Desde que esta coluna chegou aos leitores pela
primeira vez, em 6 de abril de 2003, deixamos bem claro que ela serviria para
“louvar o que bem merece e deixar o que é ruim de lado”, parafraseando a música
de Gilberto Gil.
Por isso
hoje, com o maior orgulho e satisfação, queremos “louvar o que bem merece” e
espalhar aos quatro cantos desta cidade e do país um trabalho maravilhoso que,
infelizmente, muitos brasileiros desconhecem.
Senhoras
e senhores, lhes apresento hoje, com a maior alegria, a nossa Força Aérea
Brasileira e o seu trabalho na árdua missão de salvar vidas. Buscamos, então,
para ilustrar com propriedade esse nobre trabalho, o parecer da própria
Aeronáutica:
“O
transporte de órgãos realizado pela Força Aérea Brasileira (FAB) é motivo de
orgulho. Ajudar a salvar uma vida alenta o coração, traz sentido à jornada e é
combustível não só para a realização profissional, mas também pessoal. As
missões de transporte de órgãos acontecem há anos. Somente entre 2013 e 2015,
foram 68 órgãos transportados pela FAB.
Desde a
publicação do Decreto Presidencial n° 8.783, de 6 de junho de 2016, a FAB
realizou 31 missões de transporte de órgãos.
Em
paralelo, a Força Aérea continua a exercer diariamente outra atividade prevista
no Acordo de Cooperação Técnica assinado em dezembro de 2013 entre a FAB e o
Ministério da Saúde: proporcionar facilidades e priorizar o tráfego aéreo de
aeronaves relacionado ao transporte de órgãos.
Aeronaves
de matrículas civis que estejam no espaço aéreo brasileiro em quaisquer
situações nas quais vidas humanas possam ser salvas têm todo o apoio dos
profissionais de controle de tráfego para tornar seus voos mais curtos. Apenas
em 2015, 3,8 mil voos comerciais transportaram órgãos para serem transplantados,
todos com o apoio do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), órgão da
Força Aérea Brasileira.”
Para quem
não sabe, a Aeronáutica sempre teve missões de UTI aérea, assim como as
importantes missões de transporte de órgãos, contando com aeronaves disponíveis
em cada região do Brasil e não somente em Brasília, como muita gente pensa. O
decreto presidencial determinando que a Força Aérea Brasileira (FAB)
“mantivesse um avião em solo, para qualquer chamado de transplante de órgãos”,
veio reforçar o firme propósito de dar a população a assistência tão necessária
e tão sonhada, fazendo com que o número de doações de órgãos aumentasse em seis
vezes, assim como o aproveitamento e a destinação deles. Todos sabem que órgãos
doados têm um prazo de poucas horas para serem aproveitados e, caso isso não
aconteça em tempo hábil, precisam ser descartados e, infelizmente, um paciente
que há tanto tempo esperava por isso vê sua chance de cura adiada.
Informações
nos dão conta de que o que motivou a elaboração desse decreto foi uma
reportagem veiculada na imprensa que revelou a incrível soma de 153 órgãos que
foram perdidos por falta de transporte adequado, antes utilizado por meio de
716 requisições de transporte de ministros, presidentes do Supremo, da Câmara e
do Senado.
Finalmente,
vemos que, além de seu papel de defensor do espaço aéreo brasileiro, bem como
de tantas outras missões de igual importância e peso, que sabemos incontáveis,
a nossa gloriosa Força Aérea Brasileira está agora cumprindo, de forma oficial,
um dos mais nobres papéis: contribuir para salvar vidas, por meio da utilização
de suas potentes aeronaves, como o C-97 Brasília e o Learjet U 35 ou o
Bandeirante C-95 no transporte de órgãos, cujo uso de cada um depende do tempo
e da distância de onde deverão ser recolhidos e para onde deverão ser
transportados esses órgãos. Dos lugares mais remotos até aos grandes centros,
onde pacientes e suas famílias esperam, com ansiedade, pela chegada daquele
órgão que poderá salvar a sua vida.
Resta-nos,
cidadãos comuns, nos sentirmos honrados e nos alegrarmos com a certeza de
podermos contar com a ajuda de pilotos e aeronaves da FAB, em cada região do
Brasil, sempre prontos a levar muito mais do que órgãos doados: a transportar
esperança e a certeza de que dias melhores virão.
Aí, sim:
nos dá orgulho de sermos brasileiros!
Por:
Jane Godoy – Coluna 360 Graus – Correio Braziliense