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Empresa cobra R$ 150 mil em dívidas do gabinete de Sandra Faraj; distrital nega

Notas constam como 'recebidas' no sistema da Câmara, mas empresário diz que verba indenizatória não foi repassada; ele estava nomeado de modo irregular. Gabinete diz que dinheiro foi pago.

Um empresário do Distrito Federal entrou na Justiça para cobrar faturas que, segundo ele, estão pendentes com o gabinete da deputada distrital Sandra Faraj (SD). Segundo Felipe Nogueira, a dívida chega a R$ 150 mil, referentes a serviços de divulgação da atividade parlamentar. A deputada diz que o trabalho foi pago.

De acordo com Nogueira, a verba indenizatória para honrar o contrato chegou a ser liberada pela Câmara Legislativa, mas não chegou ao caixa da empresa. O contrato foi firmado em fevereiro de 2015, e incluía serviços de publicidade, manutenção de site, envio de mensagens e emails para eleitores e confecção de banners, entre outros.

Com base nesse contrato, a Netpub Comunicação e Tecnologia teria entregue 12 notas fiscais ao gabinete de Sandra, com valores entre R$ 14 mil e R$ 15 mil. As notas constam na prestação de contas da parlamentar no site da Câmara Legislativa, carimbadas com um selo de "recebemos" – ou seja, aparecem no sistema como quitadas. Segundo o empresário, esse registro "formal" foi exigência da deputada.

"Ela falou para eu ter paciência porque, no momento, era momento de investimento em outras áreas. E que, uma hora, nós iríamos acertar isso. Eu nunca recebi esse valor total", afirma ele.

Nogueira diz que, após muita negociação, conseguiu fechar acordo para a quitação de parte da dívida, em 10 boletos de R$ 2.655. A empresa não renovou contrato, enviou uma cobrança de R$ 150 mil e agora, quer o pagamento desse restante na Justiça.

Contrato viciado
Na entrevista à TV Globo, nesta segunda-feira (13), o empresário também admitiu ter trabalhado ilegalmente no gabinete da deputada, em 2015. Nogueira afirma que a relação com Sandra Faraj começou em 2014, na campanha eleitoral. Quando assumiu o cargo, ela o contratou para um cargo comissionado de alto posto, com salário de R$ 11 mil.

Na prática, Nogueira trabalhava no gabinete de Faraj enquanto a empresa, que está em nome da mulher e de um sócio, prestava serviços para o mesmo gabinete. Além dessa irregularidade, o empresário assume que assinou uma declaração em 2016, com data retroativa a 2015, negando que tivesse parente ou sócio prestando serviço à Câmara Legislativa.

"Ela nos intimidou. Falou que, se não fizéssemos isso, ela ia mandar a gente embora. É claro que ela sabia [do contrato], porque nada ali dentro corre sem uma pesquisa, né?", diz.

Em nota, o gabinete de Sandra Faraj disse "estranhar" a alegação de falta de pagamento, feita pela empresa, já que o contrato foi rescindido há um ano. nesta segunda, Felipe Nogueira foi exonerado do cargo em comissão.



Do G1 -DF

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