Nem todo o orçamento do Distrito
Federal para o exercício de 2016 seria suficiente para financiar uma campanha
institucional, capaz de reverter os baixíssimos índices de aprovação da Câmara
Legislativa, ainda mais quando são levantadas suspeitas de que parte desse
dinheiro vem sendo usado de maneira pouco transparente. Mesmo assim, a CLDF
prevê gastos de até R$ 26,07 milhões neste ano.
Em conversa gravada recentemente pela
deputada Liliane Roriz (PTB), o ex-senador Gim Argello, hoje preso em Curitiba,
afirmou, entre outras confissões, que a ex-presidente da CLDF, Celina Leão,
afastada da Mesa Diretora pela Operação Drácon, teria participação num
lucrativo esquema de desvio de dinheiro envolvendo a publicidade da CLDF. A
questão da má utilização de verba pública para fins de publicidade do governo
sempre esteve envolta em muita nebulosidade, e à medida que aumentam as verbas
para esses fins, crescem, na mesma proporção, os casos envolvendo desvios de
dinheiro.
No plano federal, os casos de
malversação do dinheiro público são ainda mais escandalosos, por envolver
enormes somas. Nos últimos anos, as verbas com publicidade têm feito a fortuna
de muitos marqueteiros, alguns, inclusive, usados como laranjas de políticos
para a lavagem de dinheiro. As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) que
ousaram investigar os vespeiros não chegaram à nenhuma conclusão, por força do
poderoso lobby, da quantidade de políticos envolvidos e do volume de verba
comprometida.
Se acontece na esfera federal, ocorre
também no Distrito Federal. Não há transparência nas publicidades da CLDF. Quem
procura informações sobre os gastos nessa rubrica não encontra respostas. As
contratações de agências também são feitas com base em critérios políticos e
pessoais e não obedecem aos princípios da administração pública. O fato é que,
a cada ano, aumentam significativamente os gastos com propaganda institucional.
Trata-se aqui de terreno pantanoso, onde pode ocorrer inúmeras irregularidades,
desde desvios de dinheiro diretamente até contratações de prestadoras de
serviços com sobrepreços, ou com a contrapartida de prestação de serviços para
os próprios distritais.
O mais sintomático nisso tudo é que
bastam alguns escândalos, como os revelados agora pela Operação Drácon, para
jogar no lixo, imediatamente, milhões de reais investidos no melhoramento de
imagens de suas excelências. O que a população vê, de graça, estampada em manchetes
diárias por todo lado é uma Câmara Legislativa bem posicionada nas páginas
policiais.
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Crime
Crime
André Lima, secretário de Meio
Ambiente, está elaborando o planejamento de prevenção contra incêndios
florestais. A Sema-DF vai aperfeiçoar as punições para quem coloca fogo no
cerrado por imprudência ou negligência. Com alguns casos exemplares de
penalidade, a sociedade perceberá que as coisas estão mudando, disse o
secretário. Agora a luta é pela parceria da Delegacia do Meio Ambiente (Dema),
Procuradoria do Meio Ambiente (Prodema) e o Ministério Público no PPCIF na
definição das ações.
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Turismo cívico
A experiência das ruas tem mostrado a
necessidade de ensinar às crianças o valor do patrimônio público. O GDF promove
o Turismo Cívico em Brasília com esse fim. As excursões serão gratuitas e
acontecerão nas segundas, terças e quartas-feiras. O projeto é uma parceria da
Secretaria Adjunta de Turismo com a Casa Militar, a Sociedade de Transportes
Coletivos de Brasília (TCB) e as secretarias de Educação, Cultura e Trabalho,
Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.
Por Circe Cunha – Coluna “Eixo Capital”
– Ari Cunha – Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog - Google