Gim Argello foi
preso na 28ª fase da Operação Lava Jato, em abril deste ano (Foto:
Giuliano Gomes/PR Press)
"Alegações finais
foram protocoladas no sistema da Justiça na sexta (22). Entre os
crimes citados estão corrupção e lavagem de dinheiro."
O Ministério
Público Federal (MPF) reforçou o pedido de condenação contra o ex-senador
Gim Argello, o ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro, conhecido como Léo
Pinheiro, o dono da UTC Ricardo Pessoa e outros seis investigados em um
processo da 28ª fase da Lava Jato. Entre os crimes citados estão organização
criminosa, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
O documento foi
protocolado no sistema eletrônico da Justiça Federal do Paraná na
noite de sexta-feira (23). As alegações finais são a última
etapa na tramitação dos processos, antes da sentença do juiz.
O nome de Gim
Argello apareceu nas delações do senador Delcídio do Amaral (sem
partido-MS), que está em prisão domiciliar, e de Ricardo Pessoa. O ex-senador
está detido no Complexo Médico-Penal, na Região Metropolitana de Curitiba,
desde abril deste ano.
Além de reafirmar
a existência das provas que levaram à denúncia, aceita pelo juiz Sérgio
Moro em maio deste ano, os procuradores afirmam ainda que o reinterrogatório de
Léo Pinheiro, solicitado pelo próprio réu para “esclarecer os fatos”, não
trouxe nenhuma novidade para o processo, tampouco ajudou a expandir as
investigações.
Assim, de acordo
com os procuradores do MPF, não se pode falar em colaboração de Léo Pinheiro.
Eles dizem ainda que puderam verificar no depoimento uma estratégia de
contenção de danos, porque ele negou fatos já comprovados e buscou proteger
aliados no depoimento.
Pinheiro estava
em liberdade provisória e voltou a ser preso pela Lava Jato no dia 5 de
setembro, em São Paulo. Os procuradores também se manifestaram pela
rejeição ao pedido de liberdade feito pela defesa dele.
Veja as denúncias
contra os réus
-Jorge Afonso Argello (Gim Argello) - ex-senador pelo PTB - corrupção passiva, concussão, lavagem de capitais, organização criminosa e obstrução à investigação
-Jorge Afonso Argello Junior -filho do ex-senador - corrupção passiva e lavagem de capitais
-Paulo César Roxo Ramos - assessor do ex-senador - corrupção passiva, concussão, lavagem de capitais e obstrução à investigação
-Valério Neves Campos - ex-secretário-geral da Câmara Legislativa do Distrito Federal - corrupção passiva, concussão, lavagem de capitais e obstrução à investigação
-José Aldemário Pinheiro Filho - ex-presidente da construtora OAS - corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de capitais e obstrução à investigação
-Roberto Zardi Ferreira - diretor de Relações Institucionais da OAS -corrupção ativa, lavagem de capitais e obstrução à investigação
-Dilson de Cerqueira Paiva Filho - executivo ligado à OAS - corrupção ativa, lavagem de capitais e obstrução à investigação
-Ricardo Ribeiro Pessoa - dono da construtora UTC - corrupção ativa, lavagem de capitais e obstrução à investigação
-Walmir Pinheiro Santana - ex-diretor financeiro da UTC -corrupção ativa, lavagem de capitais e obstrução à investigação
-Jorge Afonso Argello (Gim Argello) - ex-senador pelo PTB - corrupção passiva, concussão, lavagem de capitais, organização criminosa e obstrução à investigação
-Jorge Afonso Argello Junior -filho do ex-senador - corrupção passiva e lavagem de capitais
-Paulo César Roxo Ramos - assessor do ex-senador - corrupção passiva, concussão, lavagem de capitais e obstrução à investigação
-Valério Neves Campos - ex-secretário-geral da Câmara Legislativa do Distrito Federal - corrupção passiva, concussão, lavagem de capitais e obstrução à investigação
-José Aldemário Pinheiro Filho - ex-presidente da construtora OAS - corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de capitais e obstrução à investigação
-Roberto Zardi Ferreira - diretor de Relações Institucionais da OAS -corrupção ativa, lavagem de capitais e obstrução à investigação
-Dilson de Cerqueira Paiva Filho - executivo ligado à OAS - corrupção ativa, lavagem de capitais e obstrução à investigação
-Ricardo Ribeiro Pessoa - dono da construtora UTC - corrupção ativa, lavagem de capitais e obstrução à investigação
-Walmir Pinheiro Santana - ex-diretor financeiro da UTC -corrupção ativa, lavagem de capitais e obstrução à investigação
O advogado
Marcelo Luiz Ávila de Bessa, que defende Gim Argello, disse que vai responder a
todas as afirmações do MPF no prazo concedido. Já a defesa de Léo Pinheiro,
representada pelo advogado Edward de Carvalho, não quis se manifestar sobre o
assunto. O G1 tenta contato com os advogados dos réus.
Acusações
Para o MPF, há evidências de que o ex-senador pediu R$ 5 milhões em propina para a empreiteira UTC Engenharia e R$ 350 mil para a OAS.
Para o MPF, há evidências de que o ex-senador pediu R$ 5 milhões em propina para a empreiteira UTC Engenharia e R$ 350 mil para a OAS.
Em troca, ele
barraria a convocação de executivos das empreiteiras para a Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), no Congresso Nacional, que investigou o
esquema de corrupção na Petrobras - as duas empresas são investigadas
na Lava Jato.
Os recursos,
ainda conforme divulgado pelo MPF, foram enviados a partidos indicados por Gim
– DEM, PR, PMN e PRTB – na forma de doações de campanha.
Ainda conforme os
procuradores, as investigações apontaram acerto de vantagem indevida realizado
por, pelo menos, quatro empreiteiras: UTC Engenharia, OAS, Toyo Setal e Odebrecht.
Segundo o MPF, o
ex-senador solicitou propina para as empresas Andrade Gutierrez, Engevix e
Camargo Corrêa. Essas, afirmam os procuradores, não aceitaram.
Quanto à
Odebrecht, a denúncia indica pagamento de R$ 200 mil para que diretores não
precisassem comparecer à CPMI. Até antes da denúncia, o nome da Odebrecht não
figurava entre os investigados no caso.
Por: Adriana Justi e Fernando Castro Do G1 PR e da RPC