Local próximo à Ponte das Garças, onde ficará o Deck Sul, é afetado |
Ibram e
Adasa avisam que trechos entre o Pontão e a foz do Riacho Fundo e parte próxima
às Pontes das Garças e Honestino Guimarães não devem ser usados por banhistas
ou pescadores devido à contaminação por cianobactérias.
Sistema deverá reunir banco de informações, que auxiliarão governo na
compra de medicamentos e ações preventivas de combate a doenças. Grupo de
trabalho estuda implantação do sistema na rede
O Atestado Médico Digital é lei
desde agosto de 2015. Iniciativa da deputada Sandra Faraj (Solidariedade), o
documento além de combater a indústria da falsificação, vai produzir um
verdadeiro raio x da saúde pública, direcionando o Governo de Brasília na
construção de políticas públicas adequadas para cada cidade.
“Com os relatórios produzidos, os
gestores da saúde poderão saber quais as doenças mais comuns; quais locais e
períodos de maior registro; saber se afeta mais mulheres ou homens. Isso pode
ajudar muito o Governo na compra de medicamentos e também em ações preventivas”,
avalia a deputada Sandra Faraj, autora da Lei nº5.526/2015, que determina a
emissão dos atestados digitais em todo o DF.
O
Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e a Agência Reguladora de Águas, Energia e
Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), emitiram, ontem, um alerta à
população, informando que o trecho do Lago Paranoá do Pontão do Lago Sul até a
foz do Riacho Fundo está impróprio para banho e pesca. Além disso, as
proximidades da Ponte das Garças até a Ponte Honestino Guimarães estão
afetadas. O motivo é o florescimento desregulado de cianobactérias, conhecidas
como alga azul. O fenômeno altera a cor da água para um verde intenso e diminui
o índice de oxigênio, resultando na morte de muitos peixes. Essas restrições
valerão, segundo os órgãos, até o retorno às condições normais de segurança e
de qualidade da água.
O surgimento dessas algas é atribuído,
geralmente, à descarga de esgoto na água. No entanto, a Companhia de Saneamento
Ambiental do Distrito Federal (Caesb) informou à Adasa que a estação de
tratamento de esgoto Sul, próxima às áreas afetadas, funciona sem
anormalidades. Os órgãos informaram, ainda, que, desde a última sexta-feira,
buscam identificar a causa do florescimento anormal dessas algas. “Técnicos
fazem o monitoramento sistemático dos locais que apresentam alteração, com
visitas e a repetida coleta de amostras da água para análise em laboratório”, destacaram
em nota conjunta. As galerias de águas pluviais que deságuam no trecho também
serão checadas.
Preocupação
Essa não é
a primeira vez que o crescimento excessivo das algas desequilibra o Lago Paranoá.
O arquiteto e urbanista Pedro Braga Netto relata que durante a primeira década
de existência do espelho d’água, em 1970, o tratamento de esgoto era muito precário,
o que resultou no desequilíbrio da flora. “Foi um problema sério, havia um cheiro
muito forte. Não era possível tomar banho no local. Isso só foi corrigido nos
anos 1990, com a ampliação da estação de tratamento Sul e Norte. Só nessa época
o Lago atingiu um padrão ideal de balneabilidade”, explica.
O especialista definiu a situação
como preocupante. Isso porque, de acordo com ele, o Lago está no limite devido
ao grande número de ocupações urbanas na bacia. “O braço do Riacho Fundo é o
mais perturbado. Tem ocupações irregulares desde o início de Brasília. É a
maior pressão urbana. Esse trecho é exatamente o mais sensível.”
Por: ALESSANDRA MODZELESKI
ESPECIAL PARA O CORREIO
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