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Brasília como exemplo

Quando foi lançada a campanha da faixa para pedestre, muitos apostaram que a ideia não prosperaria, pois seria um motivo a mais para atrapalhar o fluxo normal dos veículos e atazanar a vida dos motoristas. Demorou algum tempo para que motoristas e pedestres se entendessem. Durante a fase de implantação, alguns acidentes ocorreram. No fim, venceu o bom senso. Pensar no bem coletivo deu certo.

Passadas duas décadas dessa iniciativa pioneira e civilizatória, e que hoje está completamente inserida na prática cultural da capital, Brasília dá exemplo ao mundo. São quase 6 mil faixas implantadas em toda a cidade. Elas são um bom exemplo de que pequenas mudanças de comportamento e de mentalidade podem resultar em grandes transformações para o benefício de todos.

É sabido que os indivíduos, de uma forma geral, têm tendência natural em resistir às mudanças, porque temem perder certos hábitos que sempre lhe parecem os mais adequados. Por sua configuração espacial e arquitetônica, Brasília, principalmente a área que abrange o Plano Piloto, poderá, em futuro próximo, se transformar numa imensa área agrícola, com plantio de toda a espécie de alimentos, dentro do que já vem ocorrendo, de forma embrionária em cidades como São Paulo e Paraná.

Com o preço absurdo dos alimentos nas cidades, onde uma simples espiga de milho chega a custar R$ 3 não será surpresa se, nos próximos anos, muitos moradores, das quadras residenciais, começarem a transformar os extensos espaços verdes, em áreas de plantio de mandioca, milho, feijão, abóbora, batata-doce, inhame, hortaliças, laranja, limão, banana e toda espécie de alimentos, cultivados em regime de mutirão ou de pequenas cooperativas, em que todos poderão contribuir e colher frutos. Não só os preços dos alimentos podem favorecer a disseminação agricultura urbana, mas, sobretudo, em razão do elevado índice de contaminação dos alimentos por agrotóxicos.

O Brasil é, desde 2009, o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, devido principalmente à legislação ultrapassada, à fiscalização inexistente ao lobby não regulamentado. Com alimentos mais baratos, cultivados em conjunto com as árvores existentes e por pessoas de todas as idades, incluindo aposentados e idosos, em breve a capital do país poderá se transformar num celeiro de fartura e dará mais um bom exemplo de civilidade para o mundo.


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A frase que foi pronunciada
“O político precisa ter a habilidade de prever o que vai acontecer amanhã, semana que vem, mês que vem, ano que vem. E a habilidade de explicar porque não aconteceu."
(Winston Churchill)


Por: Circe Cunha – Coluna “Visto, lido e ouvido” – Ari Cunha – Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog - Google

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