotógrafo, que também é formado em engenharia civil, afirma que começou a sair para fotografar como estratégia de “fugir de obrigações” do último semestre da faculdade de psicologia.

“Eu fotografo exatamente por causa da psicologia. Em 2011 eu estava no último ano do curso e tinha monografia e estágio para fazer. Como venho da engenharia, escrever é algo difícil para mim. Eu tinha muito tempo livre e pouca coisa para fazer. Tudo isso me motivou a sair de casa para evitar a monografia”, conta.

Campello diz ter ganhado bastante reconhecimento nas redes sociais no final de 2011, quando publicou uma fotografia do sol nascente entre as torres do Congresso Nacional. “Queremos mostrar o lado diferente da cidade, não o lado insólito das paisagens.”
Sol nasce entre as torres do Congresso Nacional (Foto: João Campello/Divulgação)

Geografia e imagens
Diego Baravelli nasceu em São Carlos, São Paulo, e é geógrafo. Ele começou a fotografar nas saídas de campo do curso. “A geografia contribui por ajudar na previsão do tempo, no planejamento da foto. Saber como o céu vai se comportar, como a luz vai incidir ajuda bastante”. Ele afirma que decidiu fotografar profissionalmente depois que outros colegas de trabalho e um tio o estimularam a seguir na carreira.

Baravelli morou em Brasília entre 1997 e 2009 e, em fevereiro deste ano, passou a viver no Rio de Janeiro. Em todos os lugares por que passou, o fotógrafo produziu imagens que fazem parte do acervo que desenvolveu ao longo de seis anos de carreira. Sobre a série de fotografias de Brasília, ele diz que surgiu de forma espontânea e despretensiosa.
“Conversei com o João [Campello] sobre a série durante a madrugada e ele disse que seria tranquilo porque ‘bandido de Brasília não trabalha de madrugada’”, brinca.
Palácio do Planalto fotografado durante as primeiras horas do dia (Foto: Diego Baravelli/Divulgação)
Diego conta que, para produzir a série, precisou acordar cedo e dirigir o carro usado pela dupla. Um terceiro fotógrafo, Bruno Oliveira, acompanhava os dois nas saídas. “Como o Campello não dirige, era eu quem nos levava aos locais.”

As fotos foram capturadas nas visitas que Baravelli fez a Brasília. Os fotógrafos passavam até uma semana fotografando a cidade. O próximo passo de Baravelli é fotografar a costa do Brasil, onde pretende realizar imagens de paisagens à luz do sol nascente.



Fonte: Alexandre Bastos - Do G1 DF


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