Cachoeira em Cavalcante: ingressos
comprados com antecendência
Principal atrativo dos
brasilienses nos fins de semana e feriados, as cachoeiras de Goiás e reservas
ecológicas poderão aderir ao sistema de voucher único. A intenção é que a
medida comece justamente nos principais destinos dos candangos no estado vizinho:
Pirenópolis, Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Formosa e Mambaí. O sistema
será o mesmo em funcionamento no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. A
cobrança da entrada nas reservas ambientais já existe em atrativos
particulares. A diferença é que cada atividade dentro da área natural exigirá
um bilhete do turista, que precisará ser adquirido — e pago — em agências de
turismo.
A mudança precisa passar por
aprovação nas câmaras municipais e os donos das áreas precisão regularizar os
trechos de visitação turística. Assim, os proprietários pagarão Imposto Sobre
Serviços de Qualquer Natureza (ISS) para o município e, consequentemente, não
está descartado aumento de preço para o turista. Em Formosa (GO), a Câmara dos
Vereadores aprovou a lei municipal em dezembro de 2015. Segundo a Secretaria de
Turismo da cidade, o sistema de voucher único digital vai minimizar os impactos
a natureza, uma vez que cada atrativo terá o limite máximo da capacidade de
pessoas estabelecida. A pasta também prevê mais segurança ao turista que
visitará áreas com guias e trechos adequados ao ecoturismo.
A secretária de Turismo da cidade,
Rosana Araújo, explicou que, em parceria com o Sebrae, os proprietários das
áreas estão em fase de formatação dos atrativos, organização de acesso e
orientação quanto a cobrança e recepção dos turistas. “Eles precisarão estar
com áreas organizadas para receber as pessoas com segurança e, a partir daí,
implantar o sistema do voucher único. É um grande acordo que passa pelo
conselho de turismo, por guias, agência de receptivo e proprietários de
atrativos que vão começar a pagar ISS para a prefeitura”, esclareceu.
Preço
O estado de Goiás contratou a
licença do sistema de voucher digital por R$ 30 mil, durante dois anos, para as
cinco cidades goianas. O gerente de Projetos e Produtos Turísticos da Agência
Estadual de Turismo (Goiás Turismo), João Lino, esclareceu que o bilhete único
vai permitir ao governo monitorar e obter dados de quantitativo de turistas,
frequência e perfil dos visitantes. “A proposta cria mecanismos de integração
do sistema produtivo entre agências de receptivo local, os guias e os
atrativos. A diferença é que os interessados poderão fazer agendamento das
visitas e ter garantia dos horários. Já os proprietários poderão trabalhar com
agendas e distribuir melhor o fluxo de visitantes”, explicou.
O sistema já existe em cidades
como Bonito (MS) e Nobres (MT). Para a diretora executiva da Associação dos
Moradores e Amigos de Pirenópolis (AMO Pirenópolis), Eliana Pereira de
Siqueira, qualquer união em prol do turismo é benéfica, mas ela ponderou a
necessidade de se avaliar o projeto e analisar vantagens e desvantagens. Também
proprietária da Cachoeira Bom Sucesso, Eliana ressaltou a importância de
reverter o pagamento de imposto a benefícios para a cidade. “Vamos analisar o
que seria feito pelo governo em troca dessa unidade e monopolização de preço.
Mas é importante que o ISS seja revertido para a cidade”, considerou.
Fonte: Isa Stacciarini - Foto: Richard Avolio/Divulgação - Correio Braziliense