O senador Cristovam Buarque e a direção do PPS
deram um voto de confiança à deputada, flagrada em conversas que estão no alvo
do MP
Apesar da gravidade das denúncias, o
PPS decidiu manifestar solidariedade aos deputados do partido citados no
escândalo, Celina e Raimundo Ribeiro. Questionado se o episódio causa
constrangimento à legenda, o presidente nacional do PPS, Roberto Freire,
reconheceu que há desconforto. “É claro que gera constrangimento. Mas temos
muita tranquilidade para tratar sobre o assunto”, afirmou. “Somos defensores do
devido processo legal. Minha posição é que tudo seja investigado”, acrescentou.
O presidente regional do PPS, Chico
Andrade, é mais incisivo no apoio à colega de partido. “Essas denúncias surgiram
por conta da CPI da Saúde e por causa da atuação crítica da nossa bancada
diante das inconsistências da gestão atual”, afirma. “Fizemos reunião com a
Celina e com o Raimundo Ribeiro e ouvimos as versões deles. A despeito das
dúvidas suscitadas pelos áudios, eles não são conclusivos de absolutamente
nada”.
O senador Cristovam Buarque, também
filiado ao PPS, diz que o escândalo “incomoda, é claro”. Mas, para ele, ainda
não é possível tirar conclusões definitivas sobre o caso. “Como a própria
Celina tem dito, queremos uma apuração radical. O assunto ainda está muito
nebuloso, é preciso aprofundar as investigações”. O senador reconhece que o
episódio interfere na corrida eleitoral de 2018. “Se a eleição fosse hoje,
haveria interferências, sim. Se a veracidade das denúncias for confirmada, a
consequência será devastadora. Se o desfecho mostrar que o escândalo não passou
de uma manipulação, vamos ficar na mesma posição em que o Brasil ficou diante
das declarações do nadador americano (que inventou ter sido alvo de ladrões).
Quando ficou constatado que era tudo mentira, quem ficou mal foi ele. Se
conseguir comprovar que não houve irregularidades, a Celina pode sair ainda
mais fortalecida”, diz Cristovam.
Correio Braziliense – Foto:Hélio Montferre-Esp/CB/D.A.Press