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Banco do Brasil anuncia cortes


Caffarelli quer maior competitividade com corte de R$ 750 milhões anuais, fora a economia com salários ( Nacho Doce/ Reuters )

Instituição vai incentivar a aposentadoria de 18 mil pessoas, fechar 402 agências e transformar 379 em postos.

O Banco do Brasil (BB) anunciará hoje um grande processo de reestruturação para reduzir custos e se tornar mais competitivo. As mudanças na instituição financeira foram antecipadas ontem pelo Blog do Vicente.

Um novo plano de incentivo à aposentaria será oferecido, possibilidade que o Correio antecipou em 12 de outubro, como alternativa a demissões. Até 18 mil empregados poderão aderir, exatamente o número de funcionários que se pretendia reduzir do quadro.

O banco transformará 379 agências em postos de atendimento. Desse total, 176 ficam em municípios pequenos, onde o BB é a única instituição financeira. Além disso, 402 agências serão desativadas em cidades grandes e médias. Segundo fato relevante divulgado ontem à noite pelo banco, isso proporcionará economia de R$ 450 milhões anuais com a estrutura mais enxuta, sem contar menor gasto com pessoal, e outros R$ 300 milhões com transporte de valores, segurança, aluguéis e taxas. Serão eliminadas 9.072 vagas de trabalho em todo o país, sobretudo em Santa Catarina, onde o BB comprou o banco estadual, o Besc, e em São Paulo.

A diretoria do BB pretende detalhar o que está decidido em entrevista a jornalistas hoje, às 8h, antes da abertura dos mercados. As medidas têm potencial para valorizar as ações do banco no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa).

Serão fechadas 28 superintendências regionais de varejo e três de governo. E terão as atividades encerradas dois centros de serviço e sete gerências regionais de controle interno.

Mas o processo não consiste só de cortes. Serão ampliados 12 escritórios de negócios digitais e 34 serão criados. O BB aposta na internet para aumentar a base de clientes e esvaziar agências.

O novo plano de aposentadoria incentivada (PAI), que começa a valer hoje, terá como limite de inscrição 31 de dezembro. Até 18 mil funcionários poderão aderir. Quem optar pelo desligamento do banco receberá 12 salários extras mais um bônus de um a três salários, a depender do tempo de casa.

A reestruturação revisará o Plano de Funções de 2013, buscando ampliar em até oito mil o número de funcionários com jornada de seis horas. Os funcionários poderão optar, de forma voluntária, a qualquer tempo, pela redução do período de trabalho. O público-alvo da reestruturação são assessores de unidades estratégicas, além de assessores de superintendências e Órgãos Regionais de Gestão de Pessoas. O último plano de incentivo à aposentadoria ocorreu no ano passado e foi encerrado em 14 de agosto de 2015, com a adesão de 4.992 empregados, e custou R$ 372,5 milhões à instituição financeira.

Dos 109,6 mil empregados que o BB possuía até junho, 12 mil cumprem os requisitos para solicitar a aposentaria complementar da Previ, o fundo de pensão dos funcionários da estatal. Outros seis mil estarão na mesma condição em até quatro anos. São comuns os casos de empregados do BB que já são beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e que se mantêm na ativa para complementar a renda.

O BB gasta com a folha de pagamento R$ 3 bilhões a mais que os concorrentes diretos. No primeiro semestre de 2016, a instituição financeira desembolsou R$ 9,3 bilhões para cobrir a remuneração dos empregados. No mesmo período, os salários dos funcionários, somados aos encargos e benefícios, custaram ao Bradesco R$ 6,5 bilhões, e ao Itaú Unibanco, R$ 5,8 bilhões. Essa diferença tem afetado a rentabilidade da estatal em relação ao patrimônio, segundo técnicos que preferem manter a identidade em sigilo.

Estratégia


As mudanças no banco fazem parte da estratégia do presidente do BB, Paulo Rogério Caffarelli, para tornar a instituição financeira mais competitiva. Na primeira semana de novembro, dois novos nomes foram anunciados na diretoria: Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo foi escolhido para ocupar o cargo de vice-presidente de Serviços, Infraestrutura e Operações da instituição. Além dele, Tarcísio Hubner foi designado para a vice-presidência de Agronegócios e Micro e Pequenas Empresas.

Em outubro, outras mudanças haviam sido feitas. Das 27 diretorias existentes, duas foram extintas: a de Crédito Imobiliário (Dimob) e a de Relações com Funcionários e Entidades Patrocinadas (Diref), que ficará com a recém-criada diretoria de Governança de Entidades Ligadas. A Diretoria de Entidades Ligadas, que será comandada por Cícero Przendsiuk, ficará subordinada à vice-presidência de Finanças.

Perderam os cargos 10 diretores e outros cinco mudaram de área. A Diretoria de Estratégia da Marca foi dividida em Estratégia e Organização e Marketing e Comunicação. Mesmo com a extinção da Dimob, o banco garante que manterá os financiamentos de imóveis por meio do programa Minha Casa Minha Vida. O BB é hoje a segunda instituição no mercado de crédito imobiliário, com 8,63% do mercado, perdendo apenas para a Caixa Econômica Federal, isolada em primeiro lugar, com fatia de 51,72%.


Mudanças

Entenda como será a reestruturação do Banco do Brasil

Fechamento
402 agências em cidades de médio e grande porte
28 superintendências regionais de varejo
3 superintendências de governo
2 centros de serviço
7 gerências regionais de controles internos

Transformação
379 agências em postos de atendimento, dos quais 176 em municípios pequenos que não têm outros bancos

Criação
34 escritórios de negócios digitais

Ampliação
12 escritórios de negócios digitais

Incentivo à aposentadoria
18 mil empregados poderão aderir, recebendo 12 salários extras e bônus de um a três salários por tempo de serviço

Redução de jornada
Uma parte maior do quadro deverá ter jornada de seis horas


Fonte: Correio Braziliense

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