Alunos ocuparam a reitoria da Universidade de
Brasília em 31 de outubro
O documento com, aproximadamente 3.050 assinaturas
contrárias, foi protocolado no MPF no fim da tarde desta segunda-feira (7/11).
Eles alegam que a ocupação infringe direitos sociais e individuais, a liberdade
de ir e vir e o direito à manifestação se sobrepondo às aulas previamente
marcadas
Um grupo de alunos contrário à ocupação da
Universidade de Brasília (UnB) fizeram uma denúncia no Ministério Público
Federal (MPF) contra o acampamento no campus que interrompeu aulas em cursos de
graduação. O documento com, aproximadamente 3.050 assinaturas contrárias, foi
protocolado no MPF no fim da tarde desta segunda-feira (7/11). Eles alegam que
a ocupação infringe direitos sociais e individuais, a liberdade de ir e vir e o
direito à manifestação se sobrepondo às aulas previamente marcadas.
O estudante do 8º semestre de gestão de políticas
públicas, Jonas Coelho Nunes, 43 anos, é um dos que colaborou com a coleta de
assinatura e ajudou na elaboração da denúncia baseada, segundo ele, no artigo
5º da Constituição Federal. Na visão do grupo, as ocupações contrariam a carta
magna. “A invasão está impedindo os alunos de frequentarem as aulas e de
profissionais, tanto professores quanto assistentes e técnicos, circularem nos
espaços. O movimento tem restringido o exercício do trabalho e o
desenvolvimento da ciência e da parte intelectual. Inclusive nas reuniões, o
grupo dominante das invasões sufocam as vozes contrárias na base da ameaça,
vaia e gritos. É uma coação”, alega.
Nunes destaca, ainda, que nos diversos Centros
Acadêmicos (CAs) os alunos têm se posicionado contra as ocupações. Ele explica
que, na assembleia geral dos estudantes favoráveis à manifestação, não houve
quórum para deliberar sobre a paralisação das atividades no campus. “Eles
obtiveram 1,3% dos votos necessários para decidirem pela ocupação. Além disso,
a comissão que convocou a assembleia não é da gestão do DCE (Diretório Central
dos Estudantes), mas, sim, eleitoral. Eles não têm competência para deliberação
de assuntos diversos e não há, sequer, legitimidade”, considera.
O Correio procurou
representantes da ocupação, por telefone, na manhã desta terça-feira (8/11). No
entanto, eles pediram para enviar um e-mail com os questionamentos. A
reportagem encaminhou e aguarda retorno. A reportagem também acionou o MPF e
espera resposta. Até a última atualização desta matéria, nenhum dos lados
respondeu.
Por: Isa Stacciarini – Foto- Luis Nova/CB/D.A.Press
– Correio Braziliense