Com o passar dos meses, aumenta a
impressão, entre os brasilienses, de que os problemas na área de saúde pública
do Distrito Federal caminham para estado de colapso generalizado. A situação
parece vir num processo lento de degradação, por mais que o GDF empreenda
esforços no sentido contrário. O que parece é que os remédios empregados para
deter a piora nos serviços do setor não têm sido devidamente prescritos. No
aprendizado de medicina, uma parte fundamental do curso é despendida no ensino
da semiologia ou propedêutica, que analisa os sinais e sintomas das doenças.
Esse estudo é essencial para formar um quadro real do paciente e, com isso,
levar a um diagnóstico preciso.
Mesmo nesses cursos, os avanços na tecnologia, vêm
substituindo o saber ancestral médico pelos diagnósticos originados de
máquinas. Os médicos, hoje, confiam muito mais nos exames de laboratórios e de
imagens do que nos métodos de contato e conversa com seus pacientes. Não é por
outra razão que uma simples consulta, dura o necessário apenas para o médico
prescrever os exames complementares que as máquinas farão na sequência. Não se
deve menosprezar o poderio de máquinas com o Petscan e o Raios X, na área
médica. Da mesma forma, deve-se aprimorar o estudo da semiologia, como fazem as
escolas de medicina da China e de outras partes do mundo.
É esse diagnóstico do diálogo, nascido da
perscrutação profunda das causas e não das consequências, que parece faltar
também nas áreas de administração da saúde pública. Falta ao gestor de saúde um
diagnóstico do setor. O que a população assiste, com apreensão a cada dia, é à
corrida desesperada do governador à Câmara Legislativa ou aos órgãos federais
em busca de mais e mais recursos para a área de saúde pública do DF. Parece que
o governador, à semelhança de uma criança que brinca na praia, cavou um buraco
na areia e, com um baldinho, tenta transferir toda a água do mar para essa
cavidade.
Na Câmara Legislativa, Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) da Saúde colocou à disposição dos cidadãos um Disque-Denúncia
(3348-8751) para coletar reclamações e dados sobre o setor. É um primeiríssimo
passo de uma longa jornada. De saída, sabe-se que do número de vagas nas
Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), 1.071, apenas 281 estão no Sistema Único
de Saúde (SUS). A demanda por leitos hospitalares é aquém da demanda há muitos
anos, como mostra um estudo do Conselho Federal de Medicina (CFM). Nos últimos
seis anos, 820 leitos foram desativados.
Brasília ocupa o terceiro lugar no Brasil em
encerramento de leitos. Pessoas que deveriam estar nas UTIs, são obrigadas a
aguardar vagas, por dias, em corredores insalubres e muitas não resistem.
Faltam profissionais médicos e enfermeiros em todas as unidades. O problema é
nacional. De acordo com o CFM, em 70% dos estados não há número de leitos de
UTI recomendado pelo Ministério da Saúde.
Em Brasília, ocorre uma distorção flagrante: tem
uma das piores disponibilidade de leitos do SUS por 10 mil habitantes, (0,96)
ao lado do Rio de Janeiro. Mas a cidade está entre as melhores capitais na
média de leitos privados de todo o país. O grande número de ações judiciais
mostra o caos no setor. Em contrapartida, o GDF já gastou este ano quase R$ 100
milhões a mais somente com vigilância, limpeza a alimentação nos hospitais.
Desde janeiro, foram empenhados quase R$ 250 milhões com serviços de manutenção
de hospitais e unidades de saúde. Herdado da gestão passada, o dilema do GDF
ainda não foi solucionado: gasta mais em manter a estrutura física dos
hospitais do que em medicamentos. Ou o governo começa a pensar num meio de
criar estruturas de pessoal próprio para manter e fornecer alimentos para a
rede de saúde, ou ficará eternamente refém dessas empresas. E olhem que essa é
apenas uma ponta do iceberg.
Por: Circe Cunha – Coluna “Visto,
lido e ouvido” – Ari Cunha – Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog-Google
Tá Falado?
ResponderExcluirQual é? Fala sério, tem pessoas morrendo!
Organizações Sociais: o maior esquema atual de corrupção no Brasil!!! Basta fazer uma pesquisa sobre o assunto, sobre o que essas “Organizações” estão fazendo onde foram instituídas!
Sem fins lucrativos? Ah, corrupções não podem ser consideradas como lucros! Sem fins lucrativos só se for para a sociedade, que para os empresários disfarçados em entidades sociais, os financiadores subliminares de campanhas políticas, os políticos corruptos, é o esquema mais lucrativo que esta tendo no Brasil, mesmo que corrupto e se aproveitando covardemente das enfermidades sociais! Tem gente ficando rica com mortes e enfermidades alheias!
Em todo país já se provou, inclusive aqui no DF, que esses esquemas destas “Organizações Criminosas” não resolvem em nada as mazelas na saúde, e ainda dão vazão aos enriquecimentos ilícitos de empresários e políticos corruptos conchavados!
Como podem querer insistir em um modelo que não deu certo em canto algum que foi instituído? Pior é que, utilizam com exemplo situações completamente diferentes, fora de contexto, para querer empregar na mente das pessoas que essa seja a solução para a saúde no DF: Quanta covardia!
Existem muitas más intensões subliminares nesta causa!
Ao que tudo indica, o atual governo deixa que a saúde fique ainda mais caótica, a necessidade, a solução proposta é só uma no ponto de vistas deles: Gestão através de Organizações Sociais! Quantas mentiras e más intensões!
Se não tiver brecha para que as corrupções aconteçam, não terá um modelo eficiente para a saúde do DF, só serve esse modelo? Quanta insistência, visto que qualquer um que pesquise de forma mais acurada sobre o assunto, vai identificar que esses modelos de gestão não passam na verdade de grandes esquemas de corrupções!
Melhoria da qualidade ou pressuposto para corrupções?
Vamos falar sério, parar de tentar enganar a população já tão sofrida e mazelada!