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Urge sair da inércia

Desde a posse de Dilma Rousseff no segundo mandato, o país padece de inédito processo de paralisia. O governo não governa. O Legislativo não legisla. Passado o primeiro trimestre deste ano, não se pode dizer que o saldo é zero. É negativo. A inação não significa apenas inércia. Significa retrocesso. Com a falta de respostas eficazes e tempestivas, a inflação sobe, a atividade econômica despenca, o desemprego alça voo.

Em nenhum dia de 2016, pensou-se efetivamente no país. A Operação Lava-Jato, cuja abrangência desvenda inimaginável esquema de corrupção, é a espada de Dâmocles sobre a cabeça de deputados, senadores, ministros, empresários. Trata-se do imponderável, que tira o sono dos detentores do poder e desperdiça energias, concentradas no esforço de salvar a própria pele.

O impeachment é fato inegavelmente relevante. Ninguém pode negar que o impedimento de um presidente da República constitui trauma em qualquer país. Aqui não é diferente. Previsto na Constituição, o instituto teve o rito imposto pelo Supremo Tribunal Federal. Os prazos precisam ser respeitados. A tramitação do processo, porém, não justifica a imobilidade dos poderes.

Projetos aguardam apreciação. Entre eles, a modernização da legislação trabalhista, o Código de Defesa do Contribuinte, o Novo Marco das Agências Reguladoras, a transição das empresas para a saída do Simples, as iniciativas aptas a fechar os ralos da corrupção, a ampliação da infraestrutura e o aperfeiçoamento do modelo de concessão para tornar mais atraentes os investimentos em ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias.

Assuntos essenciais para retirar o país da crise em que está afundado não encontram ressonância nas pastas correspondentes. É o caso da reforma da Previdência. Apesar da importância de que se reveste para equilibrar as contas públicas e restaurar a credibilidade nacional, faltam entendimentos aptos a pôr o tema na mesa de negociações. A ausência de liderança e de vontade política impede avanços.

Ministérios transformados em moeda de troca agravam a crise que parece sem fim. A tragédia do zika, por exemplo, caiu no esquecimento. O governo esqueceu que foi eleito para governar. Precisa dar respostas à calamidade em que se transformou a saúde, à escola que não ensina, à insegurança que ceifa vidas, ao trânsito que não anda. A vida continua. Com ela, as urgências de quem paga impostos e o salário dos ocupantes de gabinetes dos Três Poderes.




Fonte: “Visão” do Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog - Google

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