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Agefis fecha o cerco a eventos

A Agefis fechou o Le Cirque Amar e promete intensificar a fiscalização em eventos temporários

*Por Thiago Soares

Circo instalado na área central de Brasília foi interditado por não apresentar liberação dos bombeiros. Minutos antes, ele tinha recebido crianças para um espetáculo. Ação ocorre dois dias depois de a estrutura de outro empreendimento ter ruído na Asa Norte

Após o desabamento de um circo no estacionamento de um shopping na Asa Norte, que resultou na morte de um rapaz de 17 anos, a Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) intensificará a inspeção de eventos temporários. Ontem, a primeira ação resultou na interdição do Le Cirque Amar. Instalado na área externa do Ginásio Nilson Nelson, o local estava realizando apresentações para escolas e organizações não governamentais, mesmo sem ter o alvará de funcionamento. Ontem, ao menos 200 crianças assistiram a um espetáculo no local. Enquanto isso, depois de todas as perícias já realizadas, os proprietários do Khronos concluíram a desmontagem total da estrutura, que veio abaixo na última segunda-feira. Eles não têm previsão de abrir uma nova temporada.

O Le Cirque Amar, que tinha programado para hoje a estreia para o público geral, teve o projeto liberado pela Defesa Civil, mas não obteve a liberação do Corpo de Bombeiros. A corporação é responsável por verificar as condições de saídas de emergências, sinalizadores e itens de seguranças nas estruturas temporárias. “As exigências eram ligadas a apresentações de documentações, cercamento dos cabos de sustentação e instalação de sistema de iluminação e extintores”, detalhou o subtenente Paulo Rogério Silva, da sessão de vistorias. Segundo ele, antes das adaptações, o estabelecimento também não poderia receber pessoas no local. “Os documentos e a vistoria devem estar em dia para que a Administração Regional possa emitir o alvará de licença.”

A superintendente de fiscalização da Agefis, Lucilene Abreu, detalhou que, apesar de a Defesa Civil ter aprovado parte do projeto do estabelecimento, o mesmo não poderia exibir espetáculos sem a licença de funcionamento. “A interdição é com base nessa irregularidade. O estabelecimento só poderá ser aberto novamente quando os diretores resolverem a situação com os órgãos responsáveis for resolvida”, explicou. O circo deve ser multado em R$ 46.284,69. De acordo com Luciene, o órgão intensificará as fiscalizações das estruturas de eventos temporários. “Já tínhamos uma programação definida para visitar esses locais.”

Menos de uma hora antes da interdição, crianças de escolas do DF acompanharam uma apresentação no local. O produtor do Le Cirque Amar, Luís Carlos Oliveira, explicou que as adequações exigidas pelo Corpo de Bombeiros já tinham sido feitas. “Todas as providências foram tomadas e, agora, só faltava entregar a documentação final”, detalhou. Questionado sobre a presença de crianças, Luís se defendeu dizendo que o circo tinha condições de receber o público. O próprio estabelecimento é responsável por contatar as instituições de ensino e organizar as excursões. O local tem capacidade para 800 pessoas.

Desmontagem
Ontem, os funcionários do Khronos concluíram a retirada de toda a estrutura que estava montada no estacionamento do centro comercial. O diretor e proprietário, Luciano Rangel, comentou que suspendeu toda a temporada, que estava prevista até o fim de abril, em virtude da fatalidade e também até adquirir novos materiais, essenciais para a montagem da estrutura. “Houve estragou na estrutura. Agora, além do prejuízo sentimental com a perda do nosso funcionário, temos que parar, colocar a cabeça no lugar e levantar recursos financeiros para a compra de materiais”, detalhou. Rangel ainda disse que a empresa prestou todo o apoio para a família de Weyne Bispo da Costa. O corpo dele foi velado ontem, em Aparecida de Goiânia (GO).

A Administração Regional de Brasília, informou por meio de nota, que os proprietários do Circo Khronos ainda não prestaram esclarecimentos, mas que estão dentro do prazo estabelecido. “Vale ressaltar que compete à administração a emissão da licença e que, de acordo com a própria Lei nº5281/2013, cabe a Agefis fazer a fiscalização e aplicar as penalidades. Em sendo configurada a infração, caberá à Agefis adotar providências cabíveis”, detalhou. Sobre o Circo Le Cirque Amar, o órgão explicou que os proprietários procuraram a administração e está sendo verificada a documentação necessária à emissão da respectiva licença.


(*) Thiago Soares – Foto: Antonio Cunha/CB/D.A.Press – Correio Braziliense

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