Foto: PGR - Brasília-DF
No Paraná, parceria total na Lava Jato…
Na visão de integrantes da Polícia
Federal (PF), a força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba funciona bem porque há
harmonia entre delegados, procuradores da República e o juiz Sérgio Moro.
Praticamente tudo é compartilhado, inclusive, a apresentação à imprensa das
etapas da investigação que envolve políticos, lobistas, empresários em bilhões
desviados. Em Brasília, a interação da PF com a equipe do procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, não é a mesma. E sob o olhar o Ministério Público em
Brasília, é por isso que as coisas estão andando na esfera das investigações
políticas.
Em Brasília, controle total de Janot…
Os temas tratados pela equipe da
Procuradoria-geral da República envolvem personagens com foro especial – como
os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), e até da presidente Dilma Rousseff. Por isso, são considerados mais
estratégicos por Rodrigo Janot. Foi o caso, por exemplo, da delação premiada do
senador Delcídio do Amaral (PT-MS), costurada pela equipe de procuradores que
se reúne no prédio espelhado na capital federal. Apenas um delegado acompanhou,
sob sigilo, a negociação que levou a revelação de segredos da República em
longas horas de conversa, num espaço onde funciona uma sala de depoimentos do
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A interação do
grupo de Janot é diretamente com o Ministério Público no Paraná, com
compartilhamento mais restrito com a PF.
Garoto-propaganda
Apesar da afinidade entre procuradores
e delegados na força-tarefa de Curitiba, a cara mais identificada com a
Lava-Jato no país é a do procurador da República Deltan Dallagnol.
Participação total
Na força-tarefa de Curitiba, delegados
têm mais autonomia para investigar. No grupo montado por Rodrigo Janot, com
especialistas em combate ao crime organizado de Ministérios Públicos de todo o
país, procuradores participam mais diretamente de todas as etapas da coleta de
informações sobre o esquema de corrupção com empreiteiras, de forma que o
trabalho de delegados federais é mais controlado. Nas operações, procuradores
acompanham o cumprimento dos mandados de prisão e de busca e apreensão em todos
os endereços.
Por: Ana Maria Campos – Coluna “Eixo
Capital” – Correio Braziliense