O governador Rollemberg reuniu-se nesta quarta-feira (30),
com a cúpula da segurança no Palácio do Buriti. Foto: Gabriel Jabur/Agência
Brasília.
Em dias de manifestações, voltará a ser feita revista e haverá reforço no policiamento. Na manhã desta quarta (30), grupo vistoriou locais atingidos por ações de vandalismo ontem.
Reunida na manhã desta quarta-feira (30), no Palácio do Buriti, a cúpula da segurança do governo de Brasília avaliou a operação durante as manifestações de ontem na Esplanada dos Ministérios. Entre as determinações, o governador Rodrigo Rollemberg pediu reforço no esquema de segurança e a volta de revistas na chegada à área central em dias de protestos.
Antes da
reunião, ele vistoriou o Ministério da Educação e a Catedral Metropolitana de
Brasília. Em ambos, houve vidraças quebradas, pichações e placas danificadas,
entre outros danos. “Para a gente está muito claro que um grupo veio com a
intenção deliberada de tumultuar e de depredar o patrimônio público. O desafio
agora é identificar essas pessoas para que elas sejam punidas”, afirmou
Rollemberg.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF)
faz a perícia de veículos e prédios — com exceção dos que pertencem à União,
pois, nesse caso, o trabalho está sob responsabilidade da Polícia Federal. Além
disso, a PCDF atua na análise de imagens para identificar as pessoas envolvidas
e responsabilizá-las.
Segundo o
diretor-geral da corporação, Eric Seba, uma vez identificadas, elas passarão a
ser monitoradas em futuras manifestações. Seis detidos por injúria, desacato,
resistência, lesão corporal e/ou dano foram liberados após assinarem termos
circunstanciados.
Manifestações voltarão a ter revistas, e efetivo será reforçado
Na avaliação
da secretária da Segurança Pública e da Paz Social, Márcia de Alencar, a presença
de infiltrados nas manifestações está relacionada aos casos de depredação. “Os
grupos perderam o controle da manifestação porque outros grupos infiltrados
vandalizaram”, pontuou.
Ela
destacou que a pasta organizou quatro reuniões preparatórias com os movimentos,
e que a operação focou em manter a integridade dos manifestantes que não
participavam dos atos de vandalismo. “Não houve acidente grave e fomos
bem-sucedidos. Mas não pudemos, na mesma proporção, preservar o patrimônio”,
avaliou. Além de reforço nas revistas, a atuação em futuros protestos terá
estratégias associadas de inteligência.
Para
impedir tentativa de invasão ao Congresso Nacional, o comandante-geral da Polícia Militar do DF, coronel Marcos
Antônio Nunes de Oliveira, explicou que a tropa usou gás lacrimogêneo para
dispersão. “Seguimos os protocolos nacionais e internacionais de controle de
distúrbio civil, os mesmos que usamos nas manifestações do processo de impeachment.”
De acordo com o comandante, a média de efetivo da Polícia Militar nos protestos
é de mil policiais, e haverá reforço em próximas manifestações.
Também
participaram da reunião com o governador o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Hamilton
Santos Esteves Junior e o chefe da Casa
Militar, coronel Cláudio Ribas. Nas vistorias, estiveram a
secretária Márcia de Alencar, o coronel Nunes e o diretor de Edificações da
Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), Márcio Buzar. Na Catedral,
o cardeal e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Sérgio
da Rocha, e o bispo auxiliar da Arquidiocese de Brasília, dom Marcony Ferreira,
também acompanharam Rollemberg.
27 Quantidade de placas de sinalização danificadas nos protestos
A Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social
divulgou, nesta quarta-feira (30), que 27 placas de sinalização foram
arrancadas e amassadas ontem, em ações de vandalismo na Esplanada dos Ministérios.
Cones, cavaletes e dois veículos foram queimados. Cinco paradas de ônibus,
quebradas. Também foi danificado um controlador de velocidade.
Diversos
prédios de ministérios tiveram paredes pichadas e vidros e refletores
quebrados. Na Avenida das Bandeiras, mastros foram danificados, a calçada
pichada e bandeiras arrancadas. Danos semelhantes ocorreram no Museu Nacional e
na Biblioteca Nacional. Vidraças foram quebradas em uma agência do Banco de
Brasília (BRB) no Setor Bancário Sul.
Doze
pacientes foram atendidos no Hospital
de Base de Brasília — 11 com ferimentos leves e um com corte
profundo na perna — e seis no Hospital
Regional da Asa Norte — cinco por intoxicação por gás lacrimogêneo
e um com corte no dedo. Dois policiais militares também receberam atendimento
do Hospital de Base, um com perfuração de faca nas costas e outro atingido na
cabeça.
O Serviço de Limpeza Urbana (SLU)
retirou dois caminhões de lixo e objetos quebrados da Esplanada. Na terça (29),
50 garis formaram as equipes de trabalho. Hoje, são 41 profissionais.
Agência Brasília