TJ nega nova apuração contra Edson
Sombra
A Justiça negou o pedido da defesa de
José Roberto Arruda para a reabertura de uma investigação contra Edson Sombra.
Na petição, o ex-governador apontou a existência de uma “trama ardilosa”,
supostamente arquitetada pelo jornalista e pelo delator da Caixa de Pandora,
Durval Barbosa, para levá-lo à cadeia. Arruda pedia a quebra do sigilo bancário
da empresa O Distrital Mídia Ext Ltda, ligada a Sombra, além de uma nova oitiva
da testemunha. A defesa do ex-governador apontou a existência de um saque de R$
300 mil da firma, um dia após o episódio da suposta tentativa de extorsão do
jornalista, o que motivou a prisão de Arruda.
Saques não foram comprovados
O juiz Paulo Carmona considerou as
provas postuladas pela defesa como “impertinentes”. De acordo com o magistrado,
não houve saques na data mencionada, mas um pedido de provisionamento para
saque no valor igual ou superior a R$ 100 mil. “Logo, não há qualquer
comprovação de saque ou depósito atípico, ou ainda movimentação de R$ 1 milhão,
como sustenta a defesa”, afirmou o magistrado. “Pode-se inferir que
diversos procedimentos investigatórios foram feitos por juízos diferentes,
sendo todos concluídos pela inexistência de crime e consequente arquivamento
dos feitos”, acrescentou Carmona.
O remédio amargo de Gim Argello
Na entrevista que deu ao jornal O
Estado de S. Paulo, a primeira desde o início da Lava-Jato, o juiz Sérgio Moro
citou um episódio do escândalo que lhe “chamou muito a atenção”. Sem mencionar
o nome do ex-senador Gim Argello, ele detalhou as denúncias contra o político
do DF. “Então, instalou-se uma comissão parlamentar de inquérito para apurar os
fatos e, depois, constatou-se que o vice-presidente da comissão solicitou e
recebeu propina dos investigados. Por isso, tenho dito: precisa aplicar
remédios amargos”, afirmou o magistrado.
Por: Helena Mader – Coluna “Eixo Capital” – Foto: Carlos Moura/CB/D.A.Press - Correio Braziliense