test banner

Por água abaixo

Alguém ainda aguenta falar sobre racionamento? Então, chega de blá-blá-blá. É hora de agir conforme o racionamento. Apesar de toda a falta de planejamento e decisões erradas de governos — os anteriores e o atual —, a falta de água também é resultado de mudanças climáticas e do uso egoísta e inconsequente do bem. Agora, passa a ser necessário viver, sentir na pele, pensar seriamente e fazer algo de prático para preservar o máximo possível o líquido. Tudo para que a comparação do Distrito Federal com um deserto não se torne realidade.

Sim, há pessoas que colocam o assunto com raiva, pronto para jogar a culpa da suspensão do serviço no governo e dizer de boca cheia: “O problema não é meu”. Mesmo se a responsabilidade inteira estivesse com as autoridades, o problema seria nosso. Porque, no fundo, o problema sempre é nosso. Somos nós quem escolhemos os senhores e senhoras que gastam uma dinheirama na Câmara Legislativa e no Buriti. Nós decidimos usar sem critério a água, os espaços naturais, jogar lixo em qualquer lugar. Nós preferimos não ligar se nossos dejetos vão para a Estrutural ou para Samambaia.

Qualquer criança aprende desde cedo, na escola, que as pequenas ações fazem diferença na hora da preservação do meio ambiente. E como elas desaprendem? Como viram adolescentes e adultos capazes de virar o rosto na hora de discutir a expansão territorial em detrimento dos biomas? Simples: vendo exemplos dentro de casa. Se o discurso e a ação não são repetidas diariamente, se os pequenos veem uma produção enorme de lixo no lar, não há como seguir com o ensinamento.

O Brasil começa o ano amanhã, não é o que dizem? Passou o carnaval, então, é hora de colocar em prática o discurso. Para quem é religioso, cristão ou não, um bom exemplo vem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. O órgão católico lança, nesta quarta-feira, mais uma Campanha da Fraternidade. O tema é “Fraternidade: biomas brasileiros e a defesa da vida”. Dê uma olhada: http://www.cnbb.org.br/. Pesquise mais na internet sobre outras ações que você e sua família podem tomar para a preservação da natureza — principalmente, agora, da água. Estamos todos no mesmo barco, apesar de a metáfora não ser a melhor em uma época de racionamento. Façamos algo para que a figura de linguagem não se transforme em outra: estamos todos no mesmo camelo.


Por Leonardo Meireles – Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog - Google

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem