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Águas Claras #bomba nas redes - (O grupo Mães Amigas de Águas Claras e Região conta com 46 mil membros: unir para ajudar)

O grupo Mães Amigas de Águas Claras e Região conta com 46 mil membros: unir para ajudar

No aniversário de 13 anos de emancipação da cidade, os moradores chamam a atenção pelo engajamento virtual. São milhares de membros em grupos de discussão na internet, que lutam por melhorias, fazem ações sociais e discutem política com ardor
Na Amaac, 16 mil habitantes do local apontam os maus exemplos e parabenizam quem faz o bem
Ao todo, são 120 mil moradores na cidade, e quase metade participa de alguma comunidade virtual

Águas Claras comemora, hoje, mais um aniversário. Oficialmente, são 24 anos de existência. Mas a comemoração se dá porque, 13 anos atrás, a cidade era finalmente emancipada como região administrativa. Atualmente, o emergente bairro chama a atenção por diversos fatores. Quanto à população e ao número de prédios, ela surpreende. Somente na área vertical são 120 mil moradores, 722 edifícios construídos e 143 sendo erguidos. Outra característica faz a região ter personalidade própria: o protagonismo exercido pelos moradores nas redes sociais. Com capacidade de mobilização impressionante, dois dos maiores grupos da cidade têm, somados, quase 60 mil membros.

Dicas de estabelecimentos, denúncias, avisos de utilidade pública, problemas sociais e política. Tudo isso é discutido na internet, especialmente no Facebook. Vale tudo para chamar a atenção das autoridades e solucionar problemas comunitários rapidamente. Criada em 2011, a Associação de Moradores e Amigos de Águas Claras (Amaac) nasceu como entidade voltada para os cuidados com o parque local. O reconhecimento e a participação da população só vieram quando, dois anos depois, a página na rede social foi criada. O sucesso foi tanto que, neste momento, já são mais de 16 mil membros.

O argentino Roman Cuattrin, 44 anos, é presidente da Amaac. Ele veio para o Brasil acompanhado da família em busca de uma vida melhor. Morou no Cruzeiro e mudou-se para Águas Claras em 2004, quando a realidade da cidade era completamente oposta à atual. “Quando cheguei aqui, a maioria das ruas era de terra e mal havia iluminação. A gente andava pelos lugares e conseguia contar os prédios”, recorda. Hoje, à frente da associação, ele considera que a explicação para o engajamento dos moradores da cidade é uma só. “A maioria das pessoas que vivem aqui quer estar por dentro das necessidades da cidade e luta ativamente para melhorá-la”, afirma.

Ele garante que, mesmo com as insatisfações da população, também resta espaço para elogios e recomendações positivas. “A gente cobra quem faz errado, mas também aplaude os bons exemplos. O grupo permite debates sobre tudo que se relacione à comunidade, exceto propagandas”, explica. O retorno dos membros é muito satisfatório. Por mês, são cerca de 500 novas adesões ao grupo. Um assunto constante no grupo é a política. São colocações acirradas, posições fortes e discussões divididas — um espelho do que ocorre atualmente no Brasil. As opiniões criam inimizades e alguns comentários chegam a atingir pessoalmente os membros. Para Roman Cuattrin, o melhor é deixar correr, com pluralidade de posicionamentos. “Mas a associação não defende nenhum partido político”, aponta.

Para o integrante da associação Rodolfo Rodrigues, 33 anos, tanta gente se envolve com a página porque os moradores da cidade são ativos socialmente. “Grande parte das pessoas do grupo é bem informada. As questões levantadas são relevantes e é lá que a gente colhe a maioria das nossas demandas”, destaca. A ação do grupo já impediu a implantação de estacionamento na área do parque central e promoveu a colocação de faixas de pedestres e sinalização de vias.

Elas mandam
Outro grupo bastante conhecido é o Mães Amigas de Águas Claras e Região. Com 43 mil membros, todas mulheres, ele nasceu de uma dificuldade da administradora Ana Paula Leite, 32. Quando se mudou com a família para a cidade, há cinco anos, a brasiliense sentiu a necessidade de se aproximar das pessoas que já moravam ali, mas não sabia como. “Muita gente vive no mesmo prédio e não se conhece. Por isso, decidi criar um grupo em que pudéssemos nos conhecer, falar dos filhos e dos problemas em casa e no trabalho. Queria que a gente se unisse para se ajudar”, conta.

Em julho de 2012, o grupo começou e conquistou adeptas rapidamente. Além de questões da cidade, dicas de promoções, restaurantes e serviços locais, o grupo abre espaço para o aconselhamento. “A gente tem um lado solidário muito forte, um lado humanizado, que nos dá vontade de ouvir as mulheres e fazer o que podemos para ajudá-las. Se for preciso, acionamos as autoridades e damos um jeito”, enaltece. Um desses casos foi o da também administradora e moradora da cidade Stéfani Rossi, 32. Ela já passou por apuros e recorreu ao grupo para pedir auxílio. “Na época da tragédia de Mariana, faltou água em Governador Valadares. Minha mãe, que mora lá, me ligou desesperada com a situação”, lembra.

Diante disso, ela entrou em contato com as mães do grupo para pensar em formas de ajudar e conseguiu o que precisava. “A mobilização foi tanta que movemos o Corpo de Bombeiros, a Força Aérea, a Defesa Civil e várias igrejas. Por fim, conseguimos mandar para lá 13 toneladas de água”, salienta.

Juntas, elas promoveram uma série de ações cidadãs, sempre em parceria com a comunidade. Entregaram agasalhos no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), distribuíram rosas para pacientes com câncer e promoveram, inclusive, um casamento coletivo. “O que nos mantém juntas é o desejo de ajudar a sociedade da maneira que estiver ao nosso alcance”, valoriza a criadora da página. No aniversário da cidade, elas consideram que há motivos para comemorar.


Fonte: Correio Braziliense – Fotos: Helio Montferre-Esp.CB/D.A.Press – Antonio Cunha/CB/D.A.Press 

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